ATA DA CENTÉSIMA QUINTA SESSÃO ORDINÁRIA DA PRIMEIRA
SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUINTA LEGISLATURA, EM 16-11-2009.
Aos
dezesseis dias do mês de novembro do ano de dois mil e nove, reuniu-se, no
Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre.
Às quatorze horas, foi realizada a chamada, respondida pelos vereadores Adeli
Sell, Bernardino Vendruscolo, Beto Moesch, Carlos Todeschini, Dr. Raul, Elias
Vidal, Engenheiro Comassetto, Fernanda Melchionna, João Antonio Dib, Mauro Zacher,
Nelcir Tessaro, Nilo Santos, Paulinho Ruben Berta e Toni Proença. Constatada a
existência de quórum, o senhor Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda,
durante a Sessão, compareceram os vereadores Airto Ferronato, Alceu Brasinha, Aldacir
José Oliboni, DJ Cassiá, Dr. Thiago Duarte, Haroldo de Souza, João Carlos
Nedel, João Pancinha, Juliana Brizola, Luiz Braz, Marcello Chiodo, Maria
Celeste, Mario Manfro, Mauro Pinheiro, Pedro Ruas, Reginaldo Pujol, Sebastião
Melo, Sofia Cavedon, Tarciso Flecha Negra, Valter Nagelstein e Waldir Canal. Do
EXPEDIENTE, constaram os Ofícios nos 290, 291 e 292/09, do senhor
Valdemir Colla, Superintendente Regional da Caixa Econômica Federal – CEF.
Durante a Sessão, constatada a existência de quórum deliberativo, foi aprovada
a Ata da Nonagésima Nona Sessão Ordinária. A seguir, constatada a existência de
quórum deliberativo, foi aprovado Requerimento verbal formulado pelo vereador
Adeli Sell, solicitando alteração na ordem dos trabalhos da presente Sessão. Em
GRANDE EXPEDIENTE, pronunciaram-se os vereadores Dr. Raul e Dr. Thiago Duarte.
Na oportunidade, foi apregoado Requerimento de autoria da vereadora Juliana
Brizola, solicitando Licença para Tratamento de Saúde do dia de hoje ao dia
vinte e três de novembro do corrente, tendo o senhor Presidente declarado empossado
na vereança o Suplente Luciano Marcantônio, informando que Sua Excelência
integrará a Comissão de Defesa do Consumidor, Direitos Humanos e Segurança
Urbana. Também, constatada a existência de quórum deliberativo, foi aprovado
Requerimento de autoria do vereador Pedro Ruas, solicitando Licença para Tratar
de Interesses Particulares no dia de hoje, tendo o senhor Presidente declarado
empossado na vereança o Suplente Lucio Barcelos, informando que Sua Excelência
integrará a Comissão de Defesa do Consumidor, Direitos Humanos e Segurança
Urbana. Em continuidade, o senhor Presidente concedeu a palavra, em TRIBUNA
POPULAR, ao senhor Claudio Guimarães, Presidente da Força Sindical do Rio
Grande do Sul, que solicitou apoio à campanha nacional em favor da jornada de
trabalho de quarenta horas semanais sem redução salarial. Também, nos termos do
artigo 206 do Regimento, os vereadores Airto Ferronato, Engenheiro Comassetto,
Fernanda Melchionna, DJ Cassiá, Luiz Braz, Haroldo de Souza, Toni Proença, Reginaldo
Pujol, Luciano Marcantônio e Waldir Canal manifestaram-se acerca do assunto
tratado durante a Tribuna Popular. Às quinze horas e quatro minutos, os trabalhos
foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quinze horas e cinco
minutos, constatada a existência de quórum. Após, constatada a existência de quórum,
foi iniciada a ORDEM DO DIA. Em Votação, foram aprovados os Requerimentos nos
147 e 145/09. Em Votação, foi aprovado o Requerimento nº 148/09, após ser
encaminhado à votação pelos vereadores Fernanda Melchionna, Mauro Zacher, João
Antonio Dib, Maria Celeste, Reginaldo Pujol e Sofia Cavedon. Em Discussão Geral
e Votação, foram aprovados o Projeto de Resolução nº 011/09 e os Projetos de
Lei do Legislativo nos 219 e 218/09. Na oportunidade, foram apregoadas
as seguintes Emendas ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 008/07,
subscritas nos termos do artigo 131-D, § 1º, do Regimento: nos 417 e
418, de autoria do vereador João Pancinha; nº 419, de autoria do vereador
Paulinho Ruben Berta; 420, de autoria do vereador Engenheiro Comassetto; 421,
de autoria do vereador Sebastião Melo; 422, de autoria do vereador Toni
Proença; 423, de autoria da vereadora Fernanda Melchionna; 424, 425, 426, 427,
428 e 429, de autoria do vereador Valter Nagelstein; 430, de autoria dos
vereadores Bernardino Vendruscolo e Reginaldo Pujol; 431, de autoria do
vereador Luiz Braz e da vereadora Maria Celeste; e 432, de autoria da vereadora
Maria Celeste. Também, foram apregoados os seguintes Requerimentos, subscritos
nos termos do artigo 131-D, § 5º, do Regimento, deferidos pelo senhor
Presidente, solicitando votação em destaque para dispositivos apostos ao
Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 008/07: de autoria do vereador Beto
Moesch, com referência às Emendas nos 142, 147, 174, 243, 249, 260,
311, 312, 313, 315, 316, 317, 318, 321, 322, 323, 324 e 325; de autoria do
vereador Reginaldo Pujol, com referência às Emendas nos 55, 58, 110,
151, 185, 171, 174, 177, 179, 182, 303, 307, 310, 314, 368, 369, 395 e 410; de
autoria do vereador Valter Nagelstein, com referência às Emendas nos
06, 17, 24, 26, 50, 55, 57, 58, 64, 65, 82, 87, 103, 110, 124, 145, 146, 168,
170, 185, 192, 217, 218, 220, 238, 242, 244, 279, 282, 283, 287, 289, 303, 305,
306, 314, 319, 320, 336, 339, 340, 341, 345, 349, 350, 352, 362, 366, 384, 385,
389, 395, 397, 400, 402, 409 e 410, ao item 33 da Mensagem Retificativa e à
Emenda nº 394 com ajuste de redação; de autoria do vereador Toni Proença, com
referência às Emendas nos 12, 28, 98, 147, 260, 267 e 376 e à
Subemenda nº 02 da Emenda nº 260; de autoria da vereadora Maria Celeste, com
referência às Emendas nos 11, 18, 59, 63, 84, 150, 153, 154, 167,
186, 210 e 264, à Subemenda nº 01 da Emenda nº 84 e à Subemenda nº 01 da Emenda
nº 264; de autoria da vereadora Maria Celeste, com referência às Emendas nos
176, 180, 185, 206, 208, 230, 232, 233, 234, 235, 394 e 396; de autoria do
vereador Mauro Pinheiro, com referência às Emendas nos 68, 115, 116,
197, 198, 199, 200, 201, 202, 203, 242, 243, 244, 373, 392 e 393; de autoria da
vereadora Sofia Cavedon, com referência às Emendas nos 07, 34, 49,
50, 158, 219, 293, 339, 362, 367, 399, 401, 403, 406, 411 e 413; de autoria da
vereadora Maria Celeste, com referência às Emendas nos 417, 418,
419, 420, 421, 422, 423, 424, 425, 426, 427, 428, 429, 430, 431 e 432. Ainda,
foi apregoado Requerimento de autoria do vereador Paulinho Ruben Berta,
deferido pelo senhor Presidente, solicitando a retirada de tramitação da Emenda
nº 414, aposta ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 008/07. Em
prosseguimento, em face de Questão de Ordem formulada pelo vereador João
Antonio Dib, o senhor Presidente prestou esclarecimentos acerca da Discussão
Geral do Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 008/07. Também, o vereador
Luiz Braz manifestou-se acerca da apresentação de novas Emendas ao Projeto de
Lei Complementar do Executivo nº 008/07. Em Discussão Geral, 2ª Sessão, esteve
o Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 008/07, discutido pelos
vereadores Maria Celeste, Luiz Braz, Alceu Brasinha, Engenheiro Comassetto,
Reginaldo Pujol, Fernanda Melchionna, Airto Ferronato e Valter Nagelstein.
Durante a apreciação do Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 008/07, os
vereadores Mauro Pinheiro, João Pancinha, Adeli Sell, Marcello Chiodo, Lucio
Barcelos e Bernardino Vendruscolo cederam seus tempos de discussão,
respectivamente, aos vereadores Maria Celeste, Luiz Braz, Engenheiro
Comassetto, Reginaldo Pujol, Fernanda Melchionna e Valter Nagelstein. Na
ocasião, foi apregoado o Requerimento nº 066, de autoria do Vereador Waldir Canal, deferido pelo senhor Presidente,
solicitando autorização para representar externamente este Legislativo na
Conferência das Colônias e Sindicatos de Pescadores do Rio Grande do Sul, no
dia de amanhã, em Porto Alegre. Em prosseguimento, o senhor Presidente
declarou encerrada a Ordem do Dia. Em COMUNICAÇÕES, pronunciou-se o vereador
Engenheiro Comassetto, em tempo cedido pelo vereador Adeli Sell. Em COMUNICAÇÃO
DE LÍDER, pelo Governo, pronunciou-se o vereador Valter Nagelstein. Em
COMUNICAÇÕES, pronunciou-se o vereador DJ Cassiá, em tempo cedido pelo vereador
Airto Ferronato. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciaram-se a vereadora Maria
Celeste e os vereadores Nilo Santos, Reginaldo Pujol, Paulinho Ruben Berta e
Luiz Braz. A seguir, o vereador Adeli Sell assumiu o cargo de Presidente da
Câmara Municipal de Porto Alegre, em face do afastamento do vereador Sebastião
Melo, a fim de exercer o cargo de Prefeito Municipal de Porto Alegre, das
dezoito horas do dia de hoje às dezoito horas do dia de amanhã. Em COMUNICAÇÃO
DE LÍDER, pela oposição, pronunciou-se a vereadora Sofia Cavedon. Em
COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciaram-se os vereadores Airto Ferronato e Haroldo
de Souza. Em continuidade, a vereadora Maria Celeste formulou Requerimento
verbal, solicitando a retirada de termos constantes no pronunciamento do
vereador Haroldo de Souza em Comunicação de Líder, tendo-se manifestado a
respeito o vereador Haroldo de Souza. Em COMUNICAÇÕES, pronunciaram-se os
vereadores Alceu Brasinha, Aldacir José Oliboni, Bernardino Vendruscolo e Beto
Moesch. Às dezoito horas e quarenta e oito minutos, esgotado o prazo regimental
da presente Sessão, o senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos,
convocando os senhores vereadores para a Sessão Ordinária da próxima
quarta-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos vereadores
Sebastião Melo, Adeli Sell e Toni Proença e secretariados pelo vereador Nelcir
Tessaro. Do que eu, Nelcir Tessaro, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a
presente Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada por mim e pelo
senhor Presidente.
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Hoje
teremos o período de Tribuna Popular, mas o orador, Sr. Cláudio Janta, no
momento não se encontra no Plenário. Em vista disso, esta presidência propõe
fazermos uma inversão na ordem dos trabalhos, iniciando, a seguir, o Grande
Expediente.
Em
votação o Requerimento desta Presidência, que solicita inversão na ordem dos
trabalhos, para que iniciemos agora o Grande Expediente em vez da Tribuna
Popular. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados.
(Pausa.) APROVADO.
Passamos
ao
GRANDE EXPEDIENTE
O
Ver. Dr. Raul está com a palavra em Grande Expediente.
O
SR. DR. RAUL: Sr.
Presidente, Ver. Adeli Sell; Srs. Vereadores e Sras
Vereadoras, todos que nos
assistem, os que nos visitam hoje, o pessoal da Força Sindical... Neste Grande
Expediente eu gostaria de mencionar vários fatos que considero importantes.
Num
primeiro momento, gostaria de registrar que transcorreu, no dia 12 de novembro,
o Dia Nacional de Prevenção de Arritmias Cardíacas e Morte Súbita. Nós nos
empenhamos nessa matéria, em função também da nossa condição de médico - eu já
fui mestrando em cardiologia -, a gente sabe da necessidade de atuarmos nessas
questões, que são rápidas e emergentes. Temos a satisfação de ter parceiros
como o Presidente da Sobrac, Dr. Leandro Zimerman, que, com o seu dinamismo,
vem fazendo com que esse tema seja cada vez mais colocado no nosso País, no
nosso Estado. Somos parceiros para as boas iniciativas. Houve a presença da
Associação, no último domingo, no Brique da Redenção, mostrando os
desfibriladores, a maneira de fazer a ressuscitação cardiorrespiratória, tema
em que a comunidade tem muito interesse. Precisamos realmente preparar pessoas
e ter um número cada vez maior de desfibriladores à disposição em ambientes de
grande fluência de público, porque esses desfibriladores, para quem não sabe...
Uma fibrilação ventricular é uma parada cardíaca, e a utilização de um
desfibrilador salva, muitas vezes, 40% das pessoas acometidas por essa parada
cardíaca. Os desfibriladores muitas vezes são semiautomáticos ou automáticos.
Uma vez conectada ao tórax da pessoa, a própria máquina reconhece a situação,
fornece informações a respeito do verdadeiro estado em que o paciente está e se
devemos ou não fazer o choque. Então nós precisamos realmente ter isso à
disposição não só nos grandes estádios de futebol, mas em todos os locais onde
houver grande fluência de público.
Eu
também gostaria de registrar que no dia 14 nós tivemos o Dia Mundial de Combate
ao Diabete. E aqui em Porto Alegre tivemos várias iniciativas, nós trouxemos à
Câmara de Vereadores - o Ver. Tarciso e eu - o Presidente do Instituto de
Diabetes da Infância e da Juventude, o Dr. Balduíno...
O
Sr. Carlos Todeschini: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Eu o cumprimento, Ver. Dr.
Raul, pois o senhor está, em Grande Expediente, fazendo a manifestação acerca de
fatos marcantes para a Saúde de Porto Alegre. Referentemente ao dia 14, é o
segundo ano da entrada em vigor dessa lei, aprovada recentemente por esta
Câmara, de conscientização e de engajamento da população em relação ao
diabetes, em especial o diabetes tipo 2, que atinge a grande maioria da
população. Quero fazer mais um destaque ao papel da ARAD, Associação
Rio-Grandense de Apoio ao Diabético, que tem feito um trabalho, um grande
esforço em todo o Rio Grande do Sul. Obrigado pelo aparte.
O
SR. DR. RAUL: Eu é que
agradeço; a sua contribuição é muito importante nessa matéria. Eu só gostaria
de registrar que nós, como participantes da Frente Parlamentar de Turismo,
conseguimos iluminar de azul o monumento do Laçador, que é o nosso grande
monumento estadual que representa também as tradições gaúchas. Esse é um
movimento mundial que foi feito no dia 14 para fazer com que as pessoas se
voltem para a questão do diabete. Vários monumentos, em nível mundial, foram
iluminados, e o nosso Laçador foi um deles.
O
Sr. Aldacir José Oliboni: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Dr. Raul, ouvia
atentamente a sua manifestação com relação à elaboração de um Projeto para
instituir o desfibrilador semiautomático nos lugares de grande circulação. Esta
Casa já discutiu esse assunto há dois ou três anos, a Casa aprovou o Projeto,
houve uma interlocução muito boa com o Executivo, mas o Executivo acabou
vetando o Projeto. Agora, com a sua boa vontade, já estivemos observando o
Projeto vetado na época, estamos reformulando-o e, com certeza, obteremos êxito
agora, não só porque a população está mais conscientizada, mas porque inúmeras
entidades que trabalham nessa causa estão solicitando, pedindo socorro para que
a Câmara institua uma lei municipal. Portanto, quero o parabenizar pela volta
do assunto, e, com certeza, analisaremos novamente a matéria e obteremos êxito.
O
SR. DR. RAUL: Agradeço ao
Ver. Oliboni o aparte, sei que realmente estamos juntos nessa matéria como, de
resto, em muitas outras, em especial na área da Saúde.
Eu
gostaria, continuando no assunto a respeito da Saúde, de dizer da minha
satisfação no sentido de que Porto Alegre está para receber, nos próximos
meses, duas UPAs - Unidades de Pronto Atendimento 24 Horas -, que eu tenho a
satisfação de já estar solicitando junto ao Secretário Estadual da Saúde, Osmar
Terra, desde o início deste Projeto em nível nacional, tendo pleiteando para
que uma, dessas duas primeiras, se instalem ali no Centro Humanístico Vida, na
Zona Norte, que é uma zona de grande população, nós precisamos diminuir a
superlotação das nossas Emergências. Isso vai ser uma contribuição
importantíssima para a região do Centro Vida. Devo dizer também que a licitação
está sendo aberta, em 30 dias deve se apresentar a empresa, e, acredito, em
janeiro devem começar as obras. A tendência é que, no mais tardar, até o final
do primeiro trimestre de 2010, já tenhamos pelo menos esta lá no Centro Vida
instalada, prestando serviço à população.
O
Sr. Paulinho Ruben Berta: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Vereador, V. Exª sabe que essa
é uma necessidade e um anseio muito grande da população daquela região do eixo
da Baltazar. Inclusive as lideranças daquela região toda, por diversos anos,
buscaram isso, via Orçamento Participativo, e conquistaram, mas depois o
Prefeito da época tirou “na caneta”. E hoje vai se consagrar, está se
consagrando essa realidade lá, algo que vai auxiliar milhares e milhares de
pessoas. Realmente o senhor tem razão, vai desafogar as Emergências,
principalmente as do Hospital Cristo Redentor e Hospital Conceição. Parabéns
pela sua iniciativa, parabéns por essa luta! O povo lá, pode ter certeza,
reconhece o seu trabalho.
O
SR. DR. RAUL: Obrigado, Ver.
Paulinho. O trabalho com certeza é seu também, V. Exª é um grande batalhador
pela região.
Eu
gostaria agora de fazer uma manifestação no sentido de apoiar uma categoria na
qual eu me encontro, que é a categoria dos Técnicos Científicos do Estado. Nós
somos em número de oito mil, e há mais de vinte anos não há realmente um
reajuste para essa categoria. Eu diria que, em nível estadual, são
profissionais de nível superior, são 42 categorias diferenciadas de nível
superior que, ao longo desses vinte anos, vêm tendo o seu salário colocado lá
embaixo, vamos dizer assim, e a sua qualidade de vida depreciada. Então, é
muito justo - este assunto está em nível de Governo Estadual - que se faça essa
reposição emergencial de 44%, que é o que se calcula. E não é aumento, é
simplesmente o que não foi repassado nos últimos vinte anos à categoria dos
Técnicos Científicos do Estado.
Aqui
mostro essa demanda, que é a demanda dos Técnicos Científicos, através do
Sintergs, Sindicato dos Técnicos Científicos do Rio Grande do Sul. (Mostra a
camiseta.) Acreditamos que vá haver, de parte da Governadora, alguma
iniciativa, assim como houve agora, também, algumas ações importantes, a meu
ver, no sentido de uma recomposição efetiva em relação ao salário dos que
ganham menos, como os brigadianos e professores. Não obstante todas as
discussões a respeito, os Técnicos Científicos devem ser, efetivamente,
valorizados, devem ter reconhecido o seu trabalho. Só para que as pessoas que
nos assistem tenham uma ideia, há vinte anos, profissionais como os
Procuradores do Estado, quando começaram a carreira, ganhavam 37% do que
ganhava um Técnico Científico do Estado. Ou seja, se um Técnico Científico
ganhava cem, eles ganhavam trinta e sete. Hoje, eles ganham mais de 500% do que
ganha o Técnico Científico do Estado. Isso é para que vocês tenham uma ideia da
desvalorização da categoria, para que saibam que algumas categorias, ao longo
desses muitos anos, realmente foram supervalorizadas, merecidamente, até em
função do seu trabalho qualificado, mas os Técnicos Científicos têm uma
qualificação também muito grande e merecem a sua valorização.
Gostaria
de saudar, e já foi aprovada na Câmara Federal, a Lei do Ato Médico. O ato
médico tem de ser reconhecido em todo o País para que nós possamos dizer o que
é prerrogativa específica do médico e o que é a prerrogativa das outras
categorias. No nosso Município, está em andamento... Nós queremos, sim, o Plano
de Carreira para todos os municipários, mas de forma muito especial para os
médicos do Sistema Municipal da Saúde, sejam eles municipários ou municipalizados.
Por quê? Porque só com um sistema de saúde dotados de médicos valorizados
poderemos fazer com que o SUS atinja aquilo que nós queremos, ou seja: mais
especialistas, médicos trabalhando com vontade, um atendimento maior, mais
amplo e mais resolutivo para toda a sociedade porto-alegrense. Que através do
Ato Médico haja um entendimento maior de toda a sociedade do que o médico pode
fazer e do que as outras categorias podem fazer, para que tenhamos as
responsabilidades realmente definidas.
Uma
outra questão que eu gostaria de comentar rapidamente - agora que foram
retirados os pardais da cidade de Porto Alegre - é que, mal ou bem, os pardais
têm feito uma conscientização da população. Eu vejo por mim mesmo, acredito que
haja uma redução da velocidade em função da presença ou até da não presença dos
pardais. Mas não posso concordar, por exemplo - como tenho visto, e várias
pessoas me colocam -, que pardais, principalmente os volantes, sejam colocados
em descidas, e que a pessoa que está descendo, e não é uma situação de risco
muito alta, seja obrigada a frear para reduzir a velocidade para não ser pega
pelo pardal. Isso eu vejo, por exemplo, frequentemente no meu caminho, na
descida da Perimetral, próximo ao Jardim Botânico. Isso faz com que as pessoas,
na realidade, se irritem e não reconheçam a ação preventiva dos pardais. Então,
acho que eles devem, sim, ser colocados em áreas importantes, em áreas de risco
para a população, mas não devem servir de maneira a constranger as pessoas e
nem irritá-las desnecessariamente.
E
gostaria de me manifestar em relação a dois Projetos que estão em andamento
aqui na Casa. Um, junto com o Ver. Beto Moesch, trata da lei antifumo; na
realidade, nós legislamos complementarmente, suplementarmente à lei federal, à
lei estadual, no sentido de o fumo ser totalmente proibido nos locais, nos
recintos coletivos fechados. O nosso Projeto não faz menção aos fumódromos, ou
seja, não prevê fumódromos; prevê penalizações efetivas, inclusive a retirada
da pessoa que está fumando num local indevido e impróprio. Eu tenho que fazer
essa colocação, porque, há mais de trinta anos, como médico, acompanho a luta
contra o fumo e a morte de pessoas, em várias situações, por vários tipos de
doenças que poderiam ser evitadas, a população poderia ter uma qualidade de
vida melhor. Então, independentemente do direito do fumante, do direito
individual, o qual respeito, acredito que, se nós regularmos essa matéria,
estaremos melhorando a vida das pessoas; a vida é um bem superior a todos os
outros, e nós devemos nos empenhar para que seja mantida e preservada. No mais,
gostaria de desejar saúde a todos, muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Em
votação a Ata disponível nas pastas públicas do correio eletrônico: Ata da 99ª
Sessão Ordinária. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam
sentados. (Pausa.) APROVADA.
A
Verª Juliana Brizola solicita Licença para Tratamento de Saúde no período de 16
a 23 de novembro. A Mesa declara empossado o Suplente, Luciano Marcantônio, nos
termos regimentais, que integrará a Comissão de Defesa do Consumidor,
Direitos Humanos e Segurança Urbana.
O
Ver. Pedro Ruas solicita Licença para Tratar de Interesses Particulares no dia
de hoje, 16 de novembro. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que aprovam o
Pedido de Licença permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO. A Mesa declara
empossado o Suplente, Ver. Lucio Barcelos, nos termos regimentais, que
integrará a Comissão de Defesa do Consumidor, Direitos Humanos e Segurança
Urbana.
O
Ver. Dr. Thiago Duarte está com a palavra em Grande Expediente.
O
SR. DR. THIAGO DUARTE: Ilustre
Presidente desta Casa, Ver. Adeli Sell; ilustres colegas Vereadores, ilustre
público que nos ouve nas galerias, pela TVCâmara e pela Rádio Web, trago hoje
dois assuntos que acredito da maior relevância, ambos temas atuais e que foram
desenvolvidos nas últimas duas semanas.
Inicio
mencionando que universidade é local onde se gera conhecimento e onde, por
definição, não deveria haver preconceitos. Tive a oportunidade de frequentar a
Faculdade de Medicina da Universidade Federal, depois tive a oportunidade de
frequentar a Faculdade de Direito da Pontifícia Universidade Católica - duas
concepções diferentes - e, através de concurso público, me tornei docente da Universidade
Federal, aprendi, no palmilhar do caminho, esse grande ditame.
O
agravante, referente ao caso que eu vou mencionar, é a notória agressão, uma
violência aos direitos humanos. Aqueles que, como nós - muitos certamente, para
não dizer todos -, defendem os direitos sexuais reprodutivos, principalmente
das mulheres, principalmente das mulheres de baixa renda e, principalmente, na
Semana de Consciência Negra, das mulheres negras; defendem o direito a uma
escolha livre e consciente da sexualidade, do método contraceptivo, defendem o
acesso às mulheres pobres a todos os métodos, principalmente aos mais caros...
Nós, Ver. DJ Cassiá, que nunca subestimamos a inteligência e a independência
das pessoas, mesmo as das pessoas pobres; nós, que sempre acreditamos no
processo de planejamento familiar, em que as pessoas são protagonistas e, a
partir daí, se tornam independentes, sem assistencialismo, não podemos ficar
calados frente a esta situação que ocorreu com a estudante paulista numa
universidade de São Paulo: a expulsão de uma estudante em função de uma atitude
provocativa! Isso lembra o período de exceção, lembra a Idade Medieval, e nós
não podemos, sem dúvida nenhuma, deixar de mencionar isso. Houve a tentativa de
linchamento em função de um vestido que nem era tão curto assim, humilharam-na
num ato público. Sem dúvida nenhuma, e o Ver. Beto Moesch sabe disso, nem os
animais podem ser tratados assim, quanto mais as pessoas. Isso muitas vezes
reflete o posicionamento das pessoas frente à questão sexual e nos faz lembrar
de um Projeto que temos na Casa - logo em seguida eu vou elucidar.
O
Sr. DJ Cassiá: V. Exª
permite um aparte? (Assentimento do orador.) Obrigado, Ver. Thiago. Quando faço
as minhas manifestações, eu dou um sorriso, mas nesta Casa nem sorriso se pode
dar mais. Eu peço que o senhor compreenda, porque hoje não estou aqui dando um
sorriso. Agora, como Presidente da Comissão de Educação, independentemente da
questão, Dr. Thiago, digo que é lamentável o que aconteceu lá em São Paulo numa
universidade. Quem estava ali? Formadores, advogados, médicos, enfim, pessoas
que vão cuidar de vidas e que recepcionaram aquela moça aquela forma! Agora,
Dr. Thiago, existe uma outra situação: a mídia dá muito mais importância para
coisas que não vão, de forma alguma, ao encontro dos interesses da sociedade. A
mídia dá pouco caso a outras coisas; às vezes, dá muito mais atenção para a
desgraça e para aquilo que pode vender. Essa moça, a qual eu defendo - não
defendo de forma alguma o modo como foi recebida -, já está ensaiando, através
do apoio que está tendo da mídia, para posar na revista Playboy, para isso e
aquilo. E a mídia não está discutindo um tema importantíssimo, Ver. Dr. Thiago,
que é a proposta de fechar as Escolas Especiais do Brasil! Para isso a mídia não
dá importância, mas dá importância para coisas que não têm nada a ver com os
interesses e com a sociedade! Vereador, o senhor está correto. Muito obrigado.
O
SR. DR. THIAGO DUARTE: Obrigado.
A
Srª Fernanda Melchionna: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Dr. Thiago Duarte, eu vim
parabenizá-lo rapidamente, para não tomar o seu tempo de Grande Expediente.
Independentemente da posição da moça, ou do futuro, da luta que ela terá para
continuar a estudar, nós não podemos aceitar a criminalização da vítima, que
foi o que a Uniban fez com a moça. Não podemos aceitar o retrocesso, a volta do
apedrejamento, das vaias, da violência sexual contra as mulheres, que têm o
direito de usar saia, de usar vestido, de usar biquíni, é uma conquista das
mulheres. Portanto, vim parabenizá-lo e dizer que hoje nós vamos votar uma
Moção de minha autoria repudiando isso, e gostaria, com certeza, de contar com
o apoio de V. Exª, porque a Câmara tem que protestar contra o retrocesso e ser
a favor da liberdade das mulheres.
O
SR. DR. THIAGO DUARTE: Sem
dúvida, Vereadora.
Quero
aproveitar a participação dos colegas e dizer uma coisa que eu ia guardar para
o final, mas já vou externar aqui: Ver. DJ Cassiá e Verª Fernanda Melchionna,
não existe interesse dos grandes de que nós estejamos aqui, e me coloco junto
com vocês. É por isso que a mídia faz essa campanha; fez essa campanha ontem,
especificamente, contra alguns Vereadores desta Casa - não há interesse na
nossa presença aqui, nós causamos desconforto. Então, os Vereadores desta Casa
que ontem se sentiram de alguma forma acuados podem ter certeza de que têm o
respaldo da população e de que não têm o interesse da grande mídia, que está
prejudicada com a nossa presença aqui.
Quero
dizer o seguinte, parafraseando o que foi dito ontem: esta Casa tem obrigação,
sim, de tratar dos interesses do Estado, dos interesses da Nação e dos
interesses internacionais, porque o mundo está globalizado, se a grande mídia
não sabe disso. O mundo já está globalizado, tudo o que acontece no mundo
respinga em Porto Alegre; o que acontece em Porto Alegre tem respaldo no mundo.
Então, precisamos, sim, tratar das questões de Porto Alegre, mas tratar também de outras questões.
O problema inicia em que como o ser humano lida com
a sexualidade, fato que cotidianamente observamos no atendimento aos pacientes,
principalmente às mulheres. Há duas semanas, estávamos dando uma palestra numa
escola municipal da periferia da Cidade. Lá nós falávamos do tópico
“masturbação” para os pré-adolescentes. Para eles não causou rubor nenhum;
causou para a Orientadora Educacional. Depois, nessa mesma escola, ela nos
aparteou, dizendo que talvez não fosse interessante tratar desses temas com os
adolescentes, o que tecnicamente não é correto. Temos, sim, que tratar desses
temas e desmistificá-los para que efetivamente as crianças não aprendam sobre
isso na rua. Observamos as perguntas colocadas pelos adolescentes, e, a partir
daquela nossa introdução, que se referia às questões da sexualidade, se pôde
abrir o leque de perguntas e um leque de orientações muito maior.
Em função desses tabus e aliado a isso, são
fundamentais as informações técnicas, com o objetivo de efetivamente podermos,
a partir daí, capacitar professores e alunos.
Desde março, nós temos um Projeto de Lei nesta Casa
que tenta instituir, na rede municipal de ensino público, o conteúdo de
educação sexual, estabelecer a obrigatoriedade do desenvolvimento de programas
de educação sexual e planejamento familiar nas escolas públicas municipais. Não
se pode sonegar aos nossos jovens informações qualificadas, porque, senão, eles
ficarão à mercê da ignorância, serão alvos de informações inadequadas e
distorcidas, principalmente com a não utilização do preservativo. É fundamental
que a sociedade, através das suas instituições de ensino, possa efetivamente
educar os nossos jovens.
No art. 2º do PLL nº 019/09 consta (Lê.): “O Programa terá como objetivo
ministrar aos alunos da rede municipal de ensino público noções básicas de
sexualidade humana, com ênfase à orientação sexual, aos cuidados com o corpo, à
prevenção de doenças sexualmente transmissíveis, à prevenção de gravidez
precoce, ao planejamento familiar [...]”, principalmente enfatizando a questão
do uso do preservativo. Continuo (Lê.): “Art. 3º - O Programa de Educação
Sexual e Planejamento Familiar deverá observar os seguintes princípios: I - o
respeito à dignidade da pessoa humana” - o que não foi observado nesse caso -
“II - da individualidade da liberdade sexual [...]”, porque a escolha sexual não
se baseia no gosto da pessoa mas em características que ela já traz e na livre
escolha. Espero que possamos discutir, em curto espaço de tempo, este Projeto.
Finalizando,
eu gostaria de saudar a nossa Câmara Federal pela aprovação do Ato Médico. O
Ato Médico não é uma forma de se qualificar privilégios aos médicos, de forma
alguma. As outras profissões já têm leis que as regulamentam; a única profissão
da área da Saúde - talvez uma das maiores - que não tinha isso era a Medicina.
Eu gostaria de trazer rapidamente algumas situações mostrando o que é Ato
Médico e o que não é Ato Médico, porque as pessoas acabam sendo iludidas por
informações distorcidas. Emissão de laudo de exame feito por meio de endoscopia
e de imagem: isso é Ato Médico; diagnóstico psicológico, nutricional, de
avaliação comportamental, de capacidades mental e psicomotora: não é absorvido
pelo Ato Médico, esses profissionais podem ter clareza de que isso eles vão
poder continuar exercendo, com toda a sua autonomia; prescrição de órtese e prótese
oftalmológica: é Ato Médico, mas a aplicação de injeção subcutânea
intramuscular e intravenosa não é Ato Médico, portanto pode ser exercida por
outros profissionais; realização de perícia médica, de exame médico legal - o
próprio nome diz -, exceto os exames laboratoriais de análises clínicas: Ato
Médico; coleta de material biológico para análise laboratorial: não é Ato
Médico, portanto pode ser exercida por outros profissionais; indicação e
execução de cirurgia: é Ato Médico; realização de cateterismo sem cirurgia e
outros procedimentos: não se constituem em Ato Médico; assim por diante. Então,
essa lei tem o objetivo, sim, de balizar a atividade médica, sem demérito e sem
entrar na atividade de outros profissionais, os quais acreditamos serem fundamentais
no atendimento à Saúde. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell):
Passamos à
TRIBUNA POPULAR
O
Sr. Cláudio Janta, representando a Força Sindical do Rio Grande do Sul, está
com a palavra para tratar de assunto relativo à campanha nacional em favor das
40 horas semanais sem redução salarial, pelo tempo regimental de 10 minutos.
O
SR. CLÁUDIO GUIMARÃES: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores e Sras
Vereadoras, nós estamos
fazendo uma visita a diversas Câmaras de Vereadores do Rio Grande do Sul
pedindo apoio aos Vereadores para uma PEC que se encontra no Congresso Nacional
há 16 anos, uma PEC que reduz a jornada de trabalho de 44 horas para 40 horas.
O
mundo vive uma grande crise de emprego. Hoje 1,5 bilhão de pessoas passam fome
no mundo. Hoje nós temos no mundo uma crise de valores, de respeito às
instituições, até de respeito aos heróis antigos. Os heróis para os jovens de
hoje são os traficantes do Rio de Janeiro; o seu herói é o Fernandinho Beira
Mar; o seu herói é quem anda com uma bazuca na mão derrubando helicóptero.
Precisamos ter algumas políticas para resolver essas crises estruturais que há
no mundo, e uma delas é relativa à geração de emprego.
A
redução da jornada de trabalho no Brasil irá gerar 2,5 milhões de empregos. Em
uma crise mundial de emprego, teremos a possibilidade de gerar no nosso País
esse número de postos de trabalhos. No Rio Grande do Sul, serão 171 mil
empregos; na Região Metropolitana de Porto Alegre, serão 73 mil e, na nossa
Cidade, em torno de 32 mil empregos, sendo que 4,7 mil na indústria; 2,2 mil na
construção civil, 9,5 mil no comércio, 15,6 mil nos serviços e 130 empregos na
agropecuária. Precisamos urgentemente desses números de emprego; precisamos
urgentemente que se coloque mais dinheiro na economia; precisamos urgentemente
que a cadeia de consumo do Brasil comece a ser aquecida, e, principalmente,
precisamos que os trabalhadores tenham um pouco mais de tempo para ficar com os
seus filhos, um pouco mais de tempo para ficar com a sua família.
Hoje
levamos em torno de duas horas para chegar ao local de trabalho. Um trabalhador
que more na Zona Sul, no extremo Sul de Porto Alegre, por exemplo, ou na Zona
Norte, gasta em torno de duas horas para chegar ao local de trabalho. Não é à
toa que os nossos ônibus têm ar-condicionado, e alguns agora vão começar a ter
televisão para distrair as pessoas. O que precisamos é de um transporte rápido.
Não pode um carro levar vinte minutos da Zona Norte até o Centro e um ônibus
levar uma hora e meia! Gastamos, só em deslocamento para o trabalho, no mínimo
de três a quatro horas. Além disso, uma pessoa que trabalhar menos vai produzir
mais. Isso é um dado da Organização Mundial de Saúde, já que as duas primeiras
horas extras são as responsáveis por mais de 70% dos acidentes de trabalho.
Esse
trabalhador vai ter tempo de se qualificar. Cito dois eventos ocorridos na
nossa Cidade: o primeiro foi a inauguração do BarraShopping, que foi atrasada,
protelada, porque não tínhamos mão de obra qualificada, e 978 operários para
trabalhar nesse shopping vieram de fora do Rio Grande do Sul - vieram de
Paulo Afonso, na Bahia. Depois tivemos o Cirque du Soleil, ele está vindo de
novo para Porto Alegre; quando veio para cá, teve que buscar garçom, camareira,
copeiro, motorista, todos de fora do Rio Grande do Sul porque não tínhamos
trabalhadores qualificados para atender a essa demanda.
Então
um trabalhador que perde quatro horas se locomovendo é um trabalhador que
precisa de tempo para se qualificar, precisa de tempo para entrar no mercado de
trabalho e, principalmente, aumentar a produtividade das empresas. E isso tem
ocorrido desde a redução da jornada de trabalho em 1988, na Assembleia
Constituinte, em que garantimos vários direitos aos trabalhadores e aumentamos
a produtividade no Brasil em 84%. O custo das empresas diminuiu, e a
produtividade das empresas aumentou. O que precisamos agora aumentar é o número
de postos de trabalho, o número de mão de obra, precisamos que as pessoas
tenham um pouco mais de oportunidade, que o trabalhador e a trabalhadora tenham
um pouco mais de oportunidade de ficar com os seus filhos.
Há
empresários retrógrados, atrasados, que estão dizendo que a redução da jornada
vai gerar mais desemprego, mas é o contrário, pois o custo da mão de obra no
Brasil é o mais barato do mundo. O custo de uma mão de obra na Coréia, dos
Tigres Asiáticos, é de 19 dólares e 75 cents; nos Estados Unidos, é de 24
dólares e 59 cents; o custo da mão de obra mais barata da Europa, de Portugal,
é de 8 dólares e 27 cents; e o custo da mão de obra no Brasil é de 5 dólares e
96 cents. Então, não é por aí. Esses mesmos empresários, na época da
Constituição de 1988, usavam os argumentos que usam hoje, e da Constituição até
agora a produtividade do Brasil aumentou em 84%. Esses mesmos empresários
diziam, na Constituição de 1988, Vereadores aqui presentes, que, se
aprovássemos a licença-maternidade, as mulheres não teriam mais emprego no
Brasil, e hoje 46% da mão de obra contratada no Brasil é feminina.
Então,
não são as vantagens aos trabalhadores que geram o desemprego, não é a redução
da jornada de trabalho - que vai proporcionar que seja um trabalhador mais
qualificado, um trabalhador que vai poder acompanhar o crescimento e a evolução
do seu filho, um trabalhador que vai estar trabalhando mais satisfeito - que
vai gerar desemprego. O que gera desemprego, acho que todos sabem, é a alta
carga tributária, é a alta dos juros, é a logística, que não existe neste País,
não existe neste Estado, é a falta de portos eficientes, é a falta de
aeroportos eficientes - tudo isso é que gera desemprego. A alta carga
tributária que tem este País é que gera desemprego: a Folha de Pagamento de
PIS, Cofins, IRGA, 4,5% para o Sistema “S” - isso gera desemprego. Agora, a
redução da jornada de trabalho para as pessoas terem um pouco mais de convívio
com os seus filhos, um pouco mais de lazer, um pouco mais de entretenimento,
não gera desemprego; pelo contrário, gera muito mais consumo. Isso está
provado, as políticas que as centrais sindicais desenvolveram no Brasil
garantiram que o País saísse da crise. O dinheiro injetado com o aumento do
salário mínimo ajudou o Brasil a sair da crise, foi o dinheiro injetado com
programas que as centrais defenderam; redução de juros, redução de impostos e
principalmente uma política de aumento de salário para os aposentados e
pensionistas foram medidas que contribuíram para que o Brasil saísse da crise.
Podemos
ajudar o Brasil a incluir o mapa do emprego, podemos ajudar a nossa cidade de
Porto Alegre a gerar 32 mil postos de trabalho, podemos ajudar a fazer com que
entre mais dinheiro na economia. São postos de trabalho permanentes, postos de
trabalho diretos, são postos de trabalho que vêm para ficar dentro do nosso
Município, que vêm para ficar dentro de Porto Alegre. Nós usamos tanto os
exemplos do Primeiro Mundo; eu acho que podemos ter a jornada de trabalho do
Primeiro Mundo. O Japão faz a jornada máxima de 43 horas; nos Estados Unidos, a
jornada máxima é 41 horas; na Alemanha, a jornada máxima é de 37,5 horas e, no
Canadá, 39 horas; outros países têm jornada máxima de 36 horas, 34 horas.
Agora, o que nós precisamos é gerar emprego neste País, o que nós precisamos é
gerar emprego neste mundo.
Estamos
visitando as Câmaras de Vereadores do Rio Grande do Sul e pedindo aos Srs.
Vereadores, encarecidamente, que intercedam junto aos seus Deputados, conversem
com seus Deputados! A redução da jornada de trabalho já passou por todas as
comissões imagináveis no Congresso Nacional. Há 16 anos, o Paim e o Inácio
Arruda eram Deputados Federais, hoje são Senadores, e essa questão já tramitava
no Congresso Nacional; ela está pronta para ser votada, já está na Mesa do
Congresso para ser votada. Estamos pedindo encarecidamente a todos os
Vereadores que intercedam junto aos seus Deputados pedindo que coloquem em
votação a redução da jornada de trabalho para gerarmos emprego no nosso País;
principalmente, 171 mil vagas no Rio Grande do Sul e 32 mil vagas em Porto
Alegre, para que nós, os trabalhadores, possamos ter um pouco mais de convívio
com nossos familiares. Que Deus abençoe a todos nós e ilumine todos os
trabalhadores do Brasil! Muito obrigado. (Palmas.)
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Convido o caríssimo Sr. Cláudio Janta, Presidente da Força Sindical do
Rio Grande do Sul, a tomar assento à Mesa conosco.
O
Ver. Airto Ferronato está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O
SR. AIRTO FERRONATO: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores; nosso ilustre visitante, Cláudio Janta, quero
dizer que hoje, vendo o amigo, nos vem à lembrança o nosso Sindec, Sindicato
dos Comerciários. Tive a honra e a satisfação de ter sido agraciado, numa certa
oportunidade, pelo Sindec, por serviços e pela posição que venho adotando - e
que ainda adoto - com relação ao tema trabalho. Hoje percebemos, não é
novidade, que o trabalho formal vem despencando vertiginosamente, muito
especialmente por responsabilidade das grandes empresas, que desempregam. Se
pensarmos no passo seguinte, nós temos a tortura do pensar na viabilidade do
desemprego aos 45, 50, 55 anos. Hoje é muito comum o cidadão brasileiro
trabalhar por muitos anos numa empresa qualquer e, sem dó nem piedade, aos seus
40, 45, 50 anos, ser demitido, depois ele sai por aí a peregrinar viabilidades
de emprego, numa situação extraordinariamente difícil. Por outro lado, mais
adiante um pouco, há aqueles que conseguem ultrapassar essa fase e se
aposentam; aposentam-se com uma remuneração extraordinariamente abaixo da que
ganhavam, que já não era muito, enquanto trabalhadores na atividade. As leis,
as propostas de Brasília, à base do “mensalão” - a maioria delas -, levaram a
aposentadoria aos 60 anos, aos 65 anos, como se nós estivéssemos vivendo num
país extraordinariamente desenvolvido economicamente. Isso tudo à base do
“mensalão”.
Então,
estou aqui para dizer que concordo que o País precisa não aumentar o tempo de
contribuição para aqueles que não encontram mais emprego, mas buscar
alternativas de criação de emprego, essa é uma alternativa. Além dessa
alternativa de criação de emprego, não é possível que o ser humano das 8 horas
- são oito horas para trabalho, são oito horas para dormir, são oito horas para
não sei o quê - não conviva com a sua família, não tenha lazer, porque tem uma
jornada de trabalho extraordinariamente longa. Nós, enquanto Presidente da
Comissão de Finanças e Economia aqui da Câmara Municipal, estamos à disposição
para tratar de ideias a respeito do tema. E quero dizer que precisamos buscar
alternativas e meios para aumentar postos de trabalho neste País; é uma
possibilidade, estamos junto. Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Engenheiro Comassetto está com a palavra, nos termos do artigo
206 do Regimento.
O
SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Prezado
Janta, todos os dirigentes e componentes da Força Sindical: a luta dos
trabalhadores neste País é uma luta que se afirma ao longo dos tempos, e
algumas conquistas lentamente vêm surgindo. Quando o Presidente Lula assumiu a
Presidência da República, a luta dos trabalhadores era elevar o salário mínimo
para cem dólares. Hoje nós estamos entre 250 e 300 dólares. É pouco? É pouco.
Temos que fazer as reformas neste País: a Reforma Política, a Reforma
Tributária, e, quando falamos em Reforma Trabalhista, temos que demarcar desde
já que não é para tirar direito dos trabalhadores; é para potencializar que se
gerem mais postos de trabalho neste País. Portanto, o tema que o senhor traz
aqui é um tema da discussão política da conjuntura deste País. O Mandela usava
uma frase brilhante, ele dizia que o povo deveria se organizar e ajudá-lo a
conquistar aquilo de que o país precisava, porque quem não queria já estava
organizado, pressionando-o a não deixar fazer. Parabéns aos trabalhadores, às
organizações e à luta! A diminuição da carga horária de trabalho é uma
reivindicação histórica. Se queremos ser Primeiro Mundo, por que não acompanhar
a Europa? (Palmas.)
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): A Verª Fernanda Melchionna está com a palavra, nos termos do artigo 206
do Regimento.
A
SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Sr.
Presidente, Sr. Cláudio, em nome do PSOL, quero manifestar o nosso apoio à
defesa, à luta pela redução da jornada de trabalho sem redução de salário, o
que é fundamental. Ainda mais nesse momento, em que temos que lutar para manter
direitos, para garantir que aquilo que está na CLT há décadas, na história
brasileira, não seja pisoteado, não seja passado por cima, vide Reforma
da Previdência, implementada em 2003, pelo Governo Lula, que retirou o direito
dos trabalhadores, fazendo com que o tempo de trabalho aumentasse; vide
o desemprego, que tem aumentado. E, fruto da crise, os empresários aproveitaram
para usar a desculpa do desemprego para demitir trabalhadores em vez de reduzir
a jornada, o que permitiria que mais gente tivesse direito ao trabalho. Vide
a terceirização e a precarização, que tomam conta também do serviço público
como forma de baratear a mão de obra, como forma de enxugar o gasto da máquina
pública com o direito ou o que deveria ser o direito ao trabalho; vide o
que nós estamos vendo ainda hoje, Sr. Cláudio: em pleno 2009, ainda persiste,
no nosso País, trabalho escravo, trabalho semiescravo nas plantações, nas
fábricas clandestinas, que aproveitam os trabalhadores retirantes - eles,
muitas vezes, não tendo condições de se sustentar, estão sujeitos a esse tipo
de tratamento.
Então,
eu queria dizer que, com todo esse cenário, cada vez mais se faz necessária a
defesa do trabalho, a defesa das conquistas históricas e a ampliação dessas
conquistas, desses direitos. Não temos dúvida de que qualquer reivindicação que
venha melhorar a qualidade de vida do trabalhador, que venha garantir um tempo
de lazer para que ele possa desenvolver mais o seu trabalho, como o senhor bem
falou na tribuna, valorizando o seu salário; qualquer reivindicação no sentido
de garantir ou melhorar as condições dos nossos trabalhadores tem o apoio do
PSOL, tem o apoio do nosso Partido para lutar do início ao fim, para conquistar
os direitos dos nossos trabalhadores. Sabemos que não ganhamos nada de mão
beijada, tudo o que os trabalhadores têm é fruto da sua luta, e nós temos que
seguir lutando. Parabéns pela pauta! (Palmas.)
(Não
revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. DJ Cassiá está com a palavra, nos termos do art. 206 do
Regimento.
O
SR. DJ CASSIÁ: Sr.
Presidente Cláudio Janta, eu gostaria de o receber com sorriso, mas nesta Casa
não se pode sorrir, porém o recebo solidário com a minha Bancada, a Bancada do
PTB - do Ver. Nilo Santos, nosso Líder; Ver. Brasinha, Ver. Chiodo e Ver.
Tessaro. Com certeza, não poderia ser diferente. Nós, trabalhistas, que temos
uma marca de Getúlio, não poderíamos ter uma posição diferenciada da dos
trabalhadores. Contem com o apoio desta Bancada, estamos juntos e misturados,
podem ter certeza de que essa luta de vocês é a luta desta Bancada, para baixar
a jornada. Parabéns pelo trabalho! Parabéns a todos os senhores do Sindicato,
ao Claudinho, meu grande irmão, meu parceiro! Muito obrigado. (Palmas.)
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Luiz Braz está com a palavra, nos termos do art. 206 do
Regimento.
O
SR. LUIZ BRAZ: Sr.
Presidente, quero cumprimentar todos os integrantes da Força Sindical, o meu
amigo Cláudio Janta, e dizer que eu, pelo menos, não
acredito que houve a valorização do salário. Hoje, medindo em dólares, o
trabalhador passou a ganhar mais, eu acho que houve, sim, uma grande
desvalorização do dólar. Muito embora, é claro, não se possa negar a grande luta
para que o trabalhador pudesse sempre ter um poder aquisitivo maior, mas eu
acho que isso ainda não acontece, ainda é uma luta muito grande que tem que ser
empreendida por todos os sindicatos e principalmente por pessoas conscientes
como você.
O
senhor fala da grande luta que é a redução da jornada de trabalho, isso, sim,
vai trazer um ganho real para o trabalhador e propiciar que mais mão de obra
possa ser contratada. Então, essa luta é real, faz jus à grande liderança que
você hoje exerce no meio sindical. Com toda a certeza, também merece o apoio da
nossa Bancada da Câmara de Vereadores. Parabéns! (Palmas.)
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Haroldo de Souza está com a palavra, nos termos do art. 206 do
Regimento.
O
SR. HAROLDO DE SOUZA: Sr.
Presidente; Sr. Cláudio Janta, Presidente da Força Sindical do Rio Grande do
Sul; não há necessidade nem de 60 segundos para dizer que existe a concordância
da Bancada do PMDB sobre o seu propósito aqui nesta Casa, as 40 horas semanais
sem redução salarial, evidentemente, porque o Lula mesmo afirma que nós somos
uma das dez potências econômicas do mundo. Se nós somos, realmente, uma das dez
potências econômicas do mundo, é natural que o Governo possa bancar; é só
avisar os nossos Deputados Federais, os nossos Senadores, para que essa
reivindicação seja atendida, com base em apenas um número - 32 mil postos de
trabalho a mais para a cidade de Porto Alegre me servem, com certeza! Obrigado.
(Palmas.)
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Toni Proença está com a palavra, nos termos do art. 206 do
Regimento.
O
SR. TONI PROENÇA: Sr.
Presidente, Ver. Sebastião Melo; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, nosso
Presidente da Força Sindical, Cláudio Janta; demais membros da Diretoria e
representantes da Força que estão aqui, falo em nome da Bancada do PPS e, com
muito orgulho - por deliberação do Ver. João Antonio Dib -, em nome da Bancada
do PP. Eu quero dizer ao DJ Cassiá que nós aqui somos responsáveis por muitas
alegrias do povo de Porto Alegre, portanto temos que continuar sorrindo sim.
Não se deixe patrulhar, vamos continuar sorrindo, porque é sorrindo que se pode
resolver muitos problemas da Cidade.
Eu
quero dizer ao Cláudio Janta que essa é uma luta dura, uma luta determinante e
determinada dos trabalhadores do Brasil, que a Força muito bem representa. E
toda inovação, todo rompimento e todas conquistas que os trabalhadores tiveram
no Brasil dependeram de muita luta e de muita mobilização. Por isso, parabéns à
Força por liderar essa mobilização! E tenha a certeza de que, só com muita luta
e muita mobilização, vamos conseguir conquistar a jornada de 40 horas.
(Palmas.)
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra, nos termos do art. 206 do
Regimento.
O
SR. REGINALDO PUJOL: Sr.
Presidente, eu tenho muita satisfação em cumprimentar o orador desta Tribuna
Popular, Cláudio Janta, Presidente da Força Sindical do Rio Grande do Sul. Eu,
de certa maneira, sou suspeito de me manifestar nesta hora, na medida em que
sempre confessei o meu apreço pela linha de atuação da Força Sindical, uma
linha pragmática, que coloca os interesses dos trabalhadores sempre acima de
qualquer divergência ideológica. Isso sempre me aproximou da Força.
Eu
sei que o tema que hoje me traz aqui é polêmico em sua natureza; se não o
fosse, não estaria rodando na Câmara dos Deputados por cerca de 16 anos, como
V. Exª acentuou no seu pronunciamento. De qualquer sorte, eu quero dizer da
minha opinião, como integrante do Democratas, por ausência de outro Partido,
porque, em realidade, eu sou é liberal. Vossa Excelência se acostumou a me ver
debatendo às vezes divergindo da Força, mas sempre com muita autenticidade
dentro de uma conduta previamente estabelecida. Digo a V. Exª que eu acho que a
coisa agora se encaminha, porque a Força sempre foi consequente. Vamos fazer
com que essa matéria seja enfrentada. Se há inconvenientes, que digam dos
inconvenientes, que se debata, que se tente exaurir a discussão, mas que não
deixem sem definição. Conte conosco! (Palmas.)
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Luciano Marcantônio está com a palavra, nos termos do art. 206
do Regimento.
O
SR. LUCIANO MARCANTÔNIO: Eu
quero saudar o Sr. Cláudio Janta, Presidente da Força Sindical, que está muito
bem representada por este grande guerreiro dos direitos dos trabalhadores.
Quero reforçar que o PDT, pelo seu histórico em defesa dos direitos dos
trabalhadores, inclusive por ter sido responsável pelo nascimento da CLT na
pessoa do nosso grande líder, Getúlio Vargas, é a favor das 40 horas semanais.
O PDT está contigo nesta luta, Janta, e fizeste uma leitura muito complexa,
muito clara, muito objetiva e muito séria, por isso as pessoas que defendem a
qualidade de vida dos trabalhadores e defendem uma economia que seja
desenvolvimentista não podem estar longe, não podem ser contra, porque é uma
luta correta.
Quero
te parabenizar, Janta, pela equipe maravilhosa que representas, como as pessoas
da Força Sindical, as pessoas do Sindicato dos Comerciários. Se não fosse a
caminhada de vocês, se não fosse vocês levantarem essa bandeira, correríamos o
risco de, mais uma vez, ver os trabalhadores saírem perdendo, e o Brasil também,
porque economia brasileira depende dos trabalhadores. A jornada de 40 horas
traz duas grandes vantagens ao País: a qualidade de vida dos seres humanos e o
desenvolvimento da economia brasileira. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Waldir Canal está com a palavra, nos termos do art. 206 do
Regimento.
O
SR. WALDIR CANAL: Sr.
Presidente, o PRB não poderia se furtar, neste momento, de apoiar a iniciativa
da Força Sindical, do Presidente Cláudio Janta; diante de tudo que já foi
falado aqui pelas Bancadas, o PRB da mesma maneira se comporta. Estamos no
mesmo propósito, entendemos que a jornada de trabalho de 40 horas proporciona
qualidade de vida aos trabalhadores, maior quantidade de postos de trabalho,
valorizando o cidadão, aquecendo a economia, é do que o nosso trabalhador
necessita. Parabéns pela luta! Conte conosco, o PRB é parceiro nessa jornada.
(Palmas.)
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Prezado Cláudio Janta, quero também me somar às manifestações de todas
as Bancadas e dizer que o senhor é muito bem-vindo a esta Casa. O senhor tem
uma trajetória de luta cidadã. Quero estender os cumprimentos a toda a Força
Sindical. Dos vários assuntos que V. Sa. tratou na tribuna, chamou-me muito a
atenção a questão da qualificação profissional. O Brasil tem que parar com a
indústria de “diploma frio” e dar, realmente, condições às pessoas de buscarem
emprego com dignidade. O País precisa de cientista, de filósofo, de pensador,
mas precisa também de quadros técnicos. Nós temos aí a oportunidade de ter
algumas escolas técnicas em Porto Alegre, estamos trabalhando muito aqui na
Casa para isso, e a Força Sindical pode ser muito parceira e será. Portanto,
cumprimentos a ti e a toda Força Sindical.
Estão
suspensos os trabalhos para as despedidas.
(Suspendem-se
os trabalhos às 15h04min.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo – às 15h05min): Estão reabertos os trabalhos da presente
Sessão. Convido os Srs. Líderes de Bancada para que compareçam à Mesa. (Pausa.)
Muito obrigado, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, pela contribuição na formatação
da agenda de trabalho. Agradeço também aos Líderes.
Havendo
quórum, passamos à
ORDEM DO DIA
(O
Ver. Adeli Sell reassume a presidência dos trabalhos.)
REQUERIMENTO
– VOTAÇÃO
(encaminhamento:
autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
REQ. Nº 147/09 – (Proc. nº 5326/09 – Verª Sofia Cavedon) – requer a constituição da Frente Parlamentar de Luta contra as DST/HIV/Aids.
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Em
votação o Requerimento nº 147/09, de autoria da Verª Sofia Cavedon, que requer
a constituição da Frente Parlamentar de Luta contra DST/HIV-AIDS. (Pausa.) Os
Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por
unanimidade.
REQUERIMENTO
– VOTAÇÃO
(encaminhamento:
autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
REQ. Nº 145/09 – (Proc. nº 5273/09 – Mesa Diretora) – requer a realização de Sessão Solene, no dia 1º de dezembro, às 15 horas, destinada a assinalar o transcurso do Dia do Policial Civil.
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Em
votação o Requerimento nº 145/09, de autoria da Mesa Diretora, que requer a
realização de Sessão Solene no dia 1º de dezembro de 2009, às 15h, destinada a
assinalar o transcurso do Dia do Policial Civil. (Pausa.) Os Srs. Vereadores
que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por unanimidade.
REQUERIMENTO
- VOTAÇÃO
(encaminhamento:
autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
REQ. Nº 148/09 – (Proc. nº 5356/09 – Verª Fernanda Melchionna) – requer Moção de Repúdio à decisão da Universidade Bandeirante de São Paulo (Uniban) de expulsar a estudante Geyse Arruda.
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Em
votação o Requerimento nº 148/09, de autoria da Verª Fernanda Melchionna, que
requer Moção de Repúdio ao Dr. Heitor Pinto Filho, Reitor da Universidade
Bandeirantes de São Paulo, a Uniban, pela decisão de expulsar a estudante Geyse
Arruda, responsabilizando a jovem pela lamentável violência ocorrida no dia 22
de outubro de 2009. (Pausa.) A Verª Fernanda Melchionna está com a
palavra para encaminhar a votação do Requerimento nº 148/09.
A
SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Sr.
Presidente, colegas Vereadores e Vereadoras, fico feliz que a nossa Moção tenha
sido bem recebida neste Plenário por vários Vereadores: o Ver. Mauro Zacher,
que fez um pronunciamento sobre o tema; a Verª Sofia Cavedon; o Ver. Reginaldo
Pujol, que me parabeniza pela Moção; o Ver. Dr. Thiago Duarte, que fez um
pronunciamento no Grande Expediente. É um tema fundamental a ser tratado,
primeiro pela prática da criminalização da vítima, Ver. Reginaldo Pujol, uma
prática que há vinte anos, talvez menos, infelizmente, nós víamos no Brasil. A
prática de que, quando uma mulher era assediada, quando uma mulher era
violentada, quando uma mulher era agredida verbal, física e sexualmente, a
culpa era da mulher, que provocava, que usava minissaia, que usava decote,
inclusive há um bom filme que trata sobre o tema da criminalização das mulheres
quando ocorre violência, barbárie, agressão física e, sobretudo, violência sexual
dos homens contra as mulheres.
As
mulheres, antigamente, eram expulsas das famílias, expulsas das casas,
agredidas pela rua quando acontecia esse tipo de violência. Muito se lutou,
Verª Maria Celeste, para que as mulheres tivessem direitos - direito a usar
biquíni, direito a usar saia... Lembro-me bem, quando surgiu a minissaia, dos
casos que houve pelo mundo inteiro e também em Porto Alegre, das primeiras
mulheres que usavam saia e eram apedrejadas pelas ruas por defender seu direito
sobre o próprio corpo. Nós lutamos e conquistamos o direito ao trabalho, ao
estudo, ainda que haja distorções salariais, distorções de direitos, ainda que
a mulher seja vítima de violência doméstica. Mas o fato é que houve avanços,
fruto da mobilização feminina.
Muito
nos espanta que, em pleno 2009, quando uma jovem de 20 anos usa uma saia - um
vestido muito maior, Ver. João Dib, do que aquele que desfilam na Marquês de
Sapucaí durante o carnaval, um vestido muito maior do que muitos shorts
de grupos musicais, um vestido normal -, seja ela agredida, xingada, tendo que
sair escoltada, Ver. Todeschini, por policiais, para não ser abusada
sexualmente! E, mesmo assim, vem uma decisão da Uniban - Universidade em que a
moça estudava, quarta maior universidade privada do País - de expulsar a moça,
porque ela, usando vestido curto, tinha provocado os homens, o mesmo argumento
que se dizia 20, 30, 40 anos atrás, quando as mulheres eram vitimizadas e, ao
mesmo tempo, culpadas pelo machismo e pelo absurdo. Nós não podemos aceitar o
retrocesso, não podemos aceitar a violência contra as mulheres, não podemos
aceitar que uma universidade que forma futuros profissionais do nosso País
conviva com essa barbaridade cometida por esses estudantes. A Universidade
culpa a jovem, culpa a saia da jovem, quando os culpados são esse estudantes
bárbaros, violentos, machistas que não podem conviver com a feminilidade, que
não podem conviver com uma saia curta, porque se exaltam e se sentem
provocados! Em vez de esses jovens serem expulsos e autuados pela Universidade,
a Universidade decidiu punir a jovem.
Portanto,
mesmo após a comoção social, mesmo após os protestos, como o da UnB, em que 250
jovens, inclusive, fizeram uma mobilização com o seu corpo...só depois da
reação que houve na imprensa, a Universidade decidiu reincorporar a moça,
porque está preocupada com os seus cofres, em não queimar o filme, em não sujar
o seu nome, e não como recuperação de um ato absurdo. Mesmo que isso já tenha
acontecido, é fundamental que esta Casa se posicione; posicione-se contra o
retrocesso, posicione-se a favor da liberdade das mulheres, posicione-se para
mostrar que a sociedade não vai aceitar nenhum tipo de punição para aquelas que
têm o direito de usar o tamanho da saia que quiserem, o vestido que quiserem.
Na verdade, nós devemos, sim, cobrar a punição desses estudantes bárbaros,
violentos e agressores que fizeram com que a menina tivesse que sair escoltada
pela Polícia da Universidade. A sociedade brasileira, gaúcha e porto-alegrense
não pode se calar, tem que dar um voto favoravelmente à nossa Moção, no sentido
de reprimir e questionar qualquer tipo de retrocesso à liberdade das mulheres.
Muito obrigada, Sr. Presidente.
(Não
revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Peço
licença ao próximo orador, o Ver. Mauro Zacher, apenas para apregoar as Emendas
ao Plano Diretor - PLCE nº 008/07.
Apregoo
as seguintes Emendas: 417 e 418, de autoria do Ver. João Pancinha e outros;
419, de autoria Ver. Paulinho Ruben Berta e outros; 420, de autoria Ver.
Engenheiro Comassetto e outros; 421, de autoria do Ver. Sebastião Melo e
outros; 422, de autoria do Ver. Toni Proença e outros; 423, de autoria da Verª
Fernanda Melchionna e outros; 424, 425, 426, 427, 428 e 429, de autoria do Ver.
Valter Nagelstein e outros; 430, do Ver. Reginaldo Pujol e outros - todas ao
PLCE nº 008/07.
O
Ver. Mauro Zacher está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento
nº 148/09.
O
SR. MAURO ZACHER: Sr.
Presidente, Ver. Adeli Sell; demais Vereadores e Vereadoras, de maneira muito
objetiva subo a esta tribuna para saudar a iniciativa da nossa colega Verª
Fernanda Melchionna. Eu sei, Vereadora, que a sua posição, em relação a esta
Moção de Repúdio, é representar todas as mulheres da nossa Câmara, Vereadoras,
também as mulheres que trabalham aqui conosco nesta Casa. Eu fiz questão de
provocar essa posição das mulheres porque assistimos a uma das questões mais
brutais que eu já tinha percebido dentro de uma universidade. Como muitos que
passaram pela universidade, que militaram no movimento estudantil, vi os
“bixos” sendo perseguidos, os calouros, e discutimos isso, mas não o pensamento
tão conservador que está dentro da nossa juventude.
Eu
quero ir um pouco mais longe, Fernanda, porque sei que V. Exª também, assim
como eu e outros Vereadores, vai muito às escolas: muito das violências que
acontecem dentro da escola estão ligadas à questão da sexualidade, que é mal
trabalhada; tabus ainda devem ser quebrados. Os nossos professores têm grande
dificuldade de trabalhar a sexualidade com os nossos alunos, o que leva a
muitas brigas, aos rótulos, às perseguições, aos apelidos, algo que a gente vê
claramente, agora, dentro da universidade. Quer dizer, sobre esse pensamento
conservador que temos que trabalhar e aqui fazer uma reflexão.
Acho
que esta Moção de Repúdio - embora a universitária já tenha retornado às aulas,
porque a Reitoria refez o seu ato - merece todo o nosso reconhecimento, o nosso
apoio pela sua postura, pela sua firmeza diante desse fato, que nós não podemos
deixar que aconteça numa universidade em São Paulo, muito menos nas nossas
aqui. Que atos como esse sejam, de fato, enfrentados por todos nós, porque não
queremos que as nossas mulheres sejam perseguidas e massacradas publicamente
como foi essa menina, que, talvez, possa estar colocando seus estudos ao fim.
Vocês sabem que são poucos os jovens que conseguem terminar o ensino de 3º
Grau.
Saúdo
mais uma vez a sua postura. Que bom que fiz aqui uma provocação, mas que as
nossas mulheres não deixaram por menos. Parabéns, contem conosco.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento nº 148/09, de autoria da Verª Fernanda Melchionna.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, minha cara Verª Fernanda Melchionna, eu normalmente não voto moções. Sempre digo que moções geram tensões, geram irritações e terminam em brigas e agressões. Mas desta vez vou votar favoravelmente, porque a posição do Reitor é estapafúrdia. Aliás, mostrou que não tinha consciência do que fazia, porque expulsou a aluna num dia e a reintegrou no outro. É claro que também tenho que me posicionar contrariamente aos estudantes que a agrediram com palavras e fisicamente. Realmente é uma moça bonita. Agora, isso terminou sendo, para ela, talvez um bem, porque todos os jornais do País e de fora do País mostraram a moça no seu traje vermelho, em toda a sua beleza.
Foi
uma posição completamente equivocada a do Reitor. Ele deveria é ter repreendido
aqueles que agrediram uma colega, mas ele resolveu expulsá-la. Fez muito mal.
No dia seguinte, após chegar em casa, a esposa dele deve ter dito: “Tu não
respeitas as mulheres?”, e aí ele achou que tinha que respeitar e voltou atrás.
Portanto vou votar favoravelmente, o que não é muito comum da minha parte.
Saúde e PAZ!
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): A Verª Maria Celeste está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento nº 148/09, de autoria da Verª Fernanda Melchionna.
A
SRA. MARIA CELESTE: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, saúdo a
iniciativa da Verª Fernanda Melchionna e também as iniciativas que houve nesta
Casa durante o período de Comunicação, pronunciamento de vários Vereadores
repudiando esse ato de barbárie, de vandalismo que aconteceu na Universidade
Bandeirantes do Estado de São Paulo contra uma jovem estudante que usa
adequadamente a sua forma de se manifestar, de se vestir e que tem a liberdade
para tal.
Nós,
mulheres do Movimento de Mulheres, Ver. Lucio, estávamos - eu estava
representando a Câmara nesta atividade - no Seminário Nacional A Mulher e a
Mídia quando fomos surpreendidos, junto com a Ministra Nilcéa, que fazia parte
desse Seminário, não só pela notícia da barbárie, que já havia ocorrido, como
também da posição do Reitor e da Direção da Universidade expulsando essa jovem
da academia, fazendo com que ela, que era uma vítima, naquele momento se
transformasse em alguém nefasto para o meio acadêmico pela sua postura, pela
sua forma de vestir.
Nós
temos enfrentado este problema, temos feito o debate nesta Casa também sobre
roupas, vestimentas, e é importante ressaltar que avançamos nesse sentido; o
Movimento de Mulheres avançou no mundo todo em relação à vestimenta das
mulheres. Ainda não avançamos em países do Oriente, onde as mulheres são
tolhidas da sua livre expressão através da sua roupa, da sua vestimenta; elas
são obrigadas, muitas delas, a usar véus, a usar a burca, escondendo toda a sua
personalidade, escondendo todo o seu ser, que é o ser mulher. Lamentavelmente
verificamos que, mesmo com todo o Movimento de Mulheres do mundo e com todas as
manifestações e o avanço que tivemos com o Movimento Feminista, ainda
presenciamos cenas terríveis como essa que aconteceu não num outro país, mas
aqui no Brasil, por parte da geração de que estamos falando. Eu temo que o
conservadorismo e o retrocesso, que já, por leis e garantias, nós constituímos
no nosso País, estejam, de certa forma, dando sinais, o que para nós é
extremamente preocupante.
Falo
disso porque, há muito pouco tempo, constituímos o Estado Democrático de
Direito, em que as pessoas têm toda a liberdade de se expressar, de ir e vir,
todos direitos garantidos na Constituição, e porque, a partir da Constituição
Federal, todas as leis foram sendo colocadas - o Estatuto da Criança e do
Adolescente; recentemente, o Estatuto do Idoso - respaldando o direito de todo
ser humano, em nosso País, de ser respeitado na sua peculiaridade, em relação à
sua idade, em relação ao gênero, em relação à cor, à etnia. E nada disso nós
verificamos quando a barbárie se estabeleceu nessa universidade. Não é lá na
favela, Ver. DJ Cassiá, não é numa escola da periferia, é em uma universidade
particular, onde podemos presenciar, de certa forma, filhos de trabalhadores
que pagam para estar nessa universidade. Nós presenciamos ali instalados o caos
e a barbárie, com cenas de uma violência brutal contra uma jovem, porque estava
usando um vestido mais curto.
Lamentavelmente,
presenciamos um retrocesso na conquista de direitos e na luta das mulheres, mas
esse caso que está aí colocado faz e traz uma reflexão, e urge que toda as
instituições brasileiras tomem posição, assim como a Ministra Nilcéa. Ela mais
trezentas mulheres que participavam daquele Seminário encaminharam uma Moção de
Repúdio ao Reitor da universidade, questionando, inclusive, a expulsão da jovem
Geyse naquele momento, naquele dia. Houve uma reação instantânea em todo o
Brasil, e esta Casa, a Câmara Municipal de Porto Alegre, que tem se posicionado
por decisões de vanguarda, não pode se omitir neste momento.
Portanto,
eu parabenizo a lembrança da Verª Fernanda Melchionna, que, aliás, estava
também organizando manifestação no Centro da Cidade, que contou com o nosso
apoio, mas que não houve necessidade nesse sentido, porque houve o recuo do
Reitor da universidade. Mas é isso mesmo, Fernanda: nós, mulheres, temos, sim,
que estar presente em todos os movimentos, atentas, para que não tenhamos
retrocesso na luta de conquista de direito das mulheres, mas queremos também
levar os homens, principalmente os Vereadores desta Casa, para estarmos cada
vez mais buscando e respaldando os direitos das mulheres no nosso Brasil. Muito
obrigada.
(Não
revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell):
O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para encaminhar a votação do
Requerimento nº 148/09.
O
SR. REGINALDO PUJOL: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, eu fico muito
satisfeito que essa proposição seja firmada por uma jovem, a mais jovem das integrantes
desta Casa, a Verª Fernanda Melchionna, e que ela tenha, desde logo, tido o
apoio do Ver. Mauro Zacher, um dos nossos jovens integrantes; eles simbolizam,
a meu juízo, o mundo universitário de hoje, já que são recém-saídos da
universidade. Eu poderia, Ver. Thiago, lembrar o seguinte: essa matéria está
bem reforçada pela posição da Verª Maria Celeste e, sobretudo, pelo Ver. João
Antonio Dib, nosso decano, pessoa a quem a cidade de Porto Alegre deve o maior
respeito, ainda que alguns não tenham entendido a grandiosidade da sua atuação
nesta Casa.
Essa
matéria, Sr. Presidente, Srs. Vereadores, naturalmente desperta algum tipo de
paixão. Ver. Adeli, dentro de menos de trinta dias, eu farei quarenta anos de
formatura, e, há quarenta anos, discutia-se se as meninas podiam passar pela
Rua da Praia, onde se fazia o footing, vestindo minissaia,
aquelas da Mary Quant. Foi um escândalo! A Brigada teve que socorrer as
meninas, que se hominiziaram muito provavelmente na Lojas Americanas. Hoje se
repete, lá na Uniban, esse episódio. Quarenta anos depois, continua-se
discutindo a extensão da saia - se é lícita ou se não é lícita! Mas que
barbaridade! Eu fico muito à vontade em dizer isto. Estou com 70 anos de idade,
olho essas meninas com o maior respeito, com o maior carinho - não poderia ser
de outra forma, tem que ser assim mesmo. Cheguei e disse, Verª Maria Celeste,
quando me informaram - e V. Exª vai me entender melhor do que ninguém: “Mas vem
cá, estão recriminando ela por estar de vermelho?” Vossa Excelência sabe que
não lhe recomendo a cor vermelha por razões esportivas, mas que é uma questão
de bom ou de mau gosto, de uma opção ou de outra, mas toda essa recriminação,
essa barbárie por causa de um palmo de saia?! O que é isso? A coisa está dando
para trás.
Eu
não sou contra qualquer tipo de exacerbação quer em um sentido, quer em outro.
Acho que os jovens estudantes lá da Uniban “pisaram na bola”, foram longe
demais. E o pior, Ver. Todeschini: tiveram, num primeiro momento, o respaldo do
comando da Faculdade, do comando da Universidade, que parecia até um juiz de
futebol, aquele que apita e depois se convence de que apitou errado e aí volta
atrás. É bem verdade que dois erros nunca vão fazer um acerto, então é
preferível que, num segundo momento, haja a correção do erro do que persistir
nele. E, no caso, acho que, ao terem retornado, ao terem revertido a decisão
anterior, acabaram fazendo um acerto. Por isso, Vereadora, costumo dizer a V.
Exª em vários temas: “Vereadora, a sua posição é uma, só pode ser essa, porque
a senhora é jovem, é rebelde, representa a sua geração.” Essa não é a minha
posição, mas hoje eu a altero, pois hoje a jovem rebelde fala também em nome da
experiência de quem nunca tolerou a intolerância, e não seria agora que iria
tolerar.
(Não revisado
pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Nós
temos mantido a tradição no sentido de que as Lideranças de situação e de
oposição façam também os devidos encaminhamentos, portanto estão abertas as
inscrições.
A Verª Sofia Cavedon está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento nº 148/09.
A
SRA. SOFIA CAVEDON: Ver.
Adeli Sell, na presidência dos trabalhos; Srs. Vereadores, Sras
Vereadoras, cara Verª Fernanda, é muito pertinente e necessário este protesto e
esta manifestação da Câmara. Primeiro porque convivemos com uma hipocrisia
inaceitável, porque mulher tirar a roupa, usar minissaia, usar decote, usar
biquíni, quando serve para vender qualquer coisa, é muito bem-vindo. Quando
serve para vender uma revista, quando serve para aumentar os índices de
audiência dos programas, quando serve para vender carro, vender produto de
limpeza, bom, aí tudo bem, aí a mulher pode andar como quiser. Porém, quando a
mulher é vítima de violência, ela é a grande responsável pelos atos de
violência, e é isso que está por trás da impassividade dos seguranças, que
assistiam ao que era feito com a Geyse...! Quando a Direção da Universidade
expulsa a menina, a aluna, aí a violência é justificada; aliás, a culpa é da
vítima! Vejam a hipocrisia desta sociedade! Da mulher se faz objeto, porque o
capitalismo torna tudo objeto. Junto com isso, bebe disso, alimenta-se disso o
machismo; alimenta-se disso a opressão de gênero, a violência contra gênero.
Todo dia há uma notícia, todo dia, não só de violência, mas de morte de
mulheres, Srs. Vereadores. O meu companheiro contava ontem de uma auxiliar, de
uma técnica em Nutrição ou técnica em Enfermagem, do Hospital de Clínicas, que,
nesta semana, foi morta pelo ex-marido - nesta semana -, isso não acontece só
nas classes mais pobres.
Então,
na escola, no cotidiano, as mulheres que trabalham na rua, as mulheres que são
vítimas de violência em casa, as mulheres que são abordadas, inclusive, pelos
seguranças, pela Segurança Pública, muitas vezes são responsabilizadas pela
violência: ou porque estão se comportando muito livremente, ou porque não estão
bem vestidas, etc., ou porque não se comportaram em relação ao marido, não
honraram o casamento, etc., etc. Transforma-se a mulher em alguém de quem dá
para debochar, como em muitos programas, em alguém que dá para utilizar como
produto para vender outros produtos. Então, é contra essa hipocrisia que nós
nos levantamos, é contra uma sociedade que não trata todos como iguais, que não
aceitou e não compreendeu a mulher.
Aqui,
a Maria Celeste falava das mulheres do Paquistão, do Afeganistão, de quão dura
e quão nítida é a sua exclusão. No entanto, a discriminação, a violência
simbólica que é feita numa sociedade democrática - supostamente democrática -
muitas vezes é mais difícil de combater do que aquela em que a roupa demonstra
violência, demonstra a repressão. Fiquemos atentos, pois, quando nos rebelamos
fortemente aqui, quando queriam enquadrar a nossa roupa, não era só uma
demarcação pura e simples de que não mandam em nós, é porque no dia a dia das
mulheres brasileiras isso acontece, e acontece porque nós ainda não nos
livramos de uma sociedade machista, não nos livramos de uma sociedade sexista,
porque ainda na escola nós reproduzimos os papéis, ainda na escola, na sociedade
- começa de pequenininhas -, nós reproduzimos o lugar da mulher, o
comportamento da mulher, o espaço dedicado à mulher, que não é o mesmo em
igualdade com os homens, Ver. Dib.
Então,
esse é o protesto que nós levantamos, queremos o voto de todos contra a
hipocrisia desta sociedade, mas, mais do que isso, queremos uma sociedade de
fato democrática, de fato com democracia substantiva, uma sociedade que
respeite todos igualmente, que se escandalize e se espante quando se fazem de
seres humanos produtos, quando se fazem de vítimas os culpados. Obrigada.
(Não
revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Em
votação o Requerimento nº 148/09. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam
permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO pela unanimidade dos presentes.
Parabéns, Verª Fernanda Melchionna, por sua proposição.
DISCUSSÃO
GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com
aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC. Nº 1856/09 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 011/09, de autoria do Ver. Dr. Thiago Duarte, que
concede ao Mestre Akira Taniguchi Shihan, “in memoriam”, o Diploma Honra ao
Mérito.
Pareceres:
- da CCJ. Relator Ver. Nilo Santos: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a tramitação do Projeto;
- da CECE. Relator Ver. DJ Cassiá: pela aprovação do Projeto.
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Em
discussão o PR nº 011/09. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação.
(Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO
pela unanimidade dos presentes.
DISCUSSÃO
GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com
aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC. Nº 4432/09 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 219/09, de autoria da Mesa Diretora, que inclui art.
50-D na Lei nº 5.811, de 8 de dezembro de 1986 – que estabelece o Sistema de
Classificação de Cargos e Funções da Câmara Municipal de Porto Alegre e dá
outras providências –, e alterações posteriores, criando a Gratificação
Especial e dando outras providências, e revoga o art. 50-B dessa Lei e a
Resolução nº 1.814, de 30 de junho de 2004.
Parecer Conjunto:
- da CCJ, CEFOR e CUTHAB. Relator-Geral Ver. Luiz Braz: pela aprovação do Projeto.
Observação:
- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA - art. 82, § 1º, III, da LOM.
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Em
discussão o PLL nº 219/09. (Pausa.) Não há quem queira discutir. É o caso dos
mimeografistas. Todas os Vereadores e Vereadoras têm acompanhado o processo de
discussão, já que houve uma Ação Direta de Inconstitucionalidade, e nós estamos
fazendo o devido ajuste legal legislativo. Houve um Parecer Conjunto da
Comissão de Constituição e Justiça; da Comissão de Economia, Finanças e
Orçamento e da Comissão de Transporte e Habitação. O Relator-Geral foi o Ver.
Luiz Braz, pela aprovação do Projeto. Agora, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, atenção: há necessidade do voto
favorável da maioria absoluta dos membros desta Casa, não precisa ser nominal
inclusive.
Em
votação o PLL nº 219/09. (Pausa.) Os
Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO pela unanimidade, pelos 33
Vereadores presentes.
DISCUSSÃO
GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com
aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC. Nº 4431/09 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 218/09, de autoria da Mesa Diretora, que altera o
art. 20 da Lei nº 5.811, de 8 de dezembro de 1986 – que estabelece o Sistema de
Classificação de Cargos e Funções da Câmara Municipal de Porto Alegre e dá
outras providências –, passando os cargos de Diretor-Geral, Diretor de
Patrimônio e Finanças e Assessor Parlamentar de Planejamento a constar como
cargos em comissão ou funções gratificadas de Diretor-Geral, Diretor de Patrimônio
e Finanças e Assessor Parlamentar de Planejamento, respectivamente, e dá outras
providências.
Parecer Conjunto:
- da CCJ, CEFOR e CUTHAB. Relator-Geral Ver. Luiz Braz: pela aprovação do Projeto.
Observação:
- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA - art. 82, § 1º, III, da LOM.
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Em
discussão o PLL nº 218/09. (Pausa.) Neste caso, conforme já debatemos e
acompanhamos ao longo do tempo, no caso de indicação de um servidor da Casa,
que esses cargos possam ter uma FG. Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores, há necessidade de maioria absoluta. Não é
necessário votação nominal. Não há quem queira discutir. Em votação. (Pausa.)
Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO pela unanimidade, pelos 33
Vereadores presentes.
Agora,
sim, voltamos ao combinado no acerto feito pelas Lideranças Parlamentares.
Explico aos nossos telespectadores e aos radiouvintes da TVCâmara e da Rádio
Câmara, respectivamente, que estamos na Sessão de segunda-feira, 16 de
novembro, são 15h49min, nós já tivemos um processo de discussão do Plano Diretor, que não foi concluso na
última Sessão. Portanto, estamos reabrindo as inscrições para a discussão e
encerramos hoje. Passaremos à votação a partir desta quarta-feira, sem delongas
e sem atrasos. Discutiram a matéria os seguintes Vereadores: Valter Nagelstein,
João Carlos Nedel, Pedro Ruas, Beto Moesch, Fernanda Melchionna, Toni Proença,
Carlos Todeschini, Aldacir José Oliboni, que cedeu seu tempo para a Verª Sofia
Cavedon, e Engenheiro Comassetto.
Apregoo
Requerimento de autoria do Ver. Beto Moesch e outros, solicitando que sejam
votadas em destaque as seguintes Emendas ao PLCE nº 008/07: 142, 147, 174, 243,
249, 260, 311, 312, 313, 315, 316, 317, 318, 321, 322, 323, 324 e 325.
Apregoo
Requerimento de autoria do Ver. Reginaldo Pujol, com subscrição de várias
Lideranças partidárias, solicitando que sejam votadas em destaque as seguintes
Emendas ao PLCE nº 008/07: 55, 58, 110, 151, 185, 303, 307, 314, 410, 171, 174,
177, 179, 182, 368, 369, 395 e 310.
O
SR. JOÃO ANTONIO DIB (Questão de Ordem): Sr. Presidente, na última Sessão, quinta-feira, foi combinado entre a
Mesa e as Lideranças, inclusive na reunião da Mesa Diretora com as Lideranças
na quarta-feira, que hoje encerraríamos de imediato as discussões sobre o Plano
Diretor. Nós não continuaríamos a discussão, apenas abriríamos a Ordem do Dia;
as discussões estariam encerradas, e não deveria haver novas inscrições.
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Se
mantiverem devidamente essa questão que V. Exª colocou, sem dúvida nenhuma
encerraremos a discussão. Estou fazendo a abertura formal conforme manda o
Regimento.
Apregoo
Requerimento de autoria do Ver Valter Nagelstein, Líder do Governo, com
subscrição de vários apoiadores, solicitando que sejam votadas em destaque as
seguintes Emendas ao PLCE nº 008/07: 06, 17, 24, 26, 50, 55, 57, 58, 64, 65,
82, 87, 103, 110, 124, 145, 146, 168, 170, 185, 192, 217, 218, 220, 238, 242,
244, 279, 282, 283, 287, 289, 303, 305, 306, 314, 319, 320, 336, 339, 340, 341,
345, 349, 350, 352, 362, 366, 384, 385, 389, 395, 397, 400, 402, 409, 410, item
33 da Mensagem Retificativa, Emenda nº 394 com ajuste de redação.
O
SR. LUIZ BRAZ: Sr.
Presidente, aproveitando a presença do Diretor Legislativo: quero dizer que
surgiu um acordo, na época das Comissões, de uma Emenda que tínhamos que
redigir a quatro mãos; eu imaginava que viria uma proposta da Diretoria
Legislativa para que pudéssemos solucionar a Área de Interesse Cultural.
Pediria a V. Exª que, antes de encerrar todas as discussões, fizéssemos um
acordo para que essa Emenda, que foi fruto de um acordo, tramitasse, a fim de
que pudéssemos votar, porque ela remete ao Executivo a formação de uma
Comissão. Eu penso que ela é importante, há um acordo geral. Pediria que essa
Emenda tivesse, pelo menos, uma reserva para tramitar.
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Eu
vou aceitar sua Questão de Ordem, passando aos técnicos responsáveis por essa
questão. Darei o tempo necessário para que essa redação chegue à Mesa.
Apregoo
Requerimento de autoria do Ver. Toni Proença, com subscrição de vários
apoiadores, solicitando que sejam votadas em destaque as seguintes Emendas ao
PLCE nº 008/07: 260; Subemenda nº 02 à Emenda nº 260; 376, 267, 28, 147, 98 e
12.
Apregoo
Requerimento de autoria da Verª Maria Celeste, Líder da Bancada do PT, com
subscrição de vários apoiadores, solicitando que sejam votadas em destaque as
seguintes Emendas ao PLCE nº 008/07: 59, 63, 150, 153, 154, 167, 186, 210, 11,
18, 84 com Subemenda nº 01; 264 com Subemenda nº 01.
Apregoo
Requerimento de autoria da Verª Maria Celeste, Líder da Bancada do PT, e
outros, solicitando que sejam votadas em destaque as seguintes Emendas ao PLCE
nº 008/07: 206, 208, 230, 232, 233, 234, 235, 176, 180, 185, 394, 396.
Apregoo
Requerimento, de autoria do Ver. Mauro Pinheiro e outros, solicitando que sejam
votadas em destaque as seguintes Emendas ao PLCE nº 008/07: 197, 198, 199, 200,
201, 202, 203, 68, 115, 116, 392, 393, 373, 242, 243, 244.
Apregoo
Requerimento de autoria da Verª Sofia Cavedon e outros, solicitando que sejam
votadas em destaque as seguintes Emendas ao PLCE nº 008/07: 07, 219, 158, 293,
399, 401, 403, 406, 411, 413, 34, 49, 50, 339, 362, 367.
Apregoo
Requerimento de autoria do Ver. Paulinho Ruben Berta, que solicita a retirada
de tramitação da Emenda nº 414 ao PLCE nº 008/07.
Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores, os pedidos de destaque, devidamente registrados,
estão disponíveis na Internet no processo do Plano Diretor. A Diretoria Legislativa nos informa que será
enviado para todos os Srs. Vereadores e Sras
Vereadoras, amanhã sem falta, pela internet, o processo de votação do Plano
Diretor que iniciaremos na quarta-feira. Pelas informações, temos duas emendas
que foram acertadas e que teriam que entrar agora. (Pausa.) Conforme anunciei
anteriormente, os destaques foram todos apregoados, estamos aguardando, para
encerrar a discussão, duas emendas.
DISCUSSÃO GERAL
(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com
aparte)
2ª SESSÃO
PROC. Nº 6777/07 – PROJETO DE LEI
COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO Nº 008/07, que dispõe sobre o desenvolvimento
urbano no Município de Porto Alegre, institui o Plano Diretor de
Desenvolvimento Urbano Ambiental de Porto Alegre – PDDUA – e dá outras
providências. Com Emendas.
Parecer:
- Conforme Relatório da Comissão Especial.
Observação:
- discussão geral nos termos do art. 131-D do Regimento da CMPA.
- discutiram a matéria os Vereadores V. Nagelstein, J. C.
Nedel, P. Ruas, S. Cavedon, B. Moesch, F. Melchionna, T. Proença, C. Todeschini,
A. J. Oliboni (cedeu p/ S. Cavedon), Eng. Comassetto.
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Em
discussão o PLCE nº 008/07. (Pausa.) A Verª Maria Celeste está com a palavra
para discutir o PLCE nº 008/07.
A
SRA. MARIA CELESTE: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, não poderia me
furtar de discutir este Projeto, que para mim é o mais importante de um
Governo, de uma cidade - o Plano Diretor. Nós recebemos o Plano Diretor aqui,
em 2007, com muitas críticas e com alguns problemas que detectamos na época; a
própria Cidade discutiu através da Secretaria de Planejamento, com audiência
públicas desastrosas na cidade de Porto Alegre.
Nós
assumimos em 2007 a presidência desta Casa, percebemos os vários erros, os
equívocos, inclusive, de ordem redacional do Projeto, nós o devolvemos ao
Prefeito Municipal e solicitamos que enviasse uma Mensagem Retificativa. Na
época, Ver. Mauro Zacher - o senhor não estava aqui, era Secretário do Governo
-, sequer vieram os Anexos com os mapas. Ver. Brasinha, o senhor era Secretário
da Mesa Diretora, o senhor lembra? Sequer os mapas da Cidade foram enviados!
Foi feito um grande estardalhaço pelo Governo no sentido de que haveria uma
nova Cidade, de que iríamos baixar a altura de prédios na Cidade como um todo,
foi um discurso maravilhoso! Mas na prática isso não aconteceu através do
Projeto de Lei. Portanto, devolvemos o Projeto ao Executivo e solicitamos uma
Mensagem Retificativa, mas, mesmo com alguns Anexos encaminhados, não foi
solucionado o problema que hoje enfrentamos aqui nesta Casa. Corajosamente, o
Ver. Sebastião Melo barrou o processo no ano passado, que era um ano eleitoral;
foi uma decisão acertada das Lideranças desta Casa, da Mesa Diretora junto com
o Presidente, e retomamos toda a discussão neste ano, com a nova Legislatura.
Faço
este resgate porque muitos dos Vereadores que estão aqui no Plenário hoje não
estavam aqui em 2007 e 2008, não acompanharam aquele momento da história. E foi
fundamental o que nós fizemos, as decisões que tomamos em 2007 e 2008, para
alavancar o processo que, corajosamente, 13 Vereadores, deliberados pela Câmara
Municipal, realizaram no decorrer de todo este ano de 2009. Assumimos com uma
nova modalidade - cinco Relatores -, distribuímos os temas. Houve um
aprofundamento técnico, teórico muito maior sobre o Plano Diretor da Cidade,
ali percebemos as inúmeras falhas, dificuldades do Executivo local quando
enviou este Projeto para a Câmara Municipal. Tivemos também assessoria das
universidades da nossa Cidade, as quais desempenharam um papel fundamental. Eu
quero citar aqui que a nossa Relatoria, a de nº 5, que tratou das Áreas de
Interesse Cultural e das Áreas de Proteção Ambiental, teve acompanhamento em
todas as reuniões da Comissão - que iniciou em março e terminou somente na votação
da Comissão Especial - dos professores da Universidade Federal, dos professores
da PUC. Também tivemos a grata satisfação de poder contar com os técnicos da
Prefeitura Municipal e com os técnicos que compuseram a nossa Relatoria, bem
como com o Fórum de Entidades, que acompanhou e fez as suas manifestações,
inclusive solicitando Emendas nessa área. Foi um processo de muito estudo, de
muito acúmulo, e nós percebemos a grande dificuldade de o Executivo local
implantar, através do Projeto de Executivo, de fato, o seu conceito de cidade.
Essa é a nossa maior preocupação.
O
debate que vamos começar a fazer agora, o que o Plenário vai decidir, vai dar
conta de um conceito de cidade que queremos. Queremos uma cidade das alturas,
dos espigões? Ou queremos uma cidade ambientalmente sustentável, aprazível para
todos nós? Qual é a relação que vamos ter com a orla da nossa Cidade? Existe
ali, no gravame e na proposta do Governo, uma preocupação com apenas nove
quilômetros da orla, através de um Projeto Especial, que é o Cais do Porto.
Mas, para os demais sessenta e poucos quilômetros que dão conta da nossa
Cidade, qual é a proposta, qual é a diretriz? Qual é a intenção do Governo no
Plano Diretor? Isso não veio gravado no Plano Diretor, assim como o tema da
mobilidade urbana. Não há uma linha no Plano Diretor que trate da mobilidade
urbana! Qual é a intenção do Governo em relação ao trânsito da nossa Cidade,
que está caótico, que está uma tristeza!? O senhor e a senhora que estão me
assistindo sabem do que eu estou falando: engarrafamento na Av. Castelo Branco,
a Zona Sul completamente engavetada - esta é a Cidade que nós estamos vivendo
neste momento, e não houve uma preocupação do Executivo em projetar a Cidade
para o futuro.
O
Presidente desta Casa fez vários seminários no ano passado que resultaram na
produção de um livro: “Porto Alegre, uma Visão de Futuro”. Mas o Prefeito
Municipal não coloca no Plano Diretor da Cidade essa projeção de cidade
do futuro. E nós, atentos a isso, produzimos - muitos Vereadores, o Fórum de
Entidades - muitas Emendas, é verdade, foram 360 Emendas produzidas nesta Casa:
170 aprovadas, 160 rejeitadas. Esse foi o acúmulo que tivemos na Comissão
Especial, com Sessões Extraordinárias, com votações de dias inteiros. Não nos
furtamos dessa responsabilidade, aqui nós fizemos o trabalho com muita, muita
responsabilidade.
Agora,
o que me causa surpresa, Sr. Presidente, Ver. Adeli Sell e demais Vereadores e
Vereadoras, é que, neste momento de apresentação, de discussão e votação o
Governo, o Prefeito protocole novas Emendas ao Projeto! Não dá para entender
qual é o conceito de cidade que o Prefeito quer para Porto Alegre, se, neste
momento, apenas neste momento de votação, ainda neste momento, são protocoladas
novas Emendas, Ver. DJ, novas Emendas ao Plano Diretor!
(Não
revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Apregoo Memorando nº 066/09 informando a
representação do Ver. Waldir Canal, dia 17 de novembro, na Conferência das
Colônias e Sindicatos de Pescadores do Rio Grande do Sul.
A
Verª Maria Celeste está com a palavra para discutir o PLCE nº 008/07, por
cedência de tempo do Ver. Mauro Pinheiro.
A
SRA. MARIA CELESTE: Agradeço,
Ver. Mauro Pinheiro, a cedência do seu tempo. O Ver. Mauro também foi um dos
Vereadores designados pela Bancada do Partido dos Trabalhadores para acompanhar
a Comissão Especial. Muito nos orgulha o PT ter deliberado esta Vereadora, o
Ver. Mauro Pinheiro, a Verª Sofia Cavedon e o Ver. Engenheiro Comassetto para
tratar do assunto no dia a dia da Comissão Especial, embora tenham os demais
Vereadores e Vereadoras - Ver. Oliboni, Ver. Todeschini, Ver. Adeli -
acompanhado e opinado sobre o Plano Diretor, Vereadores que têm história na
cidade de Porto Alegre, que estão preocupados - assim como tantos outros que apresentaram
Emendas - com a Cidade que estamos produzindo para o futuro próximo. Nós, a
Comissão Especial, estamos particularmente preocupados com a Cidade que
estaremos montando a partir daquilo que será aprovado nesta Casa, com o Projeto
do Plano Diretor.
Fizemos um esforço muito grande na Comissão no sentido de que pudéssemos acumular consensos, adequações técnicas na redação das Emendas. Agora, uma preocupação nós tivemos - e temos ainda, Ver. Lucio Barcelos: por inúmeras vezes, na Comissão Especial, a Bancada de oposição, juntamente com o PSOL, votou favoravelmente ao texto do Projeto do Governo, e os Vereadores da base do Governo votaram contra o seu próprio Governo. Talvez por isso haja uma grande confusão, que ainda precisa ser resolvida, especialmente pelo Governo e pela sua base, no sentido de o Prefeito explicar qual é o conceito de cidade que ele está projetando em Porto Alegre. Quando nos deparamos com o tema mobilidade urbana, com o tema dos Portais e do metrô, temos que perguntar: qual é a cidade que queremos para o futuro? Quando nos deparamos com o tema do Solo Criado, das Áreas Livres Vegetadas, temos que perguntar: qual é a cidade que estamos construindo para a próxima geração, para os próximos dez anos? Esta é a grande dificuldade que vamos enfrentar nos próximos dias: perceber, de fato, qual é o projeto do Governo em relação ao Plano Diretor. Porque me surpreende - vou repetir - que novas Emendas tenham sido protocoladas pelo Governo para análise da Comissão agora, no finalzinho dessa avaliação e da votação do Plano Diretor.
Nós participamos, sim, ativamente, por
isso produzimos Emendas, produzimos alterações: porque nós estamos preocupados
com o conceito de cidade que vamos projetar para o próximo período. Queremos a
cidade das alturas? Ou queremos a cidade do desenvolvimento sustentável,
aprazível a todos? E vários temas que
aqui foram colocados estão traduzidos no Projeto do Plano Diretor que foi
enviado para esta Casa e naquilo que os Vereadores entenderam em emendar,
colaborar para construir, de fato, uma cidade melhor para todos.
Agradeço
mais uma vez ao Ver. Mauro Pinheiro a cedência do seu tempo para que eu
estivesse aqui apresentando as considerações iniciais sobre o Projeto do Plano
Diretor como um todo. Depois, teremos tempo para poder avaliar as Emendas que
serão destacadas, uma a uma; esperamos que aqueles consensos produzidos na
Comissão venham a ser fruto de acordos e que, portanto, as Emendas possam ser
votadas em bloco como fizemos no início da análise da Comissão Especial do Plano
Diretor. Reiteramos aqui o nosso esforço, a nossa disposição de construir uma
cidade melhor, com conceito claro, com paradigmas claros, com diretrizes
claras, especialmente sobre os temas da mobilidade urbana, da orla da Cidade,
das Áreas de Interesse Cultural e das Áreas de Preservação Permanente da nossa
Cidade. Muito obrigada.
(Não
revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O
Ver. Luiz Braz está com a palavra para discutir o PLCE nº 008/07.
O
SR. LUIZ BRAZ: Sr.
Presidente, Ver. Adeli Sell; Sras
Vereadoras, Srs.
Vereadores, senhoras e senhores. Verª Maria Celeste, nesta Casa eu nunca
descumpri nenhum acordo. Eu sempre honrei até o final todos os acordos que
foram feitos. E fizemos um acordo, quando estávamos discutindo o Plano Diretor
dentro da Comissão, para que pudéssemos resolver, pelo menos momentaneamente,
as questões relativas às Áreas de Interesse Cultural. E a solução encontrada
era no sentido de modificar a Emenda nº 228 para que ela pudesse ser validada,
formar uma comissão paritária com a incumbência de estudar essas Áreas de
Interesse Cultural que mandasse, num prazo de seis meses, um Projeto para a
Câmara de Vereadores, a fim de que o votássemos.
Acontece
que, para que essa comissão pudesse trabalhar - Verª Maria Celeste, V. Exª
junto com o Ver. Reginaldo Pujol são fiadores desse acordo -, nós teríamos que
respeitar as Emendas - pelo menos três Emendas, ou duas Emendas - e mais o
texto do Projeto, porque senão fica realmente sem sentido. Isso envolve também
na discussão o meu querido amigo Ver. Valter Nagelstein, que é Líder da Bancada
de situação. Acordamos que mandaríamos para a análise dessa comissão a Emenda
nº 06, que é de autoria da Verª Margarete Moraes; a Emenda nº 373, que é de
autoria do Ver. Reginaldo Pujol, e o texto do Projeto original, a fim de que,
num prazo de seis meses, fizesse a análise das Emendas e mandasse para cá o
resultado do trabalho. Verª Maria Celeste, é claro que, se estamos dando para
uma comissão essa incumbência, existem muitas outras emendas que restariam
prejudicadas, porque, afinal de contas, elas estariam sem sentido, já que a
comissão seria incumbida de fazer esse estudo geral. Então, para isso
funcionar, tínhamos que pedir tanto que a área do Governo retirasse o destaque
com relação à Emenda nº 06 quanto pedir à oposição que retirasse o destaque com
relação à Emenda nº 373.
A
Srª Maria Celeste: V. Exª
permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Luiz Braz, entendo dessa
forma também. Acho que temos que aprovar as duas Emendas e encaminhá-las à
comissão. Assim também com relação às demais emendas que tratam desse tema,
para não haver prejuízo; elas deveriam, mesmo que rejeitadas, ser fruto da
análise dessa comissão, porque vários Vereadores produziram muito nesse
sentido. Temos que pensar nessa possibilidade também. Produzi duas emendas - eu
já havia solicitado para as assessorias fazerem dessa forma, estou verificando
agora: uma delas trata da constituição da comissão, e a outra que pudesse
remeter todo o conteúdo referente às Áreas de Interesse Cultural para análise
dessa comissão.
O
SR. LUIZ BRAZ: Verª Maria
Celeste, eu estou de acordo, acho que todos nós acordamos naquele dia não no
sentido da aprovação das emendas, mas da remessa dessas emendas para a análise
por essa comissão. Não pela aprovação. A aprovação só daríamos para a Emenda nº
06 e para a Emenda nº 373, do Ver. Reginaldo Pujol, e mais o texto que veio no
Projeto - esses seriam dados como aprovados e remetidos para a comissão. Mas
nada impede que, sem aprovar, o conteúdo das outras emendas que também restaram
prejudicadas seja analisado por essa comissão. Nada impede que isso, realmente,
possa acontecer.
Agora,
eu acredito, Ver. Adeli Sell, até por causa da importância desse acordo -
porque fala de um dos pontos principais da revisão do Plano Diretor -, que não
podemos colocar o ponto final na discussão. Se encerrarmos a discussão, não
vamos ter a oportunidade de analisar ou de colocar em tramitação esta emenda,
que tem que ser produzida...
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell):
O Ver. Luiz Braz está com a palavra para discutir o PLCE nº 008/07, por
cedência de tempo do Ver. João Pancinha.
O SR. LUIZ BRAZ: Para relembrar, eu quero citar aqui a Emenda nº 228. A Emenda nº 228, que é fruto desse acordo, foi originalmente rejeitada pela Comissão. Resolvi não colocar destaque em nenhuma das rejeições às minhas Emendas. Tive praticamente quase todas as Emendas aprovadas, mas a Emenda nº 228 foi originalmente rejeitada. Ela não falava, naquela época, de uma comissão paritária; falava da análise de uma comissão formada pelas Secretarias afins.
Resolvemos, então, dentro do acordo, colocar uma comissão paritária formada pela Secretaria do Planejamento Municipal; pela Secretaria Municipal de Gestão e Acompanhamento Estratégicos; pela Secretaria Municipal de Cultura e por mais outra Secretaria, que agora não lembro - são quatro Secretarias ao todo -, mais dois membros, representantes de sociedades civis, pertencentes ao Conselho Municipal do Plano Diretor; e dois membros também representantes de sociedade civil, indicados pelo Fórum de Entidades. Seriam esses os integrantes da comissão paritária, que seria constituída num prazo de noventa dias e que teria um prazo de mais seis meses para entregar aqui um Projeto de Lei, pelo menos o texto de um Projeto de Lei, que seria averiguado e votado pela Câmara, para resolvermos essa questão ligada à Área de Interesse Cultural. Todo mundo achou que ficou bom! Que o acerto todo ficou bom. Tanto oposição como situação acreditaram que era a melhor solução para a discussão que se faz a respeito das Áreas de Interesse Cultural.
Mas houve uma surpresa para nós, Ver. João Pancinha. E a surpresa é que vieram destaques em Emendas que eram do acordo. Aí não pode! A Emenda nº 06, Ver. Valter Nagelstein - eu pediria que V. Exª conversasse com o Ver. Reginaldo Pujol, que também fez parte desse acordo -, e a Emenda nº 373, que é do Ver. Reginaldo Pujol, elas pudessem, conforme o acordado, ser aprovadas e seguir para análise da comissão.
O
Sr. João Pancinha: V. Exª
permite um aparte? (Assentimento do orador.) O tema é extremamente importante.
Apenas para colaborar: nessa comissão paritária, a quarta Secretaria seria a
SMAM. Então: SMAM, Planejamento, Gestão e Cultura.
O SR. LUIZ BRAZ: Exatamente.
As outras Emendas, Ver. Pancinha - várias Emendas foram dadas pela prejudicialidade -, podem seguir, de acordo com o que a Verª Maria Celeste diz, quanto ao seu conteúdo, podem ser analisadas por essa comissão, porque a comissão vai analisar tudo, então é bom que ela tenha uma ideia sobre todas as coisas que tramitaram aqui na Câmara Municipal.
Aprovado isso, teriam restado a Emenda nº 373, do Ver. Reginaldo Pujol, e a Emenda nº 06, da Verª Margarete Moraes, é claro, para que elas viessem a sofrer uma análise desse grupo e para que viesse para cá uma redação que desse, quem sabe, para nós, uma ideia definitiva sobre as Áreas de Interesse Cultural. Se pudermos, Ver. Adeli Sell, chegar a esse entendimento, se pudermos consolidar o acordo que foi feito lá nas Comissões, com toda a certeza vamos ganhar um tempo imenso e, quem sabe, possamos qualificar, em muito, o projeto de revisão do Plano Diretor. Agora, se nós começarmos a “colocar água na fervura”, se não dermos tempo para que essa comissão funcione, se, de repente, quisermos, Verª Maria Celeste, resolver de forma açodada o problema das Áreas de interesse Cultural, em vez de resolver o problema, quem sabe venhamos a criar um problema muito maior, porque aí teremos aqui oposição contra situação, e essa não deve ser a tônica das discussões que temos na nossa Câmara Municipal. Nós devemos sempre trilhar pelo texto melhor, principalmente com relação às Áreas de Interesse Cultural, porque essa é uma área muito delicada, são as áreas principais que nós temos, praticamente, aqui em nossa Cidade, por isso mesmo merecem de todos nós um cuidado especial. Muito obrigado, Sr. Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O
Ver. Alceu Brasinha está com a palavra para discutir o PLCE nº 008/07.
O
SR. ALCEU BRASINHA: Sr.
Presidente, Ver. Adeli Sell; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, é com muita alegria que venho a
esta tribuna lembrar o ano de 2007, em que a Verª Maria Celeste era a
Presidenta da Câmara, e eu ouvia com atenção as suas palavras aqui nesta tribuna.
Lembro muito bem, Ver. Mauro Pinheiro, que, em 2007, a Verª Maria Celeste teve
uma grande atuação nesta Casa, quando nós tivemos doze audiências sobre o Plano
Diretor nas diversas regiões da Cidade. Eu lembro, Verª Maria Celeste, dessas
audiências públicas, o Ver. Adeli Sell participou de várias, elas foram muito
proveitosas, participaram a comunidade, os arquitetos, os ambientalistas, houve
um debate muito sincero. Logo ali na frente, a Verª Maria Celeste devolveu o
Plano Diretor ao Prefeito; ele fez uma retificação e mandou novamente para a
Câmara. Realmente, no ano passado, eu era um dos mais favoráveis de ter votado
rapidamente, mas o Ver. Sebastião Melo entendeu, negociou que, como era um ano
eleitoral, não seria muito favorável. Mas eu vejo hoje que o Projeto de revisão
do Plano Diretor está maduro, está pronto para ser votado.
Eu
também tenho várias Emendas que apresentei e gostaria de contribuir com esta
Cidade, sabendo que o Plano Diretor vai ajudar muito o empreendimento, as
pessoas que querem ser empreendedoras em Porto Alegre. Gosto muito da orla do
Guaíba e defendi muito o Pontal do Estaleiro, achava que seria um grande
debate, com grande futuro para a Cidade. Não deu certo, mas agora pode voltar o
debate, junto ao Plano Diretor. Eu mesmo estava pensando em fazer umas Emendas
sobre a orla do Guaíba, mas não fiz, Ver. Nilo Santos e Ver. DJ Cassiá. Mas eu
estou preparado, estou convicto de que é bom para a Cidade, bom para Porto
Alegre; certamente o Plano Diretor será decisivo em relação a esse empreendimento,
Porto Alegre só vem a acrescer. Precisamos entender que está na hora, está
maduro, o Projeto é bom para Porto Alegre, é bom para o Rio Grande. Então, Ver.
Adeli, Ver. Marcello Chiodo, estarei pronto e preparado para votar.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Hoje
estamos encerrando a discussão do Plano Diretor. Quero apelar para que os
Vereadores se apressem a respeito das duas Emendas que nós temos combinação de
protocolar antes de encerrar a votação.
O
SR. LUIZ BRAZ: Sr.
Presidente, como estamos colhendo assinaturas para que a Emenda possa tramitar,
eu pediria a V. Exª que suspendesse...
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell):
Não, pois ainda há vários Vereadores inscritos, eu vou continuar o trabalho
seguindo as inscrições.
O
SR. LUIZ BRAZ: Está certo,
obrigado.
(Manifestação fora do microfone do Ver. Valter Nagelstein. Inaudível.)
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell):
Um momento, Vereador, nós estamos na discussão do Projeto do Plano Diretor, eu
só posso lhe conceder tempo para uma Comunicação de Líder depois de concluída a
Ordem do Dia. Neste momento, não é possível.
O
Ver. Engenheiro Comassetto está com a palavra para discutir o PLCE nº 008/07,
por cedência de tempo do Ver. Adeli Sell.
O
SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Sr.
Presidente, Ver Adeli Sell; colegas Vereadores, Vereadoras, senhoras e
senhores, prezados assistentes da imprensa que têm nos dado uma grande
cobertura aqui neste plenário, estamos entrando no último período de análise do
Plano Diretor, que é receber as últimas Emendas e fazer o debate e a aprovação
de plenário do processo de revisão do Plano Diretor. Fui e continuo sendo um
crítico do processo instalado aqui pelo Executivo Municipal, reafirmo aqui que
a revisão do Plano Diretor, conforme foi proposta pela Prefeitura Municipal,
pelo Executivo Municipal, pelo Governo Fogaça, é uma revisão insuficiente para
construirmos uma cidade sustentável.
E
vou pegar aqui um tema central, um tema que é a espinha dorsal de qualquer
cidade: sistema de mobilidade urbana. No capítulo que trata da mobilidade
urbana, o Executivo Municipal não apresentou nenhum estudo que pudesse
qualificar a proposta apresentada na estratégia do atual Plano Diretor, que
viesse a inovar. Pelo contrário, o único trabalho que apresentou anterior ao
Plano Diretor foi um Plano Diretor Cicloviário que não se conecta com nada, que
não se conecta com o Sistema de Transporte Público da Cidade, que não se
conecta com o trem da Cidade e que não tem uma sustentabilidade naquilo que
pretendemos. Nós defendemos a bicicleta em toda a sua dimensão, ela tem que ser
para o lazer e também para o trabalho, para poder substituir os automóveis e os
ônibus.
E,
por falar em substituir os automóveis e os ônibus, o atual Executivo Municipal
- o Governo Fogaça - também não apresentou um estudo do metrô para ser
introduzido na discussão do Plano Diretor. Se o Governo Fogaça defende o metrô,
ele tem que trazer esse debate para esta Casa no sistema de mobilidade urbana.
Uma das estratégias da mobilidade urbana tratada do transporte público. Se
estamos discutindo um novo modal, isso tem que vir para o debate no Plano
Diretor.
O
Sr. Valter Nagelstein: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Comassetto, agradeço. Eu
vou reiterar, tenho dito que estou malhando em ferro frio aqui: o metrô é
federal, Ver. Comassetto! Os estudos quem faz é a Trensurb, Ver. Comassetto!
Vossa Excelência sabe disso, então, por favor, por amor à verdade, peço que nos
ajude a conseguir o metrô e não faça esse tipo de política, que, na linguagem
do Prefeito - agora à tarde, assinávamos o Projeto dos Portais, eu vou usar as
palavras dele -, é abominável. Eu agradeço o seu aparte.
O
SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Ver.
Valter, V. Exª está politicamente equivocado, porque nenhuma cidade brasileira
conquista o seu metrô se o seu Prefeito não assumir, de peito aberto, como um
projeto estratégico. Foi assim lá em Belo Horizonte. O Prefeito, que era do PT,
junto com Aécio Neves, do PSDB, lutou e conquistou o metrô. Aqui em Porto
Alegre, o Prefeito Fogaça em momento nenhum ... Prova disso é que não mandou
para esta Casa um estudo junto com o Plano Diretor! Então, esse é um debate que
nós temos que fazer.
Bom,
diante disso, estamos apresentando, sim, uma Emenda para incluir o traçado do
estudo realizado por uma equipe da Prefeitura de Porto Alegre, a Metroplan, do
Governo do Estado, e a Trensurb, do Governo Federal. Quem teria que mandar esse
estudo para esta Casa, inicialmente, era o Executivo Municipal. E o Executivo
Municipal chama-se José Alberto Fogaça. Neste caso do Plano Diretor, no sistema
de mobilidade urbana, o Prefeito Fogaça perdeu o trem.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O
Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para discutir o PLCE nº 008/07.
O
SR. REGINALDO PUJOL: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, nós temos aqui hoje - neste momento em que estamos
discutindo pela derradeira vez a revisão do Plano Diretor de Desenvolvimento
Urbano, que continuará sendo discutida na Comissão, que será objeto de
encaminhamento de votação, Ver. Beto, com enormes discussões - uma pálida ideia
de onde as coisas se complicam. Eu quero dizer que o Ver. Braz, Ver. Mauro,
veio várias vezes à tribuna hoje como um verdadeiro cruzado, defendendo uma
solução harmoniosa para um assunto polêmico que a Comissão conheceu, chegou a
enfrentar, mas, em verdade, não enfrentou de forma convincente. Nós não vamos
discutir agora aqui a história do lobo e do cordeiro, para saber quem é que
sujou a água, mas que a água está suja, está suja, absolutamente suja. Ocorre
que aquele esforço de entrosamento que se fez, no derradeiro momento, foi para
o brejo, porque tudo que se combinou, na prática, está virando nada! As coisas
que nós tínhamos acordado de aprovar como símbolo da coexistência - as duas
principais Emendas -, ambas foram objeto de destaque, uma por cada lado.
Então,
eu não estou aqui querendo culpar A ou B; eu estou dizendo que sujou a água.
Aquelas Emendas, Ver. Toni, aquele montão de Emendas que nós jogamos em cima de
uma decisão única, reprovando todas elas e fazendo com que o seu conteúdo fosse
para a Comissão, que o Ver. Braz tenta montar agora, também foram destacadas.
E, se destacou Emenda que foi rejeitada, é porque se pretende reverter, não tem
outro sentido. Ver. Braz, quero que V. Exª me dê atenção; não me dará; então,
vou dizer para a Cidade que o meu compromisso com a Emenda que o Ver. Braz está
preparando é igual ao meu compromisso com as demais Emendas que assinei.
Assinei para que se encaminhasse, para que tramitasse; vou, com mais tempo,
decidir se vou apoiá-las ou não, porque não basta, agora, a gente fazer uma
pequena revisão; tem-se que fazer uma enorme revisão, renovar um esforço que
foi bem sucedido na Comissão, Ver. Valter, e que aqui está malogrado. E eu
estou dizendo: não quero saber quem sujou a água, só estou dizendo que a água
está turva.
E
posso agora falar, porque a presença da Verª Sofia no Plenário me permite - eu
não falaria se ela não estivesse aqui presente: a Verª Sofia foi uma das
primeiras a levantar o que ela chamava de incongruência no acordo formulado.
Foi uma das primeiras a levantar, e eu não estou dizendo que ela seja a única -
há toda essa contraposição.
Então,
Vereador-Presidente, os Anais registram o meu apoio à Emenda do Ver. Braz, para
que ela possa prosperar, no sentido de garantir a sua tramitação. Eu não tomo
compromisso com mais nada, até porque, nessa altura, não posso tomar
compromisso com acordo nenhum; em verdade, quem fez o entendimento, naquela
ocasião, foram todos desautorizados pela sucessão de destaques, em número
superior a vinte, à matéria que já tinha sido objeto de um grande acordo.
Então, esse é o desacordo, Verª Fernanda, e não o acordo.
O
Ver. Chiodo pede para se inscrever e me ceder o tempo, não sei se é possível,
Vereador?
(O
Ver. Toni Proença assume a presidência dos trabalhos.)
O
SR. PRESIDENTE (Toni Proença): É
que V. Exª já usou a tribuna por duas vezes, Vereador.
O
SR. REGINALDO PUJOL: Não. Só
uma vez!
O
SR. PRESIDENTE (Toni Proença): Este
tempo de discussão é continuidade do tempo de discussão da última...
O
SR. REGINALDO PUJOL: Vereador,
eu vou sair da tribuna.
O
SR. PRESIDENTE (Toni Proença): Não.
Não vai sair da tribuna.
O
SR. REGINALDO PUJOL: Eu vou
sair desta tribuna, porque essa não existe, Vereador. Não tem continuidade do
tempo da Sessão do dia anterior.
O
SR. PRESIDENTE (Toni Proença): Fique
na tribuna, Ver. Pujol, por favor!
O
SR. ALCEU BRASINHA (Questão de Ordem): Sr. Presidente, a Verª Maria Celeste, antes, usou o tempo cedido pelo
Ver. Mauro Pinheiro, acho que deveria ser usado o mesmo critério para o Ver.
Reginaldo Pujol.
O
SR. PRESIDENTE (Toni Proença): Ver.
Reginaldo Pujol, por favor! Vossa Excelência tem o tempo garantido. O Ver.
Reginaldo Pujol continua com a palavra para discutir o PLCE nº 008/07, por
cedência de tempo do Ver. Alceu Brasinha.
O
SR. REGINALDO PUJOL: Vereador,
depois de ter quebrado a sequência do meu pronunciamento, eu não vou
reconstituí-lo. Quero deixar muito claro o meu profundo desagrado com a forma
como as coisas são encaminhadas nesta Casa. O regime de dois pesos e duas
medidas é absolutamente intransigente. Todos os que falaram na outra Sessão
falaram hoje, porque hoje é outra Sessão, não é a mesma Sessão.
O
SR. PRESIDENTE (Toni Proença): Eu
aceito o seu protesto, mas cada Vereador tem direito de usar por duas vezes a
tribuna para discutir; esta Sessão é a continuidade da Sessão anterior, por
isso não se encerrou a discussão. A informação equivocada que eu tinha é de que
V. Exª não tinha falado na outra Sessão. Por isso tem direito a ocupar a
tribuna. Por favor! Em nome da nossa harmonia e da grandeza da nossa relação,
continue.
O
SR. REGINALDO PUJOL: Quero
agradecer a V. Exª e o homenageio, porque V. Exª é um homem habilidoso, tem
contornado vários situações nesta Casa, e a minha transigência é em homenagem
ao seu esforço pessoal. Fica tudo dito pelo não dito.
O
SR. PRESIDENTE (Toni Proença): Muito
obrigado.
O
SR. REGINALDO PUJOL: O que
eu dizia, e agradeço ao Ver. Brasinha, que me concedeu esta oportunidade, é que
uma composição que foi arduamente constituída acaba sendo desconstituída pela
inabilidade com que o processo vem sendo conduzido nestes últimos momentos.
E
quero dizer que não estou aqui para culpar ninguém. E até digo o seguinte, Ver.
Luiz Braz: almejo que V. Exª possa, ainda, construir uma solução, e eu,
regimentalmente, vou o apoiar, ainda que a realização do seu objetivo fique,
agora, dependente de outras situações que fogem das minhas mãos. Elas têm que
ocorrer. Quero dizer a V. Exª que, no acordo que fiz, foram derrotadas duas ou
três Emendas, eu assinei e concordei que fossem. Nenhuma delas foi recuperada,
porque morreu o acordo. Agora, as demais, todas elas foram destacadas, isto é,
foram recuperadas, continuam sob debate. Tem que haver acordo.
O
Sr. Luiz Braz: V. Exª
permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Reginaldo Pujol, eu sei do
esforço que V. Exª fez até agora para que pudéssemos tirar um bom texto nesta
revisão que estamos fazendo do Plano Diretor. Eu conversei com a Verª Maria Celeste
e com outros Vereadores, e todos estão cientes de que vai ser necessário
retirar alguns destaques feitos...
O
SR. REGINALDO PUJOL: Muitos
destaques!
O
Sr. Luiz Braz: Exatamente.
Naqueles acordos que nós fizemos e que avalizam praticamente a formação da
comissão para estudar a revisão das Áreas de Interesse Cultural. Com toda
certeza.
O
SR. REGINALDO PUJOL: Eu
agradeço ao Ver. Brasinha, que deu oportunidade a que o Ver. Braz e a Verª
Sofia me aparteiam, porque eu não consegui falar até agora.
A
Srª Sofia Cavedon: V. Exª
permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Pujol, muito rápido, então.
Acho que houve uma entrada tardia do Governo, que está fazendo uma série de
destaques e não teve participação na Comissão - eu adiantava isso. E, sobre as
Áreas de Interesse Cultural, Ver. Pujol, o que começou a desmanchar foi uma
votação realizada em Plenário, de que nós incorporaríamos a Emenda nº 06 e a
Emenda nº 373, e, aí, quando propusemos extinguir o Anexo III, foi votado que
ele se mantivesse. Então, temos incongruências nos três estudos. Eu não consigo
os entender assim.
O
SR. REGINALDO PUJOL: Ver.
Braz, ouça com atenção: a Verª Sofia declara que o acordo foi desfeito já na
Comissão.
A
Srª Sofia Cavedon: Na
votação.
O
SR. REGINALDO PUJOL: Vossa
Excelência ouviu, não sou eu que estou dizendo. Então, Vereador, agora eu vou o
aconselhar de forma diferente: não se esforce tanto, porque V. Exª vê o clima
que está construído. E eu não gostaria que V. Exª, a quem eu prezo muito bem,
viesse a ter um desencanto de se chocar com a validade desta, como está
escrito. Agora, aqui, a Casa toda ouviu a Verª Sofia dizendo “quando
aprovar...”, porque nós tínhamos acordado que três nós discutiríamos no voto.
Era esse o acerto.
O
Sr. Luiz Braz: Exatamente.
O
SR. REGINALDO PUJOL: Discutimos,
ela não foi vitoriosa e disse que isso representa a quebra do acordo. Então,
não existe o acordo. É o que eu estou dizendo, Ver. Valter, Líder do Governo:
informo a V. Exª que a Verª Sofia me informou que o acordo está quebrado desde
o tempo da Comissão ainda; então, não tem mais com o que estar se preocupando.
Assim sendo - Sr. Presidente, agradeço a sua consideração -, acho que o
objetivo da minha vinda à tribuna está plenamente assegurada, o acordo que eu
temia que fosse rompido já o foi, Verª Fernanda, anteriormente, não fui eu que
declarei.
O
Sr. Luiz Braz: V. Exª
permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Pujol, antes de V. Exª deixar
a tribuna, só para finalizar, quero afirmar que, em conversa com a Verª Maria
Celeste, Líder da Bancada do PT, e em conversa, agora, com a Verª Sofia
Cavedon, o acordo está mantido, as duas Emendas e mais o texto do Governo serão
enviados para aquela comissão, que tem seis meses para trabalhar.
O
SR. REGINALDO PUJOL: Vereador,
não fica só nisso. Vossa Excelência é um lutador, continue. Eu vou lhe dar a
chance de que a Emenda tramite. Queira Deus que V. Exª tenha sucesso. Não sou
tão otimista quanto Vossa Excelência.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Toni Proença): A
Verª Fernanda Melchionna está com a palavra para discutir o PLCE nº 008/07, por
cedência de tempo do Ver. Lucio Barcelos.
A
SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, na verdade,
dois temas me instigaram a voltar a esta tribuna e rediscutir o processo de
readequação do Plano Diretor e da orla do Guaíba. O primeiro diz respeito ao
acordo, objeto de debates intensos até o presente momento, que tinha sido
firmado na Comissão, em que os Vereadores criavam uma comissão com quatro
membros de Secretarias e quatro membros de entidades que avaliariam as Áreas de
Interesse Cultural a partir do estudo da Ritter, a partir da Emenda do Ver.
Pujol e a partir do Anexo III. Foi dificílimo fechar esse acordo, e nós
conseguimos. Nós, do PSOL, acreditamos que o desafio do Plano Diretor é
justamente envolver a sociedade, as entidades, aqueles que discutem os temas,
nos debates mais gerais, as suas proposições, e votar. Portanto, uma comissão,
com prazo de seis meses para trabalhar, poderia avançar no sentido de conhecer
as áreas, de avaliar qual é o impacto, de avaliar qual é a importância que
determinada área tem para a Cidade.
E
muito nos surpreende: nós chegamos aqui no dia 16 de novembro, última sessão de
discussão do Plano Diretor, antes do processo de votação em plenário, e a
Emenda nº 06, da Verª Margarete Moraes, que propunha as Áreas de Interesse
Cultural do estudo da UniRitter, foi destacada pelo Governo! Muito nos
surpreende que muitas das Emendas que foram votadas na Comissão, que foram
frutos de debates intermináveis aqui dentro desta Casa, foram destacadas pelo
Governo! Muito nos surpreende: o Governo mandou, na última hora, um dia antes
de fazer a última reunião da Comissão e dois dias antes de começar a votar o
Plano Diretor, várias Emendas para serem apreciadas pelo Plenário! O Governo,
que teve cinco anos desde o lançamento do Estatuto da Cidade para propor um
projeto de readequação, que mandou um Projeto em 2007 e já havia mudado algumas
coisas, resolve que em dois é possível apresentar mais Emendas, que já foram
exaustivamente debatidas, aquelas ao Projeto original e as Emendas dos
Vereadores na Comissão Especial do Plano Diretor. Eu queria registrar esse
fato, porque houve um rompimento do acordo com essa postura.
Saúdo
a iniciativa da Verª Maria Celeste e do Ver. Luiz Braz no sentido de tentarem
resgatar essa Emenda, que pode minimizar os interesses da especulação nas Áreas
de Interesse Cultural. Nós teremos seis meses para debater; os lutadores, as
entidades, a população de Porto Alegre vai ter tempo de se organizar, vai haver
mais voz da sociedade durante esses seis meses para conseguirmos derrotar o
Projeto de flexibilização das Áreas de Interesse Cultural. Agora, o Plano
Diretor, de conjunto, enviado pelo Governo Fogaça e piorado por alguns
Vereadores da base do Governo, sai pior da Comissão Especial do que o Plano
Diretor de 1999. A proposição do Governo de Áreas de Interesse Cultural
flexibilizando, rebaixando conceito... No Projeto anterior havia o conceito de
que as áreas deveriam ser obrigatoriamente preservadas, mas, no atual Projeto
do Governo, elas devem ser analisadas. Então é Área de Interesse Cultural, mas
está sujeira a ter construção, porque elas devem ser analisadas...!
O
Governo constrói um conceito de ambiência cultural para ter uma área de
transição, permitindo mais espaço para a especulação imobiliária; diminui as
áreas livres vegetadas, piorando a qualidade de vida dos porto-alegrenses - se
assim for implementado -, porque vai ter menos jardim, porque vai ter menos
arborização, porque prejudica na circulação dos ventos, na incidência do sol,
prejudica em caso de enchente. E o Governo retira para ceder para a especulação
imobiliária. Aumenta as alturas em bairros como o Menino Deus e Cidade Baixa,
cedendo à especulação imobiliária. O Governo, que está vendo que o trânsito em
Porto Alegre está caótico, não apresenta nada que avance num projeto de
mobilidade urbana na Cidade. Tira e diminui os espaços de participação social,
de controle social do povo, cujo único espaço que teve, Ver. Toni Proença, foi
o Fórum de Entidades, que apresentou cem Emendas e teve mais de 70% dessas
Emendas rejeitadas pela base governista, majoritária na Comissão Especial do
Plano Diretor. Portanto, eu quero concluir dizendo que não houve democracia,
que o que está sendo votado e o que foi apresentado pioram o Plano Diretor de
Porto Alegre. Nós temos aqui o discurso, a retórica do planejamento e a prática
do caos. Infelizmente!
(Não
revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Apregoo
a Emenda nº 431 ao PLCE nº 008/07, assinada pelo Vereadores Luiz Braz, Maria
Celeste e um conjunto de Vereadores. Também a Emenda nº 432, assinada pela Verª
Maria Celeste e um conjunto de Vereadores.
Apregoo
destaque, assinado pelos Vereadores Maria Celeste, Luiz Braz e outros, às
Emendas nºs 417, 418, 419, 420, 421, 422, 423, 424, 425, 426, 427, 428, 429,
430, 431 e 432. Portanto, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, nós temos 432
Emendas protocoladas, mais de 150 destaques realizados e estamos no final da
discussão inicial do Plano Diretor, para sua votação na quarta-feira.
O
Ver. Airto Ferronato está com a palavra para discutir o PLCE nº 008/07.
O
SR. AIRTO FERRONATO: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, senhoras e
senhores, passado o momento da nossa Comissão, que cuidou, tratou, discutiu o
Plano Diretor, eu não havia mais me manifestado a respeito deste tema. E agora
nós estamos retomando a discussão aqui no plenário. Quero registrar, até porque
fui um dos relatores e tratei do Centro da Cidade, que temos no Plano Diretor a
lei - o Plano que existe atualmente - e temos, num segundo momento, um Projeto
encaminhado à Câmara que traz modificações ao Projeto hoje vigente no Município
de Porto Alegre. Então temos um Projeto, uma lei e tínhamos em torno de
quatrocentas Emendas; em torno de 360 Emendas foram destacadas lá na discussão
da Comissão que tratou do tema. Agora, eu estava compreendendo que deveria
haver alguns destaques, mas o que está acontecendo, na realidade - eu assinei,
não é crítica, é uma constatação -, é que estamos de novo trazendo a plenário
um número extraordinariamente grande de Emendas. Positivo, claro que é; agora,
se analisarmos o contexto... E, para votarmos com sabedoria, votarmos sabendo o
que estamos votando, a coisa é extremamente complexa, porque temos que ver o
que existe, nós temos que analisar a proposta do Governo com aquilo que existe,
para ver o que é melhor na nossa avaliação e, claro, respeitando a posição de
todos. Então temos a proposta do Executivo e mais uma infinidade, em torno de
150 Emendas, para analisar conjuntamente, de novo.
Isso
significa que tenho que pegar a Emenda nº 01, olhar o que existe, olhar a
proposta do Governo, comparar com a Emenda nº 01 e, ainda mais, analisar no
contexto de todas as outras Emendas se há alguma outra Emenda que seja melhor
do que a Emenda nº 01. E tenho oportunidade de dizer: um ano para se discutir
este Projeto é claro que é um tempo aparentemente longo, mas quero registrar
que foi um ano extremamente necessário, não se poderia votar em tempo menor,
porque, se nós fizéssemos isso, votaríamos, isoladamente, Emenda por Emenda,
sim ou não. A Emenda apresentada pelo Ver. Brasinha - que está aí nos dando
atenção, como todos os demais -, citando um exemplo, eu não posso pegar do
Vereador e dizer: “Esta é uma ótima Emenda!” Pode haver outra com um conteúdo
um tanto diferente, mas talvez mais apropriado.
É
um debate que se prolonga, é um debate extraordinariamente positivo para a
cidade de Porto Alegre, é um debate difícil de contextualizar no confronto com
essas propostas todas. Por que digo isso? Porque, no meu caso - foi o caso de
todos nós -, estávamos envolvidos numa Temática, discutindo apenas e tão
somente uma parte, um pedaço do Projeto. Tanto na discussão lá na Comissão
quanto agora no plenário temos que tratar dos temas que relatamos e temos de
tratar também dos outros temas. Então, registro a importância que é este
debate, do conjunto de trabalho que se fez; esperamos, queira Deus, que se
aprove um Projeto bastante positivo para a Cidade. Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O
Ver. Valter Nagelstein está com a palavra para discutir o PLCE nº 008/07, por
cedência de tempo do Ver. Bernardino Vendruscolo.
O
SR. VALTER NAGELSTEIN: Sr. Presidente, Ver. Adeli Sell; muito
obrigado, Ver. Toni Proença, pelo alerta de Vossa Excelência.
Srs.
Vereadores, eu queria em primeiro lugar, logo em seguida discutirei o Plano
Diretor... É que eu tenho em casa assistido à TV Câmara e visto a nossa
tradução, feita aqui para os deficientes auditivos. Acho esse um trabalho
fantástico, faz dias que eu gostaria de falar e não queria perder a
oportunidade para cumprimentar a colega que está fazendo esse trabalho. Quero
mandar um grande abraço a essa parcela tão importante da cidadania
porto-alegrense que nos assiste, e cumprimento a nossa colega, servidora da
TVCâmara, que faz um trabalho tão relevante e tão significativo - da mesma
forma, todos os nossos colegas servidores do Legislativo Municipal.
Eu
ouvia atentamente as falas, Ver. Ferronato, e nós temos uma linha de raciocínio
que felizmente, ao meu ver, caminha muito proximamente; é obvio que,
eventualmente, temos algumas discordâncias pontuais. No caso da sua fala
anterior, tenho com ela uma pequena discordância: V. Exª diz que é positivo o
número das emendas destacadas; eu, permita-me, com o devido respeito, acho que
não. Acho que neste momento não é positivo, não. Nós tivemos 430 Emendas,
tivemos 360 destaques, tivemos o trabalho de três meses - além de outro seis
meses de exame -, nós nos debruçarmos detalhadamente sobre isso; tivemos
acordos e, do rescaldo de tudo isso, as 177 emendas que ficaram, parece-me.
Agora, além das 177, nós estamos destacando uma infinidade de outras emendas.
Perdoe-me - não é uma discordância de V. Exª; é uma constatação -, acho que o
processo está completamente equivocado.
Ouvi
as críticas da oposição dizendo que o Governo destacou seis. Ao Governo cumpre
a tarefa, quando em vez, de observar alguns detalhes. Não há inovação nas
emendas novas, meu querido Coordenador da Bancada do Partido Trabalhista
Brasileiro, não há inovação nas emendas que o Governo trouxe; há adaptações
técnicas necessárias, porque depois, ao longo do tempo, quando se vai fazer
aquela checagem final, é que se vê alguma questão que precisamos adequar, sim;
acolá, há outra que precisamos adequar de outra forma. Essas adaptações são
feitas, Sr. Presidente. Eu acho que é nocivo, não é bom para o processo
democrático que nós “resetemos” o processo, começando tudo de novo, colocando
em risco até mesmo, Ver. Ferraro, a própria condição de nós, de fato,
Presidente Sebastião Melo, fazermos a votação e o cumprimento daquilo que é
compromisso nosso neste ano.
Mas,
para além de tudo isso, Sr. Presidente, eu estava me lembrando - e me permitam
os colegas - de uma pequena parábola, não conheço a sua autoria; é a parábola
“O Sapo e o Escorpião”, que é muito interessante e ilustra bem o que nós
vivemos aqui. Um escorpião atravessava um riacho, Ver. Brasinha, e, de repente,
em função de uma chuva torrencial, começa a aumentar o volume da água. Ele está
vendo que vai ser tragado pelas águas, vai ser levado embora e morrer; ele olha
para o lado e há um sapo ali parado. Ele pede para o sapo: “Sapo, por favor,
salva-me, estou morrendo”. E o sapo olha para o escorpião e diz: “Olha, eu não
posso te salvar, tu és um escorpião. Se eu chegar perto de ti, tu vais me
matar”. E o escorpião diz: “Não, mas tu estás me salvando a vida, como é que eu
vou te matar?” O sapo se deixou convencer por aquele argumento, achou que, de
fato, por ele estar salvando o escorpião, o escorpião não iria matá-lo nem
atingi-lo com uma picada. E foi até o escorpião, colocou-o sobre as costas e o
transpôs até a outra margem do rio. Quando ali chegou, e o escorpião já em
segurança podia repousar, o escorpião pica o sapo, e o sapo morre.
Qual
é a moral dessa parábola? Não é para dizer que o escorpião é mau porque ele tem
o propósito de ser mau, é porque é a natureza dele. Então nós temos certos
colegas na atividade política mutatis mutantis - mudando o que tem que
ser mudado -, mas não significa que eles sejam maus ou perversos, mas é da
natureza deles não conseguir reconhecer aquilo que os outros fazem de bom. E
eles têm, no seu DNA, entranhada, essa vocação de ser escorpião e de dar a
picada. Acho que para tudo que trazemos aqui, do Governo, sempre há este
cacoete, o de bater, de bater e bater. Agora eu vi essa questão do metrô. Nunca
coube, em lugar nenhum do mundo, Ver. Beto Moesch, ao Município arcar e bancar
obras da importância e da relevância - V. Exª sabe - de um metrô; nem um o
estudo, Ver. Beto Moesch. Então eu quero lhe dizer que não se pode acusar o
nosso Governo daquilo que não é nosso, sob pena de estarmos nos igualando a
esta ordem da natureza, que, na verdade, não tem racionalidade e que segue
somente os seus instintos.
Concluo,
Sr. Presidente, agradecendo muito e dizendo que nós, felizmente, recebemos a
dádiva divina da inteligência. Usemos a nossa inteligência para um propósito
maior, que é o de construir uma cidade que todos nós queremos e que vai ter
todos os equipamentos para beneficiar todos os porto-alegrenses! Muito
obrigado. Agradeço muito o tempo de V. Exª e agradeço a paciência dos Srs.
Vereadores.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Encerrada
a Ordem do Dia.
Passamos
às
COMUNICAÇÕES
O
Ver. Engenheiro Comassetto está com a palavra em Comunicações, por cedência de
tempo deste Vereador.
O
SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Sr.
Presidente, Ver. Adeli Sell; muito obrigado, pela cedência de seu tempo, ao
mesmo tempo cumprimento V. Exª pela presidência dos trabalhos. Cumprimento os
colegas Vereadores e Vereadoras, cumprimento todos os participantes da
imprensa, profissionais que têm dado uma excelente cobertura a esta Câmara
Municipal de Vereadores; cumprimento os senhores e as senhoras.
No
debate do Plano Diretor, há poucos minutos, fazíamos uma análise da estrutura
como um todo desta revisão e aportávamos no tema da mobilidade urbana. Recebi
aqui, de um aparte do meu querido Ver. Valter Nagelstein, Líder do Governo, um
entendimento diferente da posição que trouxe a respeito do tema metrô da cidade
de Porto Alegre, ou seja, a espinha dorsal da mobilidade urbana. Há poucos
minutos, o Exmo. Sr. Prefeito Municipal assinou, com a Cooperação Andina, um
documento para liberar cem milhões para os Portais. Há poucos dias, no conjunto
das Lideranças, provocamos dizendo que não dá para aprovarmos simplesmente os
Portais se não analisarmos política e tecnicamente uma alternativa de
mobilidade urbana, que poderá ser metrô, veículo leve sobre trilho - VLT - e
outras. E aí eu quero recuperar aqui a construção desse processo do metrô.
Primeiro,
no ano de 2001, o então Prefeito Tarso Genro constituiu um grupo de trabalho, a
partir do Município, para estudar o metrô; até hoje continua lá um excelente
técnico, o Sr. Feitosa, que trabalhou esse tema pelo Município. O Estado
delegou, através da Metroplan, também para compor essa equipe, e a União,
através da Trensurb. Esse tema, com a vitória do Presidente Lula e com a nova
gestão realizada, uma gestão inovadora, inclusive da Trensurb, fez com que a
Trensurb assumisse a condução desses trabalhos, representando o Governo
Federal, e elaborou-se um projeto do metrô em duas fases: a fase 1, que estende
o metrô da Região Metropolitana até Novo Hamburgo; e a fase 2, que diz respeito
a Porto Alegre. Nesse mesmo período, a Bancada gaúcha, a partir de uma proposta
da Deputada Federal Maria do Rosário - que propôs uma emenda coletiva à Bancada
gaúcha -, sentou e tomou a definição de colocar 1,3 bilhão de reais para o tema
metrô.
O
que aconteceu a partir de 2008, quando foi feito esse acordo da Bancada gaúcha?
Um bilhão e trezentos milhões, e o metrô tinha dois projetos em expansão, Linha
1 e Linha 2. Os Prefeitos do Vale dos Sinos, encabeçados, prioritariamente,
pelo Prefeito Ary Vanazzi e pelo Prefeito de Novo Hamburgo, o Tarcísio
Zimmermann, foram a Brasília disputar esse recurso. Infelizmente, o Prefeito
Fogaça não fez o mesmo movimento para disputar esse recurso. É obvio que quem
faz pressão, que quem faz acordos... E, aí, o que fizeram os dois Prefeitos, o
Ary Vanazzi e o Tarcísio Zimmermann? Dialogaram com toda a Bancada gaúcha e
destinaram 1,3 bilhão para Linha 1 do metrô. Agora eu pergunto: qual foi o
debate que o Prefeito fez, a respeito do tema, para garantir esse recurso para
Porto Alegre? Nenhum! Concluo aqui dizendo que quem comanda a Cidade é o
Prefeito Municipal. E, aqui em Porto Alegre, no tema referente ao metrô,
infelizmente o Prefeito Fogaça, na sua velocidade de trabalho, perdeu e está
perdendo o trem, e o trem da história.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O Ver. Valter Nagelstein está com a palavra para uma Comunicação de Líder, pelo Governo.
O SR. VALTER NAGELSTEIN: Sr. Presidente dos trabalhos, Ver. Adeli Sell; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, a primeira comunicação que me cabe, Sr. Presidente, é que hoje pela manhã, Ver. Toni Proença, aqui em frente ao Legislativo, juntamente com o Prefeito José Fogaça, com o Secretário Maurício Dziedricki, começamos o lançamento do Projeto de Recuperação Asfáltica e da Malha Viária da Cidade. Neste primeiro momento, são 25km de recuperação asfáltica das vias que estão mais necessitadas, castigadas pelas chuvas, que foram constantes ao longo dos últimos meses. Nos próximos 60 dias serão feitos esses 25km, e, em etapas posteriores, nós certamente vamos dar continuidade a esse trabalho. É uma capa asfáltica bastante considerável, em torno de 5cm de asfaltamento. Ou seja, realmente é um projeto de requalificação e de repavimentação da Cidade que nós começamos no dia de hoje. Essa é uma notícia alvissareira, e eu queria compartilhar com a cidadania porto-alegrense que nos acompanha pela TV Câmara.
A
segunda comunicação que quero fazer, Sr. Presidente, é com relação ao Projeto
Portais da Cidade. Tive a honra de representar o nosso Legislativo Municipal,
agora à tarde, lá na Prefeitura Municipal, quando estava aqui a representante
da Corporação Andina de Fomento, Ver. Lucio Barcelos, que veio de Brasília para
essa assinatura. E ela disse - suas palavras, eu simplesmente as reproduzo -
que “este modelo dos Portais da Cidade é um modelo já consagrado”; modelo que
Curitiba, por exemplo, há muitos anos, implantou com Jaime Lerner; modelo que
Bogotá tem, reconhecidamente, e que Porto Alegre está avançado no sentido de
realizá-lo. Ela cumprimentou e fez rasgados elogios à qualidade do Projeto que
a Prefeitura Municipal de Porto Alegre desenvolveu. Tanto é assim que a
Corporação Andina de Fomento resolveu dar esse um milhão para os estudos e
garantir os cem milhões para o Projeto que vai ordenar o trânsito. Não vai
competir com o metrô, não vai ser, por outro lado, essa coisa sorrateira, meio
leviana que estão fazendo, levando adiante ainda aquele pseudo, falso debate da
eleição do ano passado, dizendo que era estação de baldeação... Não tem nada a
ver com isso. Vai melhorar a qualidade de vida do porto-alegrense e o fluxo de
trânsito dos ônibus para o Centro da Cidade. Trinta e três mil viagens ocorrem
todo dia, e essas pessoas padecem, infelizmente, muitas vezes, num transporte
coletivo congestionado. Não obstante o esforço que se faça para melhorar a
qualidade do trânsito, esse é um problema de todas as grandes cidades
brasileiras, um problema do crescimento urbano, que tantas vezes nós já
discutimos aqui. Esse projeto é reconhecido pelo BID - Banco Interamericano de
Desenvolvimento -, reconhecido inclusive pelo Governo Federal, que deu uma
carta de aval.
Agora,
diferentemente do que diz o Ver. Comassetto, que, parece-me, se prepara para
assumir a Liderança da oposição agora na virada do ano, o Prefeito Fogaça tinha
duas - Ver. Comassetto, acredito que V. Exa saiba disso - agendas com a
Ministra Dilma para tratar do metrô. Duas agendas, Ver. Comassetto, e as duas
agendas foram canceladas, e não pelo Prefeito José Fogaça. Agora, certamente, o
Prefeito Ary Vanazzi, porque é do PT... Certamente o Prefeito de Novo Hamburgo,
que, aliás, está fazendo um Plano de Carreira, Verª Sofia Cavedon, com base na
meritocracia... Lá a senhora é a favor, aqui a senhora é contra! Lá ela é a
favor, aqui ela é contra, vejam bem como são essas incoerências da vida! Pois
esses dois Prefeitos, estranhamente, conseguiram audiência no Governo Federal,
e o Prefeito José Fogaça, Ver. Adeli Sell, não conseguiu ainda a audiência. E
pediu, e insiste, e pede, e fala, e repete, e não consegue a audiência!
Eu
quero dizer o seguinte: há pouco estive lá, e poucas vezes - poucas vezes - vi
um homem comedido, centrado, como é o Prefeito José Fogaça, utilizar-se das
expressões que usou hoje no Paço Municipal, quando disse que é abominável esse
tipo de política em que se colocam interesses eleitorais à frente dos
interesses maiores da população de uma cidade como Porto Alegre. De fato isso
está acontecendo novamente, e é triste observarmos que, por interesses menores,
interesses pequenos, interesses rasteiros, nós colocamos um Projeto tão
importante, estratégico para o desenvolvimento da nossa Cidade, num segundo
plano. Nós começamos a criar esses “balões de ensaio”, essas “cortinas de
fumaça” querendo colocar a responsabilidade no colo do Prefeito, mas o Prefeito
já disse, já redisse - e eu aqui digo, na condição de Líder do Governo, porque
tenho a tarefa de representá-lo: nós queremos, sim, o metrô da Cidade! Nós
vamos fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para termos o metrô, mas quem
nos comunicou que Porto Alegre teve os recursos do PAC retirados do metrô foi o
Ministro das Cidades, Márcio Fortes! A quem nós pedimos que nos recebesse e que
cancelou duas vezes o agendamento foi a Ministra Dilma Rousseff!
Então, Sr. Presidente, eu quero dizer que, com referência àquilo que estiver ao nosso alcance, do que depender do Governo Municipal, nós reiteramos e vamos repetir mil vezes; um milhão, se for necessário: Porto Alegre precisa, Porto Alegre quer, Porto Alegre clama pelo seu metrô, e o Prefeito Municipal José Fogaça é quem lidera esse processo de termos o metrô! Se não conseguirmos, não será responsabilidade nossa, debite-se isso ao Partido dos Trabalhadores e aos interesses eleitorais que já estão, infelizmente, se apresentando neste momento com a candidatura do Sr. Ministro Tarso Genro. Era isso que eu gostaria de dizer, Sr. Presidente, e agradeço.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell):
O Ver. DJ Cassiá está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo do
Ver. Airto Ferronato.
O
SR. DJ CASSIÁ: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, imprensa; eu quero agradecer ao
Ver. Airto Ferronato por me ceder o seu tempo.
Em
primeiro lugar quero começar aqui, Verª Sofia, sendo solidário a uma pessoa que
a mídia esqueceu; quero ser solidário, Ver. Engenheiro Comassetto, a esta
mulher, não sei por que “cargas d’água” ninguém fala nela. Quero ser solidário
àquela mãe que apanhou naquela mesma faculdade, em que a própria mídia, hoje,
está abrindo um espaço, um canal de emprego para mais uma modelo. Agora, sou
totalmente contra a violência! Violência, não! Agora, Ver. Valter Nagelstein,
por que não falam daquela mãe que apanhou lá? Apanhou porque o seu filho estava
enfermo, e ela não podia ficar na manifestação. Agora ninguém fala naquela mãe!
Por quê?! Por que ela estava de calça comprida?! Por que ela estava com uma
bota até o joelho?! Ora, sou solidário a essa moça, sim, mas sou mais solidário
a essa mãe! Sou muito mais solidário a essa mãe! E repito aqui: sou contra a
violência e sou contra a injustiça também. Alguém tem que vir falar por aqueles
que são esquecidos, e essa mãe está sendo esquecida!
Venho,
Sr. Presidente, de uma família humilde, de uma família de trabalhadores!
Consegui chegar aonde cheguei com muito trabalho; eu trabalho muito! Não passei
por universidade, porque não tive oportunidade; estou fazendo ainda a faculdade
da vida! Mas recebi uma educação que me ensinou a respeitar. Tenho uma irmã,
Sr. Presidente, que é professora. Ela conseguiu se formar, Ver. Ferronato,
conseguiu chegar lá, mas com uma orientação de dentro da nossa casa, de saber
os nossos limites - todos nós temos limites. Não sou contra moções, não sou
contra nada! Eu só quero aqui ser solidário a uma mãe que foi esquecida. Só
isso!
Quero
virar a página agora, Ver. Nilo Santos e meu Líder, Ver. Brasinha. Quero partir
para um outro assunto. Estou aqui nesta Casa há nove meses. Eu gostaria que, se
alguém tem dúvida da minha biografia, do que sou, do que represento, que viesse
ao encontro deste que lhes fala e questionasse. Agora, o que não posso aceitar
é que determinados meios de comunicação que não sabem nada da nossa vida...
Desde 1º de janeiro estou aqui! Chego de manhã, vou embora de noite para casa?
Não, para casa, não. Vou aonde eles não vão: vou para o meio da favela, para
bem da comunidade! Eu gostaria de fazer um apelo aos meios de comunicação, para
que respeitassem mais esta Casa. Aqui tem Tribuna Popular, que é aberta ao
povo! Senhores da mídia, se não sabem, vou comunicar aos senhores que as
Comissões permanentes são abertas para o povo, abertas para a sociedade de
Porto Alegre. Sou Presidente de uma. É lá que eu gostaria de ver a imprensa
acompanhando os debates, as discussões em relação à nossa Cidade.
O
Sr. Bernardino Vendruscolo: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Agradeço a V. Exª por me
conceder um aparte. Quero dizer que muitas vezes estamos aqui em plenário,
inclusive dando entrevista para os as próprias pessoas dos meios de
comunicação, por telefone, a respeito dos nossos trabalhos.
O
SR. DJ CASSIÁ: Eu tenho um
grande respeito pela nossa mídia, mas não tenho medo, porque não cheguei aqui
por meio de um diploma, não; eu cheguei aqui por intermédio do respeito e pelo
voto de confiança da sociedade. Agora, faço um apelo à mídia no sentido de que
entre mais no Parlamento, mas entre de uma forma diferenciada, nós temos as
portas da frente; convido os senhores a participarem das Comissões, a verem as
agendas da nossa Casa. Concluo dizendo mais uma vez que não tenho medo, porque
trabalho; não tenho medo também de que revirem a minha vida, porque ela é
limpa, graças a Deus. “Eu só quero é ser feliz, andar tranquilamente na favela
onde nasci”. Ninguém vai me calar e dizer se tenho que rir ou não, eu vivo em
uma democracia. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): A
Verª Maria Celeste está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
A
SRA. MARIA CELESTE: Ver.
Adeli Sell, na presidência dos trabalhos; Sras Vereadoras,
Srs. Vereadores, acho importante que possamos fazer uma análise, neste momento,
do que significa a opção do Governo Fogaça em termos de modal de sistema na
cidade de Porto Alegre, especialmente no que diz respeito ao transporte
coletivo. Nós temos percebido e apontado, ao longo deste ano, a falta de
vontade política do Governo Fogaça em enviar para esta Casa, por exemplo, no
Plano Diretor, toda a questão da mobilidade urbana, não se percebeu isso, e fiz
a intervenção, quando discutia Plano Diretor. E aí o discurso do Prefeito na
campanha eleitoral é um, mas é expressado de outra forma quando ele envia os
projetos para esta Casa. Quando enviou o Plano Diretor, não colocou no Plano
Diretor da cidade de Porto Alegre nenhuma linha sobre mobilidade urbana, muito
menos sobre o traçado do metrô na cidade de Porto Alegre.
Que
vontade política é esta do Prefeito que diz que quer o metrô na campanha política
e agora fica reafirmando e diz que quem não quer é o Governo Federal? Que
vontade é esta que a gente não vê expressa no PPA, no Plano Plurianual, que é o
Projeto do Governo para os próximos cinco anos? Não vem uma linha sobre metrô
no PPA! Que vontade política é esta que, quando faz na Lei de Diretrizes
Orçamentárias a sua perspectiva para o próximo período, não coloca uma linha
sobre o metrô? Os Vereadores desta Casa têm que o lembrar da sua campanha
eleitoral. Eu sou uma boa ouvinte, escuto muito os argumentos, mas lembro muito
bem que o Prefeito falava que faria um modal compatível, que queria, sim, metrô
e que queria, sim, os Portais.
E
o que vemos agora é uma opção política pelo Prefeito Fogaça, ele está optando
pelos Portais na Cidade! Ele está optando pelo transbordo na Cidade, ele está
optando pela baldeação na cidade de Porto Alegre! É isso, não há interesses
pessoais nessa questão, há os interesses da Cidade sendo envolvidos. E houve -
trago aqui a retrospectiva - uma vontade política da Bancada gaúcha federal,
que fez Emendas no Orçamento em 2008 e 2009, para trazer o metrô para Porto
Alegre, mas não obteve o apoio do Prefeito, que não se dirigiu nenhuma vez a
Brasília.
Ora,
a Ministra Dilma não o recebe neste momento? Mas que engraçado... Faz cinco
anos que o Prefeito Fogaça é Prefeito desta Cidade! Será que, nesses cinco
anos, o Prefeito não marcou nenhuma audiência para tratar do metrô? Essa é uma
desculpa muito esfarrapada! Nenhuma audiência ele marcou nesses cinco anos para
tratar de um tema importante, que ele referenda, que ele diz que quer na
campanha eleitoral! Não me venha Prefeito Fogaça com desculpas dessa ordem!
Houve também uma reunião em Brasília com a Bancada do Estado do Rio Grande do
Sul em que participam todos os Deputados Federais, onde o Prefeito Fogaça não
esteve, mas esteve lá o Secretário Clóvis Magalhães, que levou as prioridades
para se produzir Emendas para o ano que vem. Pasmem! Pasmem, Sras. Vereadoras e
Srs. Vereadores: dentre as prioridades de Porto Alegre não estava o metrô! Não
estava o metrô!
Então,
Vereador-Líder do Governo, houve uma opção clara. Nós respeitamos, é uma opção
de gestor, mas não coloque a responsabilidade no Governo Federal; assuma o
compromisso como gestor desta Cidade, que parece que agora o faz, opta pelos
Portais e opta pelos transbordos; opta pela baldeação na Cidade. O
Prefeito dizia que já havia recursos na ordem de 500 milhões de reais, a fundo
perdido; agora, tem que contratar com empresas, e foi a Brasília solicitar um
empréstimo. E aí o Governo Federal pergunta: “Mas, Prefeito, o senhor quer o
metrô, ou o senhor quer os Portais?” E a opção hoje está clara: hoje o Prefeito
Fogaça optou pela baldeação, pelo transbordo, pela dificuldade, o que nos
próximos dias e nos próximos anos nós iremos enfrentar aqui. Não haverá
inclusão do metrô no PAC da Copa, não haverá porque não houve vontade política
do Prefeito Fogaça, um Prefeito omisso em relação à Cidade, mas que faz agora a
opção para penalizar a população, a opção pelo transbordo, a opção pela
baldeação - é isso que nós teremos num futuro bem próximo na cidade de Porto
Alegre.
(Não
revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell):
O Ver. Nilo Santos está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. NILO SANTOS: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, senhores e senhoras que nos
acompanham nesta tarde, primeiramente eu quero dizer à Verª Maria Celeste:
Vereadora, o Governo Federal nos iludiu dizendo que vinha dinheiro para cá. O
Governo Federal tem que nos liberar esse dinheiro de uma vez, para sair esse
metrô, Verª Maria Celeste! A Bancada do PT tem que dar uma forçadinha. O
Governo Federal nos iludiu, “passou o pirulito na nossa boca” e agora tirou.
Então, Verª Sofia Cavedon, tem que mandar vir esse dinheiro de uma vez, senão o
Governo Federal fica conhecido como “enrolão”, vão dizer que enrolou os gaúchos
aqui. Nós queremos metrô, queremos Portais, queremos tudo; e o Governo Federal
que banque aquilo que ele assumiu como compromisso, mande dinheiro, não fique
se fazendo.
Ontem
à noite, no programa Teledomingo, do alto da sua arrogância e da sua
prepotência, a RBS TV - que acha que não há necessidade de manter um setorista
nesta Casa; eles são arrogantes, prepotentes, eles se acham os principais da
mídia, acham que não precisam ter um jornalista aqui nesta Casa para acompanhar
o que acontece no dia a dia - apresentou, então, a famosa câmera escondida. A
RBS TV está perdendo audiência e está perdendo a decência também, querendo
imitar agora o Sílvio Santos com câmera escondida, querendo imitar também o
Balanço Geral com o Sacomori. Só que o Sacomori é diferente: ele vem e mostra a
cara para os Vereadores, ele conversa com os Vereadores, ele dá direito aos
Vereadores de explicarem.
A
RBS TV perde audiência e vem fazer essa baixaria montada por uns jornalistas
podres! Essa é a parte podre do jornalismo! Parte podre! Há os jornalistas bons
e há os podres, incompetentes. Incluo nesse grupo todo aí o Raul Ferreira, que
é o editor-chefe; conversei com ele antes e disse: “Vai com calma, porque tu
vais prestar um desserviço para a comunidade. Por que vocês não vão lá para
filmar quando estamos discutindo algum assunto importante? Vocês pegaram um dia
que nem era dia de votação; era um momento light na Casa”, “Não,
Vereador, não vai atingir a imagem dos Vereadores.” Mentiroso esse Raul
Ferreira, hein?! Admiro-me por a Direção da RBS manter um mentiroso como
editor-chefe. Admiro-me muito, porque ele mentiu! E podem buscar a gravação da
minha conversa com ele por telefone, na sexta-feira ainda. Ele disse: “Não, não
vai atingir a imagem da Câmara”. Atingiu a imagem dos Vereadores, a imagem dos
CCs, a imagem do pessoal que trabalha na Casa, atingiu a imagem de todos!
Infelizmente,
senhoras e senhores, quando saiu aquela matéria, vejam o que faz o repórter da
RBS, aquele de óculos que abriu a matéria “Uma blitz na Câmara de
Vereadores”. Ele abriu a matéria e depois não apareceu mais, não é? Porque ele
dormiu a tarde toda! Dormiu! Dormiu a tarde toda aquele homem que deveria estar
trabalhando! Dormiu! Roncava ali na galeria! O repórter que abriu a matéria: a blitz,
a blitz... Vai dormir! Dormiu ali. Preguiçoso! Em vez de dormir em casa,
veio dormir aqui na galeria da Câmara. E acham que tem moral ainda. E não
interessa se é RBS, seja lá a emissora que for: não tem poder paralelo! Nesta
Casa aqui os Vereadores são eleitos pelo povo! A RBS se acha o quê? Um poder
paralelo? Não tem poder paralelo, porque não foram eleitos pelo povo. Nós fomos
eleitos democraticamente, senhoras e senhores. Da próxima vez que a RBS quiser
mandar um jornalista para cá, para fazer uma matéria, por favor, que ele não
durma na galeria, para não ocupar o espaço do povo que vem acompanhar os
trabalhos. Por favor, é uma baixaria! Uma baixaria!
(Aparte
antirregimental do Ver. Valter Nagelstein.)
O
SR. NILO SANTOS: Nem merece
Moção. O que tem que acontecer é os Vereadores não ficarem mais dando Título
algum para esse tipo de gente. Esse tipo de gente ganha Título e, quando vêm
aqui, são tratados a pão de ló. Eles nos batem; nós temos medo, depois, de nos
perseguirem. Já nos perseguem, eles nos odeiam. Eles nos odeiam! E, se bobear,
alguns ficam aborrecidos ainda, porque mandam currículo de parente e não são
nomeados CCs. Se bobear, acontece até isto: vão lá depois e nos malham!
Eu
faço um pedido à Direção da RBS TV: os senhores já estão perdendo audiência no
Rio Grande do Sul, estão perdendo para a Record... Depois daquela matéria de
ontem, eu vou dizer: a Record tem que ir para o primeiro lugar, mesmo, porque
ninguém é bobo para ficar assistindo a essas bobageiras do Teledomingo, que não
cobre as votações. Por que não estão aqui hoje, acompanhando as discussões
sobre o Plano Diretor? Por que não estão aqui hoje? Porque não se interessam
pelas coisas sérias da Cidade: eles querem brincar de câmera escondida, tentam
imitar o Sacomori. Isso é muito feio! Obrigado, senhoras e senhores. (Palmas.)
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. REGINALDO PUJOL: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, eu venho à
tribuna para falar de um assunto, mas não posso deixar de dizer que eu me
solidarizo com todos os companheiros Vereadores que foram objeto desta
malfadada reportagem, sou solidário com todos eles. Especialmente, permita-me,
Ver. Nilo, com o Ver. João Dib, que não está presente no momento, mas sobre
quem posso falar com toda a tranquilidade; ele, que é o nosso decano, que é um
homem de opinião, um homem com o qual, ao longo do tempo, eu tenho divergido
frequente e duramente, mas que não me permite silenciar diante disto e deixar
de dizer da sua retidão e da forma com que ele exerce, há muitos anos, o seu
mandato, com muita dignidade. Ele não merece o ridículo em que foi colocado,
nem os demais colegas, faço dele a nossa bandeira.
O
que me traz à tribuna, Presidente Adeli, é o ingresso na discussão, que eu acho
absolutamente inconsequente, mas persistente aqui na Casa, recorrente, a
respeito do problema do metrô: quem quis o metrô, quem não quer o metrô e assim
por diante. Ora, vou ser muito claro. Eu acho que já falei isto aqui na
tribuna, mas vou repetir agora: nesse particular, o Prefeito Fogaça tem uma
frase que é definitiva, quando ele diz que não existe nenhum lugar no mundo
onde metrôs tenham sido feitos sem uma participação financeira definitiva,
decisiva, do Governo Federal. Sem essa participação, o metrô não se realiza!
Aliás, dizem que Porto Alegre não tem metrô; Porto Alegre já tem metrô: o metrô
é metropolitano. E o metropolitano aqui foi colocado ainda no Governo dos
famosos 20 anos da reorganização deste País. É sim! O metrô vai até Sapucaia.
Depois, “aos trancos e barrancos”, está indo, está chegando em Novo Hamburgo -
não chegou ainda em Novo Hamburgo.
Fala-se,
há mais de vinte anos, numa segunda linha, uma linha auxiliar do metrô aqui,
que seria a Linha 2, há as mais diversas colocações. E, agora, ultimamente,
Ver. Vendruscolo, o discurso é de que isso se resolve com a parceria
público-privada. Ora, vamos parar de conversar nessa linha de parceria
público-privada, porque é muito difícil que uma empresa esteja disposta a
investir em projeto de parceria público-privada com a insegurança jurídica que
têm os investimentos neste País; não se faça isso. Dizer que o Prefeito Fogaça
não se interessou é um exagero e uma injustiça. O que se quer? Que o Prefeito
vá lá e fique chorando para o Lula e para a Dilma, dizendo: “Pelo amor de Deus,
coloquem lá nem que sejam 500 metros de metrô para eu ficar bem com a
população!”? Não! Fez os encaminhamentos que tinha que fazer. E agora o projeto
Portais da Cidade consagra o trem metropolitano em Porto Alegre, na medida em
que acessa uma das linhas num dos pontos referenciais dos portais, exatamente
na estação São Pedro do metrô, possibilitando acesso para quem vem ao Centro de
Porto Alegre ou quem segue para Canoas, numa verdadeira integração
metrô/transporte rodoviário.
Por
isso tenho a esperança, Vereador-Presidente Adeli Sell, de que esta seja a
última vez que venho a tribuna discutir esse assunto. Para mim está encerrado:
o metrô não vai sair em Porto Alegre porque, por circunstâncias, o Governo
Federal, pelo menos no momento, não tem como investir recursos nessa
finalidade. E, se não tem, não há como se pensar no metrô por enquanto. Vamos
ver se colocamos em prática os Portais da Cidade, já que há possibilidade de se
ter um financiamento na ordem de 100 milhões de dólares, que é o suficiente
para a metade ou mais do projeto, que se realizará com outros recursos que
vierem a ser a ele adicionados. E essa alternativa promoverá, dentre outras
coisas, Ver. Adeli, a necessária integração do transporte por ônibus em Porto
Alegre com o metrô.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O
Ver. Paulinho Ruben Berta está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. PAULINHO RUBEN BERTA: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, todos os que
nos assistem pela TVCâmara, escutei há pouco tempo a indignação dos nossos
Vereadores com relação à matéria que saiu ontem no Teledomingo. Aí fiquei
pensando: “Esteve aqui esse jornalista que fez essa matéria na tentativa de
buscar dar um flagrante em algum Vereador, em algum ato ilícito, em algum
funcionário. Veio aqui buscar uma matéria”. Aí me surpreendi: será que, no
nosso mundo jornalístico, nossos técnicos jornalistas têm somente essa
capacidade? De buscar, perceber e trazer à opinião pública só o que não presta,
quando encontram? Por outro lado, fiquei muito satisfeito, porque nenhum
Vereador desta Casa teve qualquer comprometimento. Com relação ao Ver. Nilo
Santos, que estava contando dinheiro para pagar contas, eles acabaram provando
que esse Vereador é um bom pagador, é um ótimo pagador. Paga suas contas;
estava preocupado, dentro do seu horário de trabalho, em mandar pagar as
contas.
Em
segundo lugar, a criatividade desses jornalistas é zero! Perdoem-me, mas para
mim, que não sou formado, pareceu isso. Dizer que um Vereador não pode usar um
celular para atender, muitas vezes, as reivindicações da comunidade, para se
comunicar com uma Secretaria, para receber o pedido de quem quer que retire o
lixo da sua rua, um conserto de esgoto, a iluminação que está pifada é
praticamente tirar o instrumento de trabalho de um Vereador. E também de seus
assessores, que se comunicam, muitas vezes, com o seu gabinete, para trazer um
documento, um projeto de lei para ser discutido no plenário. Estavam aqui os
Vereadores, exercendo o seu trabalho. Aí eu fico preocupado: mas que falta de
criatividade! Eu conheço tanto jornalista com talento, criativo nesta Cidade,
jornalista que faz matéria que realmente interessa à população.
Ver. Valter Nagelstein, será que essa notícia vai vender jornal? Será que isso é desespero de quem está perdendo audiência? Será que é desespero por não ter matéria? Se não têm matéria, venham aqui e falem com os Vereadores. Foram quatrocentas e poucas Emendas apresentadas ao Plano Diretor, Ver. Pancinha! Há meses os Vereadores estão trabalhando nas Comissões. E saímos daqui à noite para irmos para dentro do Rubem Berta, para irmos para dentro da Vila Amazônia, para irmos para dentro da Restinga. Médicos que são Vereadores estão trabalhando, buscando ampliar as condições em relação à saúde, à segurança. E aí acham uma matéria “sensacional” para o Teledomingo: porque um Vereador está usando o celular...! É brincadeira! Por favor! Vão fazer reportagens na vila, onde tem buracos! Vão para as praças que estão ocupadas e que nós estamos tentando descongestionar através do Plano Diretor! Venham para cá assistir aos embates sérios, honestos, de quem quer o melhor para a Cidade, mas não sejam tão pouco criativos! Estudar vários anos numa faculdade... Eu não tenho faculdade, mas a faculdade da vida me ensinou que principalmente o caráter e a lisura do processo têm que ser respeitados.
Eu
quero dar um conselho a esses jornalistas: tenham criatividade, busquem aquilo
que é interessante para a cidade de Porto Alegre, para o Estado do Rio Grande
do Sul. Ocupar um programa de televisão, que custa uma fortuna, para dizer que
o Vereador está usando celular como instrumento de trabalho... É a mesma coisa
que tirar a Kombi do cara que sai para vender bala de armazém em armazém, de
comércio em comércio; hoje o celular é uma ferramenta de trabalho e não um
capricho de um jornalista. Quero vê-lo sem celular, para se comunicar
justamente com aquele Vereador de quem ele busca notícias para a Cidade. Ele
que faça esse trabalho sem o celular!
Sinceramente,
eu estou um pouco mais triste, mas não com a minha Cidade, que tanto amo e pela
qual trabalho gratuitamente há mais de trinta anos. É a primeira vez na minha
vida, em mais de trinta anos, que recebo salário. Agora, receber um salário,
como recebem, de um conglomerado que é a RBS, para dizer uma bobagem dessas...!
Por favor, a Direção da RBS que valorize mais o recurso que recebe, através da
venda desse jornal, para botar jornalistas com mais competência lá, porque eu
não acredito, em hipótese alguma, que a imprensa de Porto Alegre e do Rio
Grande do Sul se preste a esse trabalho! Vamos buscar o que realmente interessa
para a população, para nosso o Estado e para a nossa Cidade! Criatividade e
inteligência não fazem mal para ninguém! Boas intenções também. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O
Ver. Luiz Braz está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. LUIZ BRAZ: Sr.
Presidente, Ver. Adeli Sell; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, senhoras e
senhores, com toda a certeza, aquela reportagem apresentada no programa
Teledomingo não está à altura da RBS; pela importância daquela rede de
comunicações, ela não pode avalizar uma matéria tão ridícula como a
apresentada. Por exemplo, eles me focalizaram sorrindo. Para as pessoas que não
sabem, eu sorrio 80% da minha vida; graças a Deus, eu passo sorrindo! Sou
comunicador, e a tônica da minha comunicação é essa. Então, são ridículos,
realmente, os profissionais que fizeram aquela matéria, eu acho que não merecem
nenhuma consideração a mais.
Ver.
Adeli Sell, nós estivemos juntos em Florianópolis, numa audiência pública da
Comissão de Orçamento do Congresso Nacional. E, naquela oportunidade, se
discutia o metrô aqui em Porto Alegre, além de outras coisas, como a aplicação
de verbas para toda a Região Sul. Lá ficou estabelecido que, no Plano
Plurianual, o Governo Federal iria destinar 1,2 bilhão de reais para viabilizar
o início das obras do metrô. Aí, Verª Sofia Cavedon, é que está o “x” da
questão. O nosso Governo aqui cometeu este mesmo equívoco, quando fez o
planejamento orçamentário para o ano que vem, quando mandou o Plano Plurianual
para cá, Ver. Tessaro, repleto de verbas para obras em diversas regiões da
Cidade. Ora, não é matéria de Plurianual isso! O Plurianual deve ser tratado
como um planejamento das obras que vão ser a tônica da Administração nesses
quatro anos, mas não deve ainda chancelar recursos, porque esses recursos são
mentirosos, eles não são verdadeiros! Como fazer um planejamento de quatro
anos, Ver. Toni, já estabelecendo os recursos que vão ser aplicados?
Então,
o que aconteceu? Para esse 1,2 bilhão de reais, na sequência do planejamento, a
verba que foi chancelada foi só de 26 milhões de reais para os projetos. Ora,
para quem quer gastar 1,2 bilhão de reais em quatro anos, no primeiro ano,
quando foi realmente para definir verbas, definiu-se uma verba de 26 milhões de
reais. É claro que, com a verba de 26 milhões de reais, nós não podemos nem
pensar em falar em metrô! É por isso que o Governo Municipal, não podendo arcar
com os altos custos de um metrô, acabou dando um passo atrás, porque cadê
aquele 1,2 bilhão de reais que estava no Plano Plurianual? Não tem obrigação
nenhuma o Plano Plurianual, o Plurianual é um planejamento de quatro anos! Se
vierem aquelas verbas, tudo bem; se não vierem, também tudo bem! E quando foi
votado o Orçamento? Ah, no Orçamento, para este ano, só ficaram 26 milhões.
Então, realmente, não dava para se pensar em metrô.
Por
isso se começou a discutir, Ver. Pancinha, a Linha Rápida, a solução que está
sendo feita em Curitiba. Agora, com os corredores, começou-se a discutir outra
forma de se fazer com o que o transporte aqui pudesse ser utilizado. Mas, com
toda a certeza, todos nós temos que ir atrás de como viabilizar o metrô aqui em
Porto Alegre. A iniciativa privada é uma chance, porque eu ouvi, por parte do
Governo e por parte dos amigos da Trensurb, o Dr. Marco Arildo, que existem
empresas interessadas em aplicar verbas aqui no metrô. Então, se isso é verdade
- é claro que é, senão ninguém iria declarar, falando, inclusive, o nome dessas
empresas -, essas empresas têm que ser procuradas, no sentido de fazer com que
os recursos necessários sejam dados para que o metrô possa ser uma realidade
aqui em Porto Alegre. Eu coloco, como prioridade, Ver. Haroldo de Souza, o
metrô e, depois, os outros meios de transporte: os Portais, a Linha Rápida,
coloco tudo isso em plano secundário. Espero, realmente, que possamos ter essa
sorte.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O
Sr. Luiz Afonso de Melo Peres, nosso Diretor Legislativo, está com a palavra
para ler o Termo de Posse na Presidência deste Vice-Presidente, Ver. Adeli
Sell.
O
SR. LUIZ AFONSO DE MELO PERES: (Lê.)
“Termo de Posse na Presidência. Aos dezesseis dias do mês de novembro do ano de
dois mil e nove, no Plenário Otávio Rocha da Câmara Municipal de Porto Alegre,
o Senhor Vereador Adeli Sell assumiu o cargo de Presidente, face ao afastamento
do Vereador Sebastião Melo, Presidente, a fim de exercer o cargo de Prefeito
Municipal de Porto Alegre, em substituição, das dezoito horas do dia dezesseis
às dezoito horas do dia dezessete de novembro de dois mil e nove - Ofício nº
852/09, Gabinete do Prefeito. E, para constar, preencheu-se o presente termo,
que, lido e aceito, será assinado pelas pessoas presentes.”
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Os
Srs. Vereadores estão convidados a assinar como testemunhas da transmissão do
cargo.
(Procede-se
à assinatura do documento.)
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, nós, neste momento, fizemos a transição
do cargo da Presidência desta Casa, do Ver. Sebastião Melo, a este Vereador.
Desejo uma profícua gestão, neste dia de hoje e no dia de amanhã na Prefeitura
Municipal, ao nosso colega Sebastião Melo. Obrigado, Sras. Vereadoras e Srs.
Vereadores, pelas suas assinaturas como testemunhas.
A
Verª Sofia Cavedon está com a palavra para uma Comunicação de Líder, pela
oposição.
A
SRA. SOFIA CAVEDON: Sr.
Presidente - agora Presidente desta Casa -, Ver. Adeli Sell; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, também volto ao tema do metrô, não sem
antes fazer uma observação sobre aquela matéria de ontem à noite, eu a assisti
no computador. Eu não diria que é um lixo, mas não tem fundamento algum,
trata-se de um jornalismo de baixa qualidade, algo lamentável para a democracia
brasileira.
Vejam,
o Ver. Luiz Braz retomava a participação na audiência pública com a discussão
do Plurianual. De fato, esta Câmara participou, estavam presentes os Vereadores
Adeli Sell e Luiz Braz; não sei se mais alguns Vereadores estavam lá. A
Prefeitura de Porto Alegre não participou e com isso já sinalizou que não tinha
interesse no metrô, apesar de já estar orçado no Plano Plurianual o valor de
1,3 bilhão para o metrô de Porto Alegre ou Região Metropolitana. O Ver. Luiz
Braz disse que 26 milhões, em 2008, não eram suficientes, porém para Novo
Hamburgo e São Leopoldo foram suficientes. A Bancada gaúcha autorizou usar
esses recursos para São Leopoldo e Novo Hamburgo, porque Porto Alegre não
demonstrou interesse, não encaminhou o Projeto.
Em
2009, eram 125 milhões. O que aconteceu? Ao Ministério das Cidades e ao
Ministério do Planejamento a Trensurb encaminhou o Projeto de metrô, sim, Linha
2 para Porto Alegre; a Prefeitura encaminhou o Projeto dos Portais. Veja, Ver.
Brasinha, depois quero discutir se é bom ou não, só que aqui ficou muito claro:
os técnicos do Ministério fizeram alerta de que o recurso não poderia ser
liberado, porque o Projeto era incompatível com a extensão do metrô prevista no
Plano Plurianual - Portais incompatíveis com o metrô. O Ministério das Cidades
recebeu dois Projetos: da Trensurb, o metrô; do Fogaça, os Portais. E o
Ministério das Cidades, inclusive por pressão da Bancada Federal, que disse ter
que aprovar a vontade da Prefeitura, aprova os Portais. Portanto, há uma opção
política do Prefeito de Porto Alegre pelos Portais, diferente da opção política
de Aécio Neves, do PSDB, que está com o Trensurb no PAC, Linhas 1 e 2, com
recursos federais; Belo Horizonte terá metrô. O Governo Federal não faz opção
política, de cor partidária, está encaminhando recursos para a cidade que tem
interesse, para a cidade que encaminha o tema.
E
agora eu queria entrar um pouquinho na opção Portais. O que dizem os técnicos
sobre a opção Portais? Dizem que é uma opção que nasce obsoleta, que nasce
saturada, que não tem por que confinar pessoas para fazer transbordo, se é
possível fazer com a tarifa integrada. É bom que façamos esse debate aqui,
porque nós vamos votar o pedido de empréstimo. Em São Paulo, a tarifa integrada
custa 2,30 reais - exatamente o valor da nossa passagem. Lá os cidadãos vão a
qualquer lugar da cidade com uma tarifa, fazem o seu próprio transbordo, sem
criar espaço físico para isso. A tarifa integrada, que foi pensada para Porto
Alegre, era para ser assim, reduzindo o número de pessoas que têm que vir até o
Centro para irem a outro lugar da Cidade. A opção da Prefeitura de Porto Alegre
foi confinar, em espaços, as pessoas para fazer o transbordo. E mais: em
espaços centrais, perto do Centro da Cidade. Então, a um quilômetro do Centro a
pessoa desce e, para subir em outro ônibus, entra em outra fila, Ver. Haroldo
de Souza! Caberia algum transbordo lá na Av. Baltazar de Oliveira Garcia, Ver.
Alceu Brasinha, mas não perto do Centro da cidade de Porto Alegre.
Portanto,
a opção Portais se contrapôs ao metrô, porque foi apresentado o projeto nas
mesmas áreas para as quais o Trensurb tinha apresentado o projeto para o metrô.
Nas mesmas áreas, Ver. Alceu Brasinha! Então, o Prefeito que não acuse quem não
está governando de não fazer metrô; é ele quem não está fazendo o metrô. Ele
optou, e não sabemos por qual motivo, Ver. Valter Nagelstein. Não conseguimos
entender quais são as motivações da Prefeitura por essa opção obsoleta, por
essa opção que vai piorar a possibilidade de o trabalhador se deslocar dentro da
cidade de Porto Alegre; que vai retardar por alguns anos o metrô, porque foi
uma opção política deste Prefeito: nas mesmas áreas que o metrô resolveria, foi
apresentado um projeto para ocupação das mesmas áreas.
Os
técnicos falaram: “Não dá para aprovar”. Por isso não se aprovou, de imediato,
no Governo Federal, o projeto Portais. Sabia, Ver. Valter Nagelstein? Porque no
Plano Plurianual da União está previsto o metrô, e aí a Prefeitura apresenta
Portais para as mesmas áreas. E não opera a tarifa integrada, que seria muito
melhor para o trabalhador fazer o seu próprio transbordo, onde lhe conviesse,
com a mesma tarifa, sem um novo confinamento, sem uma parada com nova fila,
perto do Centro. Porque essa é a opção que a Prefeitura está encaminhando para gastar
quase 500 milhões de reais! Será que esses mesmos 500 milhões, se tivesse
intencionalidade política, não poderiam estar hoje num projeto audacioso, que
limpa a superfície, que encurta as distâncias, que é necessário e urgente para
Porto Alegre, que é o metrô? Poderia. Então que fique muito claro: o único e
absoluto responsável por não ter metrô nesta Cidade é o Prefeito Fogaça, que
perdeu o trem e prefere penalizar os trabalhadores. Não sabemos quais são suas
motivações.
(Não
revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Obrigado, Verª Sofia Cavedon.
O Ver. Airto Ferronato está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. AIRTO
FERRONATO: Sr. Presidente, Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores, hoje vou me dirigir especialmente aos nossos ouvintes
da Rádio Câmara, aos nossos telespectadores da TVCâmara e, muito
carinhosamente, aos meus eleitores de Porto Alegre. Eles, no programa de ontem, disseram o que achavam que deveriam dizer.
E eu tenho o direito... Mais do que direito, tenho a obrigação de falar ao meu
eleitor aquilo que eu entendo e compreendo. Começo dizendo que fiquei
encabulado assistindo à parte do programa já começado. Vou tomar a liberdade de
dar dois conselhos à RBS. O primeiro, meu caro Ver. Nilo Santos, demitam o
espião dorminhoco. Demitam o espião dorminhoco! É duro nós assistirmos calados
a uns incompetentes, despreparados e arrogantes nos cuidando! Que me cuidem,
mas que digam o que eu faço de bom e o que eu faço de ruim também! Eu tenho
vergonha de ficar acompanhando o que acompanhei ontem, eu estou encabulado! O
primeiro conselho é: demitam o espião dorminhoco, incompetente!
O
Ver. Braz é um homem sortudo, extraordinariamente sortudo, como outros que aqui
estão: apareceram por longos segundos sorrindo. Eu não me vi, mas disseram que
eu apareci - é verdade -, de tamanha rapidez... Talvez eu tenha aparecido, os
meus óculos é que não andam tão bons. Eu estava conversando com o meu assessor
porque havia recebido um convite para ir ao Canal 36. Recebi o convite, dez
segundos depois disseram que não era mais para eu ir. Tudo bem. Bueno,
não admito que me chamem de preguiçoso, irresponsável, porque eu não sou! Não
sou! Aliás, o Túlio estava alegrinho demais para a minha... Mas estavam numa
alegria aqueles três, parecia que tinham salvado a pátria!
Agora
o segundo conselho. Eu acompanhei ontem o Programa. Poderia falar de outras
coisas: de SantosXBarueri; joga Inter, joga Grêmio, eles mostram tudo que é
time, menos os nossos. Eu assisti ao programa Fantástico. Também fiquei com vergonha,
e este é o segundo conselho que eu dou a eles, carinhosa e fraternalmente: em
vez de virem aqui nos espiar, espiem os incompetentes que preparam esses
programas. Vocês assistiram ao Fantástico? Passou um jovem senhor de 40 anos
voando numa câmara de ar lá nos Estados Unidos. Que notícia! Quanta cultura! Eu
prefiro tomar água com sal, como tomei essa semana, para fazer um exame do
estômago! Gostei da água com sal, passei a gostar! Primeiro, o voador dentro de
uma sala lá nos Estados Unidos. Ah, que maravilha! Quanto serviço à nossa
pátria! Em segundo lugar, a minissaia, mais 25 minutos, 40 minutos. Em terceiro
Lugar, “As meninas do Fantástico”! Quase 50 minutos naquela bobageira, iludindo
o nosso povo! Em quarto lugar, para concluir com chave de ouro, sabem o que
passou, vocês assistiram? Não? Eu anotei: “O Vampiro.” Vampiro são eles que vêm
aqui dizer o que nós temos que fazer.
Não
quero que um incompetente, dorminhoco me chame de irresponsável e preguiçoso!
Quarenta anos de história, construindo o meu nome, a minha imagem! Concorri
cinco vezes em Porto Alegre, meu caro Presidente, elegi-me três vezes; fiquei
suplente duas vezes. Cinco vezes! Não vão ser incompetentes, dorminhocos que
vão estragar a minha imagem numa palhaçada! Eu tenho vergonha, eu perdi quase
quatro horas assistindo àquele monte de bobagem! Dou um conselho aos
dorminhocos: mudem esses programas!! São um fiasco esses programas! Que moral
tem essa gente de vir aqui falar de nós? Em primeiro lugar mudem lá, depois
deem conselho aos outros. Não quero; não gosto; não admito que me chamem de
irresponsável e preguiçoso! E demitam o espião dorminhoco! Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O
Ver. Haroldo de Souza está com palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. HAROLDO DE SOUZA: Sr.
Presidente, não em exercício, mas no pleno exercício de um treinamento para a
presidência dos próximos dias ou para os próximos anos; Vereadoras e
Vereadores, vocês devem imaginar o estado em que me encontro se tiver que
enfrentar essa matéria a respeito do programa Teledomingo. Não é fácil para
mim. Eu vou deixar aqui o registro feito por este fantástico Vereador, o
Ferronato. Quero endossar suas palavras, Ferronato, e me segurar um pouquinho,
porque, decididamente, eu tenho que contar ainda até três - de preferência, até
30 - para me manifestar politicamente a respeito de uma ação jornalística.
Adianto que não é possível que quem produziu esse programa queira ter passado
ao telespectador que o Dib corta as unhas todos os dias aqui, que ele está
permanentemente cortando as unhas! Ou que permanentemente o Pancinha está com o
telefone no ouvido! Que nada, era uma montagem grossa!
Eu
estou envergonhado é da parte que me cabe, a da imprensa, em que trabalho há 35
anos. Estive 17 anos na RBS, agora já estou há 18 na Caldas Jr., hoje Record.
Eu estou envergonhado, porque achava que alguns exemplos que surgem na
imprensa, Ferronato, não teriam uma sequência, uma cópia tão imediata, se é que
estão me entendendo. Então é uma baixaria, é uma queda de nível no preparo dos
programas. Não é que atente contra nós, não; atenta contra a imprensa do Rio
Grande do Sul, a que tenho o maior orgulho de pertencer, porque é uma das mais
autênticas e completas deste País. Acreditem, porque é esta a grande verdade.
Estou envergonhado com isso.
Agora,
não vou entrar no mérito. Como é que aqui, dentro da Câmara, eu não posso ver o
Ver. Luiz Braz sorrindo? Pois a hora que eles virem... Sabem, esperar que eu
chegue no café, que o Valter esteja saindo, aí pega aquele pedacinho, coloca na
máquina: “Ah, este aqui está bom. Vamos ver ali o Brasinha; o Brasinha está
dando risada para o DJ...”, e pegam mais aquele outro pedacinho e montam um
programa ridículo. Ridículo! Não tem nenhum fundamento, nenhum fundamento
mesmo! Eu só acho que isso é profundamente lamentável e fico triste por isso.
Mas
o tempo passa muito rápido. Eu mandei uma coluna, dias atrás, para o jornal
Correio do Povo. Foi na sexta-feira, eu não sei se saiu ou se vai sair, o
título é “Chega de Mentira”. Eu tenho visto, aqui neste plenário, nos últimos
dias, a Bancada do Partido dos Trabalhadores: Sofia, Comassetto, Todeschini,
Oliboni, Maria Celeste...todos quantos sobem aqui mentem. Por que a mentira,
dentro da política, de forma tão deslavada? Na semana passada - e não vão
desviar minha atenção -, eu me deparei com uma nota numa revista nacional, em
que constava que o Lula está afirmando para ele e para as pessoas ao seu redor
que o “mensalão” - lembram do “mensalão”? - foi uma armação da oposição, que o
PSDB introduziu na sua campanha e no seu Governo o Marcos Valério. Eles
enlouqueceram!! O Presidente da República enlouqueceu!! E atrás dele vêm
aqueles que gostam de mentir, porque têm no Presidente da República a maior
bandeira.
É mentira o que vocês fazem aqui! Não é o Fogaça que tem que pedir ao Governo Federal! Não é! O Vice Fortunati esteve várias vezes em Brasília, como estará amanhã, para tratar exatamente deste assunto. Vocês, do Partido dos Trabalhadores, vêm aqui, mentem e não recebem as visitas e os pedidos de audiência que fazemos lá em Brasília. Decididamente, parem de mentir!! É muito feio mentir! Todos vocês que vêm aqui e dizem que o Governo do Fogaça está dando prioridade aos Portais da Cidade estão mentindo! O Governo quer o metrô, sim, e, com o metrô, também os Portais da Cidade. Se não tivessem esse ranço político, realmente diriam todas as verdades que sabem das cidades desenvolvidas e de Primeiro Mundo. Os Portais da Cidade não são uma coisa superada e casa perfeitamente com o metrô. Para encerrar, chega de mentira, “já encheu o saquinho”!
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. MARIA CELESTE (Requerimento): Solicito que o Ver. Haroldo de Souza retire do seu discurso - que seja
retirado também das notas taquigráficas - a acusação que ele fez contra os
Vereadores da Bancada do PT, em que nos chamou de mentirosos. Isso não é da boa
relação dentro desta Casa. Estou solicitando neste momento, até porque o
Prefeito não apresentou nenhum projeto; já demonstramos isso no PPA, na Lei de
Diretrizes Orçamentárias; não aceitamos ser chamados de mentirosos.
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O
Requerimento foi feito e depende do Ver. Haroldo de Souza.
O
SR. HAROLDO DE SOUZA: O dia
em que eu falar da tribuna e tiver que, depois, pedir desculpas ou retirar
alguma coisa, eu deixo de ser Vereador. Claro que não retiro nada do que disse!
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O
Ver. Alceu Brasinha está com a palavra em Comunicações.
O
SR. ALCEU BRASINHA: Sr.
Presidente, Ver. Adeli Sell, agora Presidente mesmo; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras...
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Peço
silêncio ao Plenário, asseguro o tempo ao Ver. Brasinha. (Pausa.) Ver.
Brasinha, por favor, continue.
O
SR. ALCEU BRASINHA: Obrigado.
Ver.
Valter Nagelstein, eu venho a esta tribuna falar das coisas boas que acontecem
em Porto Alegre. Eu gostaria que o Ver. Todeschini estivesse aqui neste
momento. Ver. Comassetto, que está aqui, quero convidá-los a irem ali na rua
para tirar uma foto do lugar que está sendo asfaltado, porque o Vereador
costuma dizer que o Secretário Maurício não faz nada em Porto Alegre; costuma
dizer que o Prefeito Fogaça não faz nada. Então V. Exª não anda em Porto
Alegre, Vereador. Se V. Exª andasse em Porto Alegre, saberia onde estão as
coisas boas que estão sendo feitas na Cidade, Vereador. Convido V. Exª, Ver.
Comassetto, o Ver. Todeschini e a Verª Sofia Cavedon para irem ali, para, quem
sabe, a senhora assumir o comando de uma máquina daquelas que está asfaltando,
a senhora vai dirigir um pouco, Vereadora. Aí pode ser que acredite que tenha
alguma coisa acontecendo na Cidade, Vereadora, porque as coisas boas acontecem,
e a senhora faz de conta que não vê. Ou a senhora tem problema em olhar? Ou a
senhora faz de conta que não enxerga? Ou o senhor faz de conta que não enxerga,
Vereador?
O
Sr. Engenheiro Comassetto: V.
Exª permite um aparte?
O
SR. ALCEU BRASINHA: Deixa eu
prosseguir, porque eu tenho pouco tempo; só tenho três minutos, Vereador.
O
Sr. Engenheiro Comassetto: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Só um aparte para aceitar o
seu convite. Eu aceito o seu convite de ir com o senhor ver essa parte boa,
quero ter a oportunidade de lhe mostrar a parte de que eu falo, que é a
buraqueira da Cidade.
O
SR. ALCEU BRASINHA: Eu topo
esse convite, desde que senhor aceite ir a todas as partes onde está ocorrendo
a pavimentação. São mais de 25 quilômetros - é bom para a Cidade, Vereador. E,
quando é que o senhor e V. Exª, que está sentada do lado, Verª Sofia Cavedon,
vão chegar neste microfone e falar das coisas boas que acontecem dentro de
Porto Alegre? Porque eu também gosto de cobrar o que não é feito, Verª Maria
Celeste.
Eu,
por exemplo, estou indignado com o Aeroporto. Alô, Luiz Afonso Senna!
Está na hora de o senhor começar a se movimentar, chegar lá no Aeroporto e
pedir uma intervenção junto à Infraero para coordenar os trabalhos. Não é assim
que se faz uma fiscalização de trânsito. Eu não tenho nada contra os agentes de
trânsito, mas não pode acontecer isso que está acontecendo lá no Aeroporto,
Ver. Raul. Não é possível a gente chegar num aeroporto desses e não ter vaga
para estacionar - nem pagando não tem. E mais ainda: tu não tens nem tempo de
descer, e já estão os agentes cobrando para sair. Isso é muito chato, muito vergonhoso
para nós, para a Cidade. Eu tenho um amigo que chegou aqui e alugou um veículo,
saiu pela Cidade, teve que voltar para buscar a esposa dele lá, mas não
conseguiu parar, foi multado, teve que pagar a multa. Isso não pode acontecer.
O
nosso Secretário Senna, que é bom de conversa, tem alternativa, quem sabe o
senhor vai lá e fala para a Infraero... Dizem que é a Infraero que está
mandando multar, eu não sabia que a Infraero manda dentro da Cidade! Eles têm
que cuidar do pedaço deles lá no Aeroporto, mas não no trânsito. No trânsito,
eu acho que não pode, não é, Ver. Toni Proença? Ver. Paulinho Ruben Berta,
Elias Vidal, Ver. Pancinha, eu penso que nós temos que intervir nesse assunto,
não é possível um Aeroporto que se diz internacional ter esse problema de
estacionamento! Isso eu estou cobrando. Sei que o Secretário Senna tem feito
bastantes coisas pela Cidade, está fazendo, mas quero que o senhor preste
atenção: vá ao Aeroporto intermediar essa negociação, para que não passemos
vergonha quando vem um empresário de São Paulo.
O
Sr. Valter Nagelstein: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Brasinha, eu o
cumprimento, tenho há bastante reclamado sobre a forma como certos agentes de
trânsito se comportam. Eu acho que nós precisamos trabalhar no lado da
educação, não nesse lado da multa pela multa, pela arrecadação; Vossa
Excelência tem razão. Quem é que administra a Infraero? Como construíram um
aeroporto internacional, como V. Exª está falando, se não existe um
estacionamento público para alguém que não pode pagar um estacionamento
privado? Em qualquer do lugar mundo, as pessoas que vão pegar uma estrada
pedagiada têm necessariamente a opção de pegar uma estrada de menor qualidade,
mas pública, que não seja paga. E aqui a Infraero não tem capacidade de
construir um estacionamento para as pessoas que não podem pagar. Muito
obrigado.
O
SR. ALCEU BRASINHA:
Obrigado, Ver. Valter Nagelstein. Presidente, Ver. Adeli Sell, quantas vezes eu
já vi o senhor cobrar atitudes do Secretário Senna, e eu sempre defendi vários
trabalhos que ele tem feito pela Cidade, mas agora chegou a hora de o
Secretário Senna, Ver. Valter Nagelstein, tomar essa atitude, buscar uma
alternativa, porque não pode um aeroporto internacional... Porque não são só os
que chegam ao Aeroporto, quem sabe o cidadão que vai lá buscar... Se chega o
passageiro, ele tem que estacionar, e se ele não tem dinheiro para pagar? E aí?
Acontece quase a mesma coisa com aquele cidadão que chega lá na Rodoviária, ele
quer ir ao banheiro mas não tem cinquenta centavos para pagar. E aí? Como fica
o cidadão? Eu acho que lá no Aeroporto tem de haver uma flexibilidade, e, no
que se refere a essa flexibilidade, o Secretário Senna tem que buscar uma
alternativa, Ver. Pancinha. Tenho certeza absoluta, Srs. Vereadores, de que nós
podemos fazer uma frente parlamentar e intervir nesse assunto. Fomos bons para
fazer audiência sobre a Dique, a Nazaré, para se mudarem, para a Infraero fazer
a sua pista mais longa, por que eles não podem ter um conceito melhor dentro da
Cidade? Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O Ver. Aldacir José Oliboni está com a palavra
em Comunicações.
O
SR. ALDACIR JOSÉ OLIBONI: Nobre
Presidente, Ver. Adeli Sell; eu queria, inicialmente, fazer uma sugestão a
respeito da reportagem feita ontem pela RBS, e V. Exª, como Presidente da nossa
Casa, a poderá encaminhar até amanhã, porque esse assunto requer direito de
resposta. Na imprensa, todos nós sabemos, isso é possível dentro de 48 horas.
Eu creio que uma das alternativas que nós temos é a RBS, ou o Teledomingo,
oportunizar a todos os Vereadores e Vereadoras que divulguem, em um dos seus
jornais, as suas proposições ou projetos apresentados. Isso, por si só, já é um
excelente direito de resposta, até porque a chamada do Teledomingo era
exatamente esta: “O faz o seu Vereador”. Creio que nós não podemos generalizar,
como disseram aqui alguns colegas. Eu, como jornalista, tenho certeza absoluta
de que existem muitos profissionais bons, qualificados, mas existem aqueles que
querem pegar alguns furos para dizer que é furo de reportagem. Então, é nesse
sentido; acredito, nobre Presidente Ver. Adeli Sell, que V. Exª poderá fazer
esse encaminhamento até amanhã, com certeza.
Entrando
aqui no assunto no qual o Ver. Haroldo de Souza... É uma pena que ele não
esteja aqui no Plenário para podermos ouvir sua manifestação. Eu diria que quem
pode ser chamado, até a palavra é muito agressiva, de “mentiroso”... Quem
poderemos dizer que mentiu aqui, há alguns dias, quando aceitaram a possível
candidatura a Governador, é o nosso próprio Prefeito de Porto Alegre. Porque,
na eleição, o nobre Prefeito - tenho o maior respeito por ele - disse que
jamais iria renunciar, iria cumprir o seu mandato, mas, por pressão do seu
Partido, ou da aliança, possivelmente estará anunciando até março a renuncia,
para ser candidato dessa possível aliança em 2010. Aí, sim, nós teremos
condições de dizer, Ver. Haroldo, que o Vereador não mente, o Vereador propõe e
fala geralmente em cima da informação trazida pelos órgãos de imprensa ou de
que está no site, seja da Prefeitura ou da Câmara Municipal. E a grande
maioria dessas intervenções, com certeza, é verídica. Por essa razão, por si
só, já é de extrema importância que o Vereador tenha a liberdade de falar e, ao
mesmo tempo, de contrapor. Por isso nós, aqui, vimos fazendo oposição, nós
temos que nos contrapor ao que diz geralmente a base do Governo.
O
Sr. João Pancinha: V. Exª
permite um aparte? (Assentimento do orador.) Muito obrigado, Ver. Oliboni, pelo
aparte. Eu diria que hoje, quando se começa a falar de eleições para o ano que
vem, nós temos no Estado apenas um candidato, previamente nominado, que é o
Ministro da Justiça, Tarso Genro. Eu jamais ouvi, nem fora e muito menos dentro
do Partido, que o Prefeito Fogaça vá renunciar em março para ser candidato.
Isso não é verdade. Existe o nome dele, existem outros nomes, mas jamais ele
falou que vai renunciar em março para assumir a candidatura. Isso será
resolvido no momento oportuno, porque a campanha ainda não foi aberta, Verª
Sofia, e, não sendo aberta, nós temos apenas um candidato, que é o Ministro da
Justiça, usando o seu cargo para fazer campanha.
O
SR. ALDACIR JOSÉ OLIBONI: Pois,
vejam só, o Ver. Pancinha, que é da base do Governo, que é do PMDB, está
dizendo que o Fogaça não irá renunciar. Portanto, nós não poderemos dizer aqui
que o Fogaça mentiu para a cidade de Porto Alegre. Com certeza, então, o Fogaça
cumprirá o seu mandato. Mas eu acredito que essa mudança, que não pode parar,
de fato, se o nobre Prefeito mentir, renunciar, vai parar. Não é mesmo, Verª
Sofia?
A
Srª Sofia Cavedon: V. Exª
permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Oliboni, eu só quero alertar
o Ver. Pancinha de que o Vice-Prefeito Fortunati está assumindo. Estava no
jornal, já, sábado. E acho que os Vereadores do PMDB não estão avisados ainda.
O
SR. ALDACIR JOSÉ OLIBONI: Um
dos Projetos que o Fogaça assinou hoje, os Portais da Cidade, é realmente muito
questionável, Ver. Comassetto, porque nós tivemos a oportunidade, enquanto a
TVCâmara oferece esse espaço aos colegas Vereadores, de ver um programa muito
bacana, que é a “Câmara na Cidade”. E nós tivemos também a oportunidade
de fazer recentemente um programa que pudesse enfocar os Portais da Cidade.
Para V. Exas. terem uma ideia, cem por cento dos cidadãos entrevistados
disseram que não conheciam ou que eram contra os Portais da Cidade, e ainda o
Governo, ou a base do Governo, vem aqui dizer que os Portais da Cidade serão de
extrema importância para Porto Alegre. Eu gostaria que fosse feito um
plebiscito, porque o plebiscito vai, de fato, dizer se Porto Alegre quer os
Portais, pois a Câmara de Vereadores está discutindo, em Pauta, ainda, o
Projeto sobre os Portais, e o Governo já assina o Projeto de Lei buscando recursos,
chegando a 210 milhões de reais - de cem milhões, Ver. Comassetto, a 210
milhões de reais. Quem é que vai pagar a conta, Ver. Brasinha?
O
Sr. Alceu Brasinha: V. Exª
permite um aparte? (Assentimento do orador.) Quero fazer uma pergunta, Vereador.
Eu quero saber, Vereador, se o Prefeito Fogaça implantar o plebiscito ou a
consulta popular, V. Exª vai criticar depois?
O
SR. ALDACIR JOSÉ OLIBONI: Com
certeza, tudo que é consulta à população é de extrema importância para a
Cidade, não importa o resultado. Portanto, nós vamos apoiar, Ver. Brasinha. Mas
o mais questionável é, de fato, o Prefeito Fogaça ter assinado, hoje à tarde, a
busca de recursos para os Portais, porque nós, do Legislativo, ainda estamos
discutindo o Projeto. Eu creio que foi um descaso com a Câmara de Porto Alegre.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O
Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra em Comunicações.
O
SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Ver.
Adeli Sell, na presidência dos trabalhos desta Casa; demais Vereadores, com
certeza, todos nós acabamos perdendo com esses programas que vão ao extremo,
então eu acho que nós temos que pensar, porque a imprensa não ganha com isso,
nem esta Casa, nem a sociedade. Mas tudo bem, servirá para melhorar, não foi em
vão, pior é se ficarem insistindo com esses comportamentos.
Ver.
Adeli, hoje terminamos o trabalho da Comissão Especial, Ver. Brasinha, que
tratou de assunto relacionado ao Conselho Tutelar de Porto Alegre. Eu quero
agradecer a participação de todos os componentes da Comissão, a compreensão, a
dedicação, porque nós, Ver. Aldacir Oliboni, estamos com um trabalho muito
intenso em várias frentes aqui nesta Casa, como o do Plano Diretor, enfim, com
outros trabalhos normais, em outras Comissões. Os Vereadores que fizeram parte
dessa Comissão tiveram uma dedicação e uma compreensão. Quero agradecer à Verª
Maria Celeste, Relatora; ao Ver. Waldir Canal, Vice-Presidente; aos Vereadores
João Carlos Nedel, Paulinho Ruben Berta, Reginaldo Pujol, João Pancinha, Sofia
Cavedon, Toni Proença, Mauro Zacher, Fernanda Melchionna. Não sei se esqueci de
alguém, mas esse era o grupo que concluiu os trabalhos.
Ainda
hoje na Comissão, nós falamos, Ver. Adeli, e queremos aqui trazer o registro
colhido de consenso... Agradeço a compreensão de V. Exª, quando retirou as
Emendas que tinha proposto em respeito ao trabalho da Comissão. Nós queremos
lhe agradecer, não poderia ser diferente, em razão daquilo que nós conhecemos -
o seu trabalho e seu comportamento com os demais colegas. Não que não fosse
legitimo; é que houve um pedido para que aguardássemos o término do trabalho da
Comissão, e V. Exª, de pronto, retirou as Emendas. Queremos, então,
cumprimentá-lo por isso e convidá-lo no sentido de que possamos discutir as
Emendas de sua autoria que porventura não tenham sido contempladas no trabalho
dessa Comissão, quando apresenta Emendas em conjunto. Só num ponto não
conseguimos consenso, Ver. Brasinha, foi em relação ao sistema de eleição para
os Conselheiros. Nós defendíamos e defendemos, Ver. Beto Moesch, que o eleitor
possa votar somente em um dos candidatos. Há muito que defendemos essa condição
e vamos tentar discutir isso em plenário. A respeito das demais questões,
podemos dizer que obtivemos consenso em torno de 80%, de 90% das questões.
Eu
estava agradecendo a todos os componentes da Comissão, Verª Sofia, da qual V.
Exª também participou, pela dedicação e pelo trabalho, que com certeza terá
muito proveito em razão, Ver. Adeli, de que também ouvimos os próprios
Conselheiros. Fizemos um trabalho altamente democrático. Por isso eu precisava
tomar este tempo para agradecer, Ver. Toni, que muito colaborou, ainda que
tenha dito que a sua participação era como palpiteiro. Mas é a partir dos
palpites e das sugestões que a gente vai aprimorando. E, com certeza, muito do
que hoje foi apresentado por nós tem a sua contribuição. Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O
Ver. Beto Moesch está com a palavra em Comunicações.
O
SR. BETO MOESCH: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, como todos, de
alguma forma, falaram sobre o Teledomingo, eu só gostaria de reforçar algo que
tenho colocado sempre aqui. O programa comprova que as pessoas imaginam que a
atividade parlamentar se resume às sessões plenárias. E não é isso. O plenário
é uma parte, que eu até diria não a mais importante de uma atividade
parlamentar. O trabalho parlamentar principal está na elaboração de projetos de
lei, no estudo de projetos de lei, que são trabalhos que demandam tempo,
estudo, debate. A atividade parlamentar está nos trabalhos das Comissões
Técnicas Permanentes, nas comissões especiais, como nós temos hoje a do Plano
Diretor, da qual não necessariamente o Vereador tem que fazer parte. Ele pode e
deve participar de todas as comissões mesmo não sendo integrante titular
daquela comissão. Então, são os mais variados trabalhos, e um deles é o
plenário, que é justamente o local da articulação, da conversa para articular,
para trocar ideias, não só aqui na tribuna, mas nas mesas, nas cadeiras e assim
por diante. O programa Teledomingo também mostra o desconhecimento da vida
parlamentar, e isso é grave, porque os meios de comunicação devem ser meios de
uma precisa informação, sob pena de estarmos comprometendo ainda mais a cultura
e a informação das pessoas.
Dois
outros assuntos foram muito trabalhados e discutidos aqui hoje, e um deles foi
a questão do metrô. O que eu lamento, Verª Sofia... E não vai para V. Exª esta
questão, mas para quem procura politizar este debate. Por que politizar e
partidarizar o debate do metrô se - isto tem que ser reconhecido -, durante um
período longo do Governo do Partido dos Trabalhadores na Cidade, se colocaram
contrários ao metrô? Não contrários, Ver. Dr. Raul, simplesmente por ser
contra; entendiam que havia outras prioridades. Então, não dá para querer dizer
agora: “Nós defendemos o metrô, o Governo Fogaça não quer o metrô.” Houve, sim,
durante muito tempo, de forma clara, inclusive, uma posição não digo contrária,
mas de não priorizar o metrô por parte da gestão do Partido dos Trabalhadores
na Administração da cidade de Porto Alegre, e tinham suas razões.
Precisamos,
sim, não só do Metrô. Pode, Ver Toni Proença - com quem conversava antes -,
haver algum outro tipo de técnica, de tecnologia, de concepção, metrôs mais
leves, apenas de superfície - muitas cidades adotam esse modelo, porque nós já
estamos numa cidade que está pronta, não é bem assim mudar o cenário todo.
Precisamos, sim, dos Portais, que podem não ser exatamente na concepção
apresentada pelo Executivo, mas não podemos manter um sistema de transporte de
ônibus como está há mais de 30 anos, isso não pode! Mudou a concepção, nós não
podemos manter essa concepção, hoje, do sistema de transporte de ônibus! Não
podemos manter assim a Av. Salgado Filho, por exemplo; é impossível revitalizar
o Centro com a Salgado Filho sendo muito mais que uma avenida, das mais
prósperas da Cidade, hoje ela é um verdadeiro terminal de ônibus a céu aberto.
Então, essa concepção original, que teve a sua função lá nos anos 70, não pode
continuar agora, no século XXI, de modelo de transporte de ônibus. E isso passa
por Projetos como, por exemplo, o dos Portais. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell):
Encerramos o período de Comunicações.
Antes
de terminar a Sessão, quero dizer que, dadas as intervenções das Lideranças
partidárias e a apelo feito pessoalmente a mim por vários Vereadores, eu vou,
amanhã, emitir uma nota relativa à relação da Câmara Municipal de Porto Alegre
com a imprensa da nossa Cidade, do nosso Estado. E quero também dizer - vou
avisando - que, enquanto eu for Presidente, Vice-Presidente, membro desta Mesa
Diretora ou até mesmo Vereador, não serão os meios de comunicação que vão me
pautar ou pautar a Direção desta Casa. Portanto, vou deixar claro que quem nos
pauta é a soberania popular.
Estão
encerrados os trabalhos.
(Encerra-se
a Sessão às 18h48min.)
* * * * *